sexta-feira, 30 de abril de 2010

Jader sugeriu a Ana Júlia que desarticulasse pressões

Não foi por falta de aviso.
De jeito nenhum.
Se dependesse de aviso, o caldeirão não teria entornado na Assembleia.
No mesmo dia em que foi visitado em casa pela governadora Ana Júlia, o presidente regional do PMDB, deputado Jader Barbalho, mandou-lhe um recado.
A visita foi na manhã do dia 19, uma segunda-feira.
O recado foi encaminhado nessa mesma segunda-feira, quando Jader recebeu em seu escritório, à tardinha, o presidente regional do PT, João Batista, que foi entregar-lhe em mãos a proposta do governo do Estado – ou leque de motivações, se vocês quiserem – para incluir o PMDB na aliança que apoiará Ana Júlia na eleição deste ano. A proposta, conforme o blog já revelou, foi classificada de indecente por um condestável do PMDB.
Pois é.
Durante a conversa com Jader, o presidente do PT comentou que no dia seguinte uma “marcha de prefeitos” viria a Belém para pressionar a Assembleia a aprovar empréstimos pendentes, inclusive e sobretudo o de R$ 366 milhões que o Estado pretende contrair junto ao BNDES.
Jader recomendou a João Batista que desarticulasse o movimento.
Foi claro e explícito.
Avisou que se os petistas – com o apoio do governo – insistissem nesse tipo de pressão, a conversa entre o PMDB e o governo, que tinha voltado a ser feita frente a frente, face a face, voltaria a ser feita “pelos jornais”.
Ou melhor, pelo jornal.
O jornal de Jader, o Diário do Pará.
Isso significava que o deputado continuaria a mandar seus recados e suas sinalizações pelas páginas do Diário, sobre a principal coluna, o “Repórter Diário”.
João Batista saiu do encontro prometendo que conversaria com a governadora e transmitiria a ela as ponderações do deputado.
Quem conhece João Batista – sua seriedade e sua serenidade – aposta que dificilmente ele deixou de transmitir o recado à governadora.
Mesmo assim, a tal marcha dos prefeitos aconteceu.
E isso foi um dos fatores que levou a cúpula do PMDB, através do deputado Parsifal Pontes, a apresentar o substitutivo ao projeto dos R$ 366 milhões.
O substitutivo que acabaria entornando o caldo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Este pessoal do PT não tem comando, como alguem que esta precisando de um apoio do PMDB, faz estas coisas?

Anônimo disse...

Isso é nojento!
O dinheiro público como moeda de troca!
Um dia isso acaba, tomara que o eleitor guilhotine da vida pública, pelo voto, esse pessoal.
Tomara!