O frisson, o otimismo, o assanhamento que domina certos círculos do PT – que não a DS (Democracia Socialista), é claro -, depois da visita da governadora Ana Júlia ao deputado Jader Barbalho, não tem equivalência em muitos, para não dizer muitíssimos, segmentos do PMDB.
De um lado, o do PT, a animação.
De outro, o do PMDB, uma certeza: a de que Jader, como os times que estão ganhando e veem aproximar-se o final da partida, está fazendo algumas encenações apenas para deixar o tempo escoar, apenas para deixar o jogo acabar.
“O Jader está jogando, jogando e jogando. Ele está apenas fazendo cera para acabar o tempo. É o que o Jader está fazendo”, diz uma catigurizada fonte peemedebista ao blog.
E acrescenta, com a convicção de quem tem acesso aos personagens principais em todas essas negociações que se travam por aí: no fundo do fundão, o que a governadora Ana Júlia gostaria mesmo é que o PMDB lançasse o ex-vice-governador Hildegardo Nunes, o ex-senador Luiz Otávio (Pepeca) Campos ou o deputado Parsifal Pontes, atual líder do PMDB na Assembleia, como candidatos ao governo numa hipotética chapa própria.
A percepção da governadora é de que, se um desses três encabeçar uma eventual chapa peemedebista, os obstáculos que ela enfrentará na eleição estarão em boa parte removidos, eis que Sua Excelência não acredita na possibilidade de nenhum dos três passar ao segundo turno.
Para o interlocutor peemedebista ouvido pelo repórter, Jader se encontra hoje “entre o coração e a razão”. Seu coração pende pela candidatura ao Senado, mas a razão pode levá-lo a optar por uma candidatura ao governo.
O peemedebista acha que os últimos movimentos - mesmo os dissimulados, mesmo os disfarçados – na política paraense indicam absoluta falta de lógica quando se lê, quando se analisa a realidade com mais atenção.
Aponta, por exemplo, o caso de Duciomar Costa.
“O que o PTB vai fazer? O PTB não tem saída, não tem alternativas. O prefeito está enfraquecido. Está com espada na cabeça, porque o TRE ainda terá de apreciar a sua cassação, o que poderá acontecer nos próximos dias. Está com a popularidade baixíssima. Essa situação congela o jogo”, diz o peemedebista, para quem é implausível imaginar-se, no momento, qualquer possibilidade de composição do PTB com o PMDB, eis que uma eventual cassação de Duciomar colocará em seu lugar o ex-deputado José Priante.
E quanto ao PR de Anivaldo Vale?
O peemedebista lembra que o PR sempre foi uma linha auxiliar do governo Lula. “Só quem não conhece a política é que não sabe como o PR foi criado. Quem criou o PR foi o Lula, para impedir que a direita do PSDB que saiu do partido corresse para o PMDB e o fortalecesse”, lembra o interlocutor.
Ele não acredita, assim, que exista a mais remota possibilidade de o PR, no Pará, sair com uma candidatura própria ou mesmo se alie a Jader. “O PR tomará o rumo de Ana Júlia. E quanto ao PTB, o máximo que poderá fazer será lançar um laranja para prestar serviços à Ana Júlia”, diz o peemedebista.
E como ele, vários peemedebistas pensam a mesma coisa.
A mesmíssima coisa.
Um comentário:
este marasmo me mata
e assim continua a novela
jader x ana
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