No AMAZÔNIA:
O juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, presidente do 2º Tribunal do Júri de Belém submeterá ao júri, dia 10 de dezembro, Rayfran das Neves Sales (o Fogoió). O réu confesso de matar com seis tiros a missionária Dorothy Stang, em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, no interior do Pará, enfrentará o banco de réus pela terceira vez. No primeiro júri realizado em dezembro de 2005 a pena imposta ao atirador de Dorothy foi de 27 anos, ao ser condenado por homicídio qualificado pela promessa de recompensa. As informações são do Tribunal de Justiça do Estado.
Como a pena imposta a Rayfran foi superior a 20 anos de prisão, à época, a legislação penal brasileira permitia o protesto por novo júri. Novamente submetido a júri, Rayfran Sales foi condenado e pegou a mesma pena, 28 anos de reclusão no novo julgamento. No dia 22 de outubro de 2007, Rayfran negou que tivesse sido contratado por fazendeiros para matar a missionária e apresentou uma nova versão para o crime, que acabou resultando na absolvição de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida.
A versão do atirador da missionária é que teria se sentido 'ameaçado' pela irmã que ajudava os agricultores num projeto de assentamento sustentável na Região de Anapu e Altamira. Com essa vesão, Rayfran inocenta os dois fazendeiros acusados de mandantes do crime, embora o comeriante Amair Feijoli (o Tato) cumpre pena por participar como intermediário do planejamento da morte de Dorothy.
Outro acusado, Clodoaldo Batista (ou Eduardo), que estava ao lado do atirador no momento do crime pegou 17 anos. Esse teve a pena reduzida por colaborar com o processo.
Marilda Cantal, advogada do atirador, informou que foi o próprio réu, interessado em definir sua situação, que requereu logo seu julgamento. A advogada informou que não apelou à instância superior (STJ), e espera obter nesse julgamento uma pena menor para Rayfran, que afirma agora que não houve promessa de recompensa para matar a missionária.
Ela explicou que o réu 'já se encontra há quatro anos preso, desde a época do crime, e já tem direitos previstos na Lei de Execução Penal, como remissão de pena por estudar e trabalhar no presídio', disse a advogada.
O promotor de justiça Edson Souza atuará na acusação e a advogada Marilda Cantal promoverá a defesa do acusado. Ela adiantou que vai sustentar a tese de desclassificação do homicídio quaificado para o homicídio privileagiado, o que resultará numa diminuição considerável da pena. A sessão ocorrerá no plenário do júri do Fórum Criminal de Belém, localizado na Cidade Velha.
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