No AMAZÔNIA:
Perueiros e empresários vinculados à Cooperativa de Trabalhadores em Transporte Alternativo de Belém (Contracbel) fecharam o cruzamento das avenidas Bernardo Sayão e Roberto Camelier, no bairro do Jurunas, à manhã de ontem. O protesto serviu para mostrar a infastifação dos perueiros que circulam no centro da capital em relação ao descumprimento de acordo que teria sido firmado com a Prefeitura Municipal de Belém (PMB). Segundo eles, as linhas de transporte alternativo que vão da Cidade Velha até o bairro de São Brás estão sendo alvo de 'perseguição' por parte da Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel), que autorizou a empresa Guajará a criar uma nova linha de ônibus na área. Além disso, dez veículos alternativos que rodavam pela área teriam sido apreendidos de forma arbitrária.
O cruzamento foi interditado com o uso das próprias vans e micro-ônibus operados pela Contracbel. Além disso, foram queimados pedaços de pau e pneus nas duas pistas da Bernardo Sayão, de forma a evitar desvios. O protesto se estendeu até 10h, quando o trânsito foi reaberto por policiais militares da 4ª Zona de Policiamento (Zpol).
De acordo com o Contracbel, uma reunião feita em 6 de janeiro com o prefeito Duciomar Costa (PTB) havia resultado em um plano para regularizar a atividade de transporte alternativo. O processo contemplava a regularização dos veículos da categoria, com a adoção das pinturas de chassi e trajetos usados pelas empresas regulares, além da criação de um Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) para a atividade. Com a criação da empresa Transportes Chalon Ltda., os perueiros atuavam normalmente na área desde janeiro.
Porém, desde o início de julho, eles dizem ter sofrido várias represálias por parte de dois agentes da CTBel, identificados como 'Rezende' e 'Joaquim'. 'Eles começaram a apreender nossos veículos e, do nada, autorizaram a criação de uma linha que passa aqui pelo Jurunas e vai até o centro histórico. A gente não sabe nem se a direção da CTBel foi notificada disso, até porque tínhamos um acordo pessoal com o prefeito', afirmou Paulo Ferreira, um dos líderes do Contracbel.
Segundo Paulo, pelo menos 100 veículos foram adquiridos pelo grupo para atuar na área, em linhas diferentes das traçadas pelas outras empresas. Cerca de 200 funcionários fazem o transporte de moradores de bairros como Jurunas, Cremação, Condor e Guamá até São Brás. Com a 'concorrência' da empresa Guajará, a atividade dos alternativos estaria sob ameaça.
Por conta do protesto, uma reunião foi marcada com a direção da CTBel para hoje, às 11h, com a participação de perueiros do Contracbel e apoio da Polícia Militar.
CTBel - A assessoria de imprensa da CTBel informou que a apreensão dos dez veículos de transporte alternativo obedece a determinação judicial expedida pela 14ª Vara Cível da capital em janeiro de 2006. Portanto, a apreensão de veículos não teria sido obra de perseguição. Quanto à criação de linhas na área coberta pelo Contracbel, a CTBel informa que houve apenas uma mudança na linha UFPA-Praça da Bandeira, que agora é denominada UFPA-Centro Histórico. A linha, que havia sido suspensa em 2000, foi retomada atendendo a solicitações da própria comunidade do Guamá e do Jurunas, segundo o órgão.
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