sexta-feira, 31 de julho de 2009

Navegação quase às escuras

No AMAZÔNIA:

O acidente com a lancha da Companhia de Policiamento Fluvial da Polícia Militar expõe um problema grave do transporte nos rios paraenses: somente entre Belém e Manaus existem 16 pontos de sinalização danificados. Todos colocam em risco a vida de quem trabalha ou viaja pelos rios da Amazônia. O Serviço de Sinalização Náutica do Norte (SSN4), vinculado à Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha Brasileira, põe a culpa nos vândalos: o quebra-quebra de farois e boias de iluminação custou cerca de R$ 670 mil em manutenção e reparos nos últimos 18 meses.
A informação está na resposta da SSN a um pedido de providências encaminhhado ao órgão pelo Sindicato dos Oficiais de Náutica e Práticos do Transporte Fluvial no Estado do Pará (Sindináutica Pará), em fevereio passado. A entidade sindicial apontava os 16 pontos sem os sinais devidamente adequados ou quebrados propositadamente. O serviço responsável pela manutenção respondeu que tem se esforçado para manter o sistema de sinais fluviais funcionando, mas admite a dificuldade. A dimensão dos rios amazônicos dificulta a fiscalização e facilita para quem quer praticar atos de vandalismo. No ano passado, foram gastos R$ 481 mil para consertar as avarias. Neste ano, o prejuízo já chega a 189 mil.
O presidente do Sindicato dos Contramestres, Marinheiros e Moços em Transportes Marítimos e Fluviais no Estado do Pará (Sincomam), Haroldo Rodrigues das Chagas, diz que 60% das embarcações estão prejudicadas com o problema. 'A maioria não tem equipamentos como radar, sonares e GPS, que ajudam a navegação de forma mais moderna', explica. Ele acrescenta que os rios sem bóias e faróis acesos são como as ruas ou estradas em placas ou semáfaros: quem está trafegando (navegando) está muito mais exposto a acidentes e até a perder a vida.
O Comando do 4º Distrito Naval enviou nota oficial explicando que boia luminosa da Ilha da Barra, onde ocorreu o acidente, estava apagada há mais de uma semana, também devido a atos de vandalismo, seguido do furto de duas baterias estacionárias de 12 Volts cada uma. A Capitania dos Portos da Amazônia Oriental abrirá inquérito para apurar as causas do acidente, que deve ser concluído em 90 dias.
Ainda em nota, a assessoria de imprensa do Comando, informa que alertou as embarcações da área sobre o problema na sinalização através de aviso rádio Náutico, conforme é previsto pelas normas e regulamentos em vigor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando se falava em Capitania dos Portos antigamente era o mesmo que estar falando sobre uma repartição que cumpria religiosamente com suas obrigaçãoes, verificando embarcação, multando embarcaçãoes, instruindo a todos. Hoje vemos como todas as repartições Militares uma total falta de numerário para que faça cumprir o que manda as leis maritimas. No meu entendimento a Capitania dos Portos é a grande responsavel por este acidente.