As procelas desencadeadas pelas denúncias – já publicadas em O LIBERAL e no Diário do Pará, neste último em manchete na edição de domingo passado – de corrupção na Secretaria de Meio Ambiente (Sema) já levaram o governo do Estado a adotar, digamos uma medida profilática para tentar sufocar as repercussões do que ainda poderá vir por aí.
O titular da Sema é Valmir Ortega.
Ortega está virtualmente fora do governo.
Só falta anunciar seu substituto.
Também deve cair pra cima.
Deve subir no telhado – ou melhor, na árvore. Ficará responsável pela execução do programa que prevê o plantio de 1 bilhão de árvores. É uma miragem, claro, mas de miragens é que o poder se alimenta.
Pois bem.
Depois das denúncias virem a público, a Agência Pará mandou para o ar, exatamente às 20h42 (como você pode conferir na imagem) da última segunda-feira (25) a informação com o título Sema apura denúncias de fraudes em créditos florestais.
O lead – a abertura – da matéria diz o seguinte:
Baseada em denúncia de um usuário dos sistemas do Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais (Ceprof) e Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) agiu imediatamente e instalou Processo Administrativo Disciplinar para investigar a denúncia. A comissão de investigação terá 60 dias para concluir os trabalhos.
Há algumas curiosidades na matéria.
Primeiro: não se menciona o nome do secretário Valmir Ortega. Nem sequer uma declaração dele, refutando as práticas sob suspeita. E nem se diz que foi ele quem determinou a instauração do processo administrativo disciplinar. Deve ter sido, mas a notícia não diz. Está bem que o doutor Ortega vai sair do governo, mas ainda está no governo. Talvez a profilaxia seja para afastar o nome de Sua Excelência de ocorrências demeritórias que ocorreram em sua pasta, ainda que, acredita-se, sem a sua anuência, sem o seu conhecimento e sem, portanto, a sua responsabilidade. Mas será que a omissão do nome do secretário na notícia divulgada pelo site será bastante para se alcançar esse objetivo profilático?
Segundo: não se diz quando o processo administrativo foi instaurado. Informa-se apenas que foi aberto e deverá ser concluído em 60 dias. Por que a data é relevante? Porque é preciso que se saiba se a investigação foi aberta depois das denúncias virem a público ou se foi iniciada há mais tempo. E se foi há mais tempo, por que não se divulgou à época, mas apenas agora, quando ganharam repercussão?
Terceiro: a notícia menciona dados consistentes de que, em pelo menos dois casos de ajuste de crédito ambiental, houve fraudes escandalosas, comprovadas, registradas, indesmentíveis. Os servidores envolvidos nesses dois casos constatados foram apenas remanejados para outros setores? Se o foram, quais são os setores da Sema onde se encontram agora? O que fazem nos novos setores?
São dúvidas, apenas dúvidas.
Mas que precisariam ser esclarecidas.
Um comentário:
A PF precisa procurar o Santo.
O Santo, gente !
Irmão da santa...
Se achar, vai todo mundo pro xilindró.
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