Casemiro e Neymar durante jogo da Copa (Foto: Odd Andersen/AFP via Getty Images) |
Por Paulo Silber, no Portal Rede Pará
Se compararmos as performances dos dois craques, Cristiano Ronaldo e Neymar não cheiraram nem federam até aqui. Como diria o mestre Afonso Klautau, ambos foram anódinos. Antíteses de si mesmos. Ou do que deles se esperava.
CR-7 disputa a 5ª Copa do Mundo, tem cinco títulos de melhor do mundo e cultiva o reluzente verniz da vaidade. Já foi comparado ao eterno Eusébio, o maior goleador da seleção portuguesa em todos os tempos. Mas no Qatar...
Neymar joga a 3ª Copa, coleciona títulos no Brasil e na Europa, é pródigo em deslizes fora de campo e temperamental dentro das quatro linhas. É amado e odiado pelos torcedores. Sua qualidade técnica é tão inquestionável quanto a instabilidade emocional.
Neymar e CR-7 foram ao Qatar para brilhar. Mas acabaram ofuscados por coadjuvantes que mereceram o papel de protagonistas.
Na Seleção de Portugal, o jovem Gonçalo Ramos, de apenas 21 anos, chamou pra si a responsabilidade e deu conta, quando CR-7 foi esquentar o banco por peitar o técnico. Ninguém sentiu falta do galego. Na Seleção Brasileira, escolha você mesmo: Richarlison, Casemiro, Vinicius Jr & Cia.
O desfalque de CR-7 contra a Suíça e a falta de Neymar contra Suíça e Camarões foram ausências que preencheram lacunas. Fora dos jogos, não fizeram a menor diferença.
Neymar não permanece na seleção de Tite por mérito. Permanece por crédito. Ele é uma grife. O treinador aposta nele todas as fichas. Afinal, Neymar é craque. Isso é incontestável. Ele já mostrou ao mundo inteiro o que é capaz de fazer dentro de campo.
O problema é que, fora das quatro linhas, o mundo também o vê. Nem sempre com bons olhos, e ele sabe por quê.
Mas e daí? O importante é que, na hora H, ele resolve, né não?
Não. Pelo menos, não na Seleção.
Neymar disputa sua 3ª Copa. Na primeira, em 2014, sucumbiu à contusão e perdeu o leme que lhe era reservado. Na segunda, em 2018, frustrou a torcida e acabou virando meme.
Nesta Copa, apresentou um futebol opaco no primeiro jogo, ficou de fora do segundo, não mudaria a história do terceiro e, na quarta partida, só fez um gol porque Richarlison cavou o pênalti.
Cristiano Ronaldo também: só fez um gol de pênalti, saiu esbravejando ao ser substituído e foi esquentar o banco, de onde não tem a menor necessidade de sair.
Neymar voltou para as oitavas, fez apenas uma assistência importante, bateu direitinho o pênalti, dançou as dancinhas, mas nada mais fez além disso. Convenhamos: seu muito pra nós é pouco. Só Deus sabe se ele fará mais na quinta partida, nesta sexta, contra a Croácia. Tomara que a aposta de Tite dê certo.
O craque do PSG é para Tite, ao mesmo tempo, a melhor chance de glória e o grande risco de decepção.
Das duas, uma. Ou o Brasil vence a Copa, torna-se hexacampeão e consagra Tite e Neymar para sempre. Ou o Brasil fracassa, deprime a nação e condena Tite e Neymar ao abraço dos náufragos.
Aquele abraço imaginado pelo poeta russo Velimir Khlébnikov, em que o braço de um afoga o colo do outro.
O mar da Copa é agitaaaaado...
2 comentários:
Que frustração !!!!!! O Neymar NÃO fez homenagens ao Bolsonaro. Nem ele nem os demais 99% de jogadores da seleção, todos da direitona, e, o pior, alienados.
O cara sendo um dos piores da copa mas a seleção só joga bem ou ganha quando ele tá em campo, imaginem se esse cidadão fosse um craque.
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