Anselmo Gama: um ausência difícil de absorver, uma grandeza de caráter impossível de esquecer |
Assim aconteceu comigo no final da manhã desta terça-feira (27), quando tomei conhecimento da morte, aos 73 anos, de Anselmo Gama, meu conterrâneo santareno, um dos meus mestres no jornalismo e um cara desses que até mesmo um convívio fugaz já seria o suficiente para despertar uma grande simpatia por ele.
Travei contato com o Anselmo, pela primeira vez, em março de 1983, quando ingressei em O LIBERAL como repórter da editoria de Política, setorizado na Assembleia Legislativa.
Ele já atuava, àquela altura, como chefe de Reportagem do jornal e foi essencial para me iniciar em práticas jornalísticas que se mostraram, a partir de então, imprescindíveis para o bom exercício profissional.
Mas o que nos fazia mesmo ficarmos reféns da amizade de Anselmo era o seu bom-humor, a sua presteza, o companheirismo e a serenidade que nos estimulava a relevar reveses eventuais.
Desde que nos conhecemos, nossa amizade, temperada pelos bons fluidos das raízes tapajônicas comuns, fortaleceu-se bastante e continuou sólida, mesmo depois que ele saiu do jornal e eu, vejam só, assumi seu lugar na chefia de Reportagem.
Nas décadas seguintes, nossos contatos diminuíram expressivamente de frequência, mas a admiração mútua permaneceu incólume e inabalável, ainda mais porque o destino conspiraria decisivamente para isso: a união de Anselmo com Socorro Oliveira, também jornalista e minha amiga desde o curso de Comunicação na UFPA.
A partida de Anselmo priva o jornalismo do Pará de um grande profissional, a publicidade de um grande talento e seus amigos de uma joia que, por ser joia, sempre será lapidada com o cinzel das melhores lembranças.
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