Bolsonaro e Pazuello: o primeiro não sabe o que faz e nem o que diz; o segundo não sabe nem o que diz e muito menos o que faz. Para ambos, nem o marketing político salva. |
Com todo o respeito aos que discordarem, mas acho que devemos, nós brasileiros, ter orgulho de viver num País que tem como ministro da Saúde um general como Eduardo Pazuello.
Aqui no blog, já chamamos Pazuello de biruta de aeroporto, pela frequência com que muda de opinião e posturas conforme os surtos de seu chefe, o digno e mítico presidente Jair Bolsonaro.
Mas, pensando bem, até mesmo a ciclotimia das opiniões de Pazuello deve obedecer - sabe-se lá - a algumas técnicas experimentais de marketing político que, conforme a Imprensa tem divulgado, vêm sendo empregadas ultimamente no Ministério da Saúde como uma tentativa heroica de minimizar a tragédia que tem sido a gestão do general.
Mas por que devemos nos orgulhar de ter Pazuello gerindo a Saúde, uma pasta estratégica, fundamental e essencial para coordenar e executar ações vitais, como a vacinação contra a Covid-19, pandemia que já matou mais de 200 mil brasileiros?
Por quê?
Porque Pazuello, como bom aluno do marketing político inovador, criativo, verdadeiro, sensitivo e prospectivo (hehe), está nos inspirando a interpretar - exatamente isto que vocês leram, interpretar - o general Pazuello.
Em coletiva nesta quinta-feira (07), Pazuello abriu o coração. Alguns interpretam sua reação como um surto. Mas quero crer que o general cumpriu alguma orientação de seu marketing político. Quero crer nisso. É tudo uma questão de interpretação.
Durante a entrevista, o ministro caiu de pau na Imprensa. E disse o seguinte, em português de Portugal - e do Brasil: “Quero assistir à notícia e ver o fato que aconteceu, deixem a interpretação para o povo brasileiro, para cada um de nós. O senhores [jornalistas] não têm essa delegação”, completou.
Viram?
Pazuello acha que jornalismo é reportar fatos. Apenas e tão somente fatos. Acha que jornalismo não embute a interpretação do fato, ou seja, explicá-lo, esmiuçá-lo, contextualizá-lo, aproximá-lo de realidades que devem ser mais facilmente compreendidas por cidadãos nem sempre abastecidos de informações suficientes para formar seus juízos.
Interpretar, conforme a interpretação de Pazuello, é com o povo brasileiro.
Então, se é com o povo, e somos povo, vamos interpretar o general e sua gestão à frente do Ministério da Saúde.
Interpretemos objetivamente, como a seguir.
Pazuello é o pior ministro da Saúde que o Brasil já teve em cinco séculos.
Nos próximos cinco séculos, talvez não surja um ministro tão incompetente como Eduardo Pazuello.
Sua gestão tem pegado no tranco. É preciso que a Imprensa (aquela mesma que não deve interpretar fatos) dissemine fatos clamorosos para que o ministério de Saúde sinta-se compelido a agir.
A gestão de Pazuello não demonstra a menor capacidade de planejamento. Por isso é que estamos atrasados nos procedimentos para o início da vacinação contra a Covid.
Precisamos interpretar com uma certa elasticidade, digamos assim, as ações de Pazuello para não concluirmos que sua gestão sequer conseguiu, a tempo e hora, conduzir um processo licitatório para a compra de seringas, obrigando o governo a requisitar esse instrumento junto aos fabricantes.
Com sua gestão catastrófica, Pazuello nos oferece amplos - amplíssimos - elementos para concluirmos, interpretativamente, que a tragédia causada por essa pandemia seria muito, mas muito menos pior se ele não tivesse assumido o Ministério da Saúde.
Pronto.
Eis as nossas interpretações sobre a gestão de Pazuello.
Interpretações expostas, ninguém esqueça, com o estímulo e com a licença do general Pazuello.
Viva ele!
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