Nenhum direito absoluto, né?
Absolutamente nenhum.
Nem mesmo em tradicionais, longevas, antiga e
consolidadas democracias, como a que se sustenta nos Estados Unidos, nenhum
direito é absoluto.
Mas há muitos que não acreditam nisso. E
insistem em transpor os limites do humor para ingressarem na hediondez.
Humoristas, por exemplo (mas não só eles,
viram?).
Quando passam dos limites e sofrem reprimendas
legais, indignam-se achando que o humor admite tudo - até mesma a gracinha que
tem o viés de um crime configurado ou de uma ofensa hedionda à honra.
Pois vejam o caso da comediante Kathy Griffin.
Nesta quarta-feira, a rede americana CNNdecidiu demiti-la depois que ela
publicou um vídeo em que aparece segurando uma cabeça falsa ensaguentada com as
feições do presidente Donald Trump.
Confira aqui.
Num país que já teve quatro presidente
assassinados (Abraham Lincoln, James Garfield, William McKinley e John Kennedy),
já sofreu o maior ataque terrorista da história e está permanentemente na mira
do ódio de extremistas, essa piadinha é admissível?
Não bastasse isso, Trump escreveu no Twitter:
"Meus filhos, especialmente meu filho de 11 anos, Barron, estão
enfrentando dificuldades com isso. Doente!".
Que tal você aí, leitor, se um dia um comediante
aparece com a cabeça sangrando de sua filha, do seu filho, do seu pai, da sua
mãe, da sua mulher ou do seu marido, assim como a engraçada Kathy Griffin fez
com a cabeça de Trump?
Só porque ele é um homem público inconsequente,
polêmico e muitas vezes desequilibrado, isso dá direito a um comediante de fazer
uma piadinha como essa?
Diga
aí.
Um comentário:
Não, definitivamente, não.
Humor negro de péssimo gosto abusando da "liberdade de expressão.:(
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