Mas que coisa!
Em dezembro do ano passado, o Estado imergiu, como se diz, nos debates sobre o separatismo.
Discutia-se então a criação de dois novos Estados - Tapajós e Carajás.
A bandeira da separação apresentava o seu principal leitmotiv - ou motivação recorrente, para falar em português de Portugal: o abandono.
Estamos em abril, menos de quatro meses após esses debates todos.
Anotem só.
No Marajó, na última terça-feira, Breves sofreu mais um apagão. Ficou sem energia, sem telefone e sem água. Esse é o terceiro grande apagão nos últimos meses. Na semana passada, foram 30 horas de isolamento.
Na Assembleia Legislativa, na sessão de ontem de manhã, Suas Excelências foram à tribuna.
Fizeram relatos de viagens.
Um deputado, Cássio Andrade (PSB), disse que passou pelo Marajó. Só encontrou abandono, frustração, desesperança. Só trouxe de lá a sensação de que a região, mais do que nunca, se sente isolada. E olhem que o Marajó, no desenho da separação que seria decorrente da criação de dois novos Estados, ficaria com o Pará remanescente, o Parazinho, como se disse durante a campanha do plebiscito.
Pois é.
Outro deputado, Edilson Moura (PT), contou que passou alguns dias no sul do Pará. Disse que a Estrada do Bambu, que se liga à PA-150, está em petição de miséria. Destruída. Destroçada.
Carlos Bordalo (PT) também foi à tribuna, para fazer seus relatos de viagem. Descreveu o abandono em que se encontram as estradas da região nordeste do Estado (que também ficariam com o Parazinho, vejam só), nas áreas de Ourém, Viseu e redondezas. Disse que gastou 1 hora e 50 minutos para vencer um percurso que normalmente seria feito em 40 minutos.
O debate sobre abandonos, exclusões e isolamentos de populações no Estado do Pará vai continuar sempre atual.
Independentemente de plebiscitos ou não.
6 comentários:
A merlim foi o mesmo plebiscito estarem tapajós e carajás. Espero que façam logo outro pra criar o tapajós, que só dá prejjuízo para a arrecadação tributária do Pará. É vai ficar bem pior as coisas por lá, mas se eles querem né.
O Pará com uma geografia que leva ao isolamento. É rico em recursos, bonito, tropical mas com uma mentalidade política das cavernas. A União trava o progresso com sua visão "protetora-entreguista". Dando migalhas, gestores corruptos, oportunistas, dissimulados, barganhando e se protegendo na nanutenção pelo cargo eletivo. Retorno ridículo pela produção e extração das riquesas extraídas das florestas, solo, campo. Pela tributação ineficaz. Tudo isso gera descaso. Discurso separatista ilusório. O que falta é boa vontade, o fazer transparente. Acabar com essa desculpa de que a chuva atrapalha. Com ela ninguém faz nada, quando cessa o cíclo, esperam às portas de uma nova estação de chuvas pra, com isso, enganar o povo. Se as estradas estão péssimas, deixemos então da hipócrita desculpa de agredir os rios, e os liberem para um novo ciclo de progresso com ciência, tecnologia. Ou então paremos com a canalhice de que só o sul pode ter transporte ferroviário. Políticos, vocês são mortais. Outras e outras gerações virão. Parem de roubar porque não levarão um centavo para a tumba.
"(...) gestores corruptos, oportunistas, dissimulados, barganhando e se protegendo na nanutenção pelo cargo eletivo." Quem os elege e onde eles nasceram? A culpa é só deles?
Imprssionante.
Bastou uma simples postagem sobre a condição que vive as estradas do sul do Pará e a condição do marajó, que com a separção ficaria mesmo com o Parazinho, que rapidamente aparecem os tetistas (os que mamam nas tetas da produção do sul e do oeste) já esbravejando contra uma simples análise.
A postagem é o suficienta para nos bbares da Belém city acontecer a formação de comitês para lutar contra uma possível idéia de proposta de projeto de uma futura divisão.
Data vênia, sob o ponto de vista econômico-social, penso que é indiscutível que a criação desses novos estados ensejará benefícios às regiões abandonadas pelo (des)governo do Pará.
O que falta aos separatistas é profissionalismo e competência.
Os estudos existentes, a começar pela "escolha geográfica" têm pouco poder de convencimento.
Uma revisão da proposta já apresentada, o aprofundamento dos estudos já realizados, com as adaptações necessárias às novas determinantes do projeto, e tudo isto aliado a um eficaz planejamento e execução de publicidade de primeira grandeza
resultará em um crescimento marginal das chances de vitória do grupo retrocitado.
Há economistas muito competentes estudando o assunto. Tive oportunidade de ler uma síntese de um trabalho, ainda inconcluso, do professor Marcos Klautau, que me pareceu, a princípio, ser o caminho que poderá "virar o jogo" a favor dos adeptos à criação dos novos estados.
O problema crucial é que os políticos não entendem do assunto e não chamam quem conhece.
"Assim eles se matam".
Atenciosamente
Regina Alves
Essa imagem foi feita a favor da separação. Analisem...
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