Vamos ser claros.
Claríssimos.
É preciso dar um choque de eficiência na Celpa.
Porque a Celpa, parodiando Roberto Jefferson, o ás do mensalão, desperta, atiça, põe fogo nos nossos mais primitivos instintos (rsss).
Vocês se lembram daquele empresários que, há umas duas semanas, num extravasamento de revolta, armou um barraco amazônico bem em frente ao portão da Celpa, protestando porque a empresa deixou o restaurante dele sem energia por mais de 20 horas?
Deem uma olhadinha no vídeo abaixo, que mostra a reportagem da TV Liberal.
Pois é.
Atitudes assim configuram um gesto quase extremo.
Mas às vezes representam a legítima defesa do consumidor – espoliado, maltratado, desprezado, ignorado, relegado a décimo plano na hierarquia de prioridades de empresa.
Quando a empresa é particular, desprezar os clientes dessa forma já é uma coisa intolerável.
E quando a empresa é particular, mas concessionária de um serviço público, então o desprezo ao cliente representa, sem dúvida, uma hediondez.
Representa um caso de puliça, senão um caso de Justiça.
É o caso da Celpa.
Não há, sinceramente, como não ficar com ódio no coração dessa empresa.
Ontem, durante a manhã, parte do bairro do Umarizal sofreu piques de energia elétrica por quatro vezes.
Quatro – um, dois, três, quatro.
Foi só ontem que isso aconteceu?
Não foi.
Ocorrências do gênero têm sido frequentes naquela área.
Há bastante tempo que apagões ou piques de energia acontecem por ali.
Isso causa prejuízos, atropelos, contratempos não apenas aos consumidores privados.
Também causa prejuízos – financeiros, inclusive – aos consumidores públicos.
Na área do Umarizal onde ocorrem – como ocorreram ontem – esses piques frequentes de energia funcionam bancos e órgãos como a Justiça Federal e o Ministério Público Federal, por exemplo.
Equipamentos já foram danificados por causa disso, para não falar de tantos outros atropelos que se refletem diretamente na precariedade do atendimento ao público.
Apagões e piques de energia se tornaram a marca registrada da Celpa.
Em Canaã dos Carajás, no ano passado, houve 11 mil ocorrências por queda de energia por mês. O choque de ineficiência da Celpa foi tão grande que o Ministério Público chegou a ajuizar uma ação civil pública.
Em Belém, segundo matéria publicada em O LIBERAL com base em dados fornecidos pela própria Celpa, também ocorrem mais de 10 mil quedas de energia elétrica por mês. E se isso por si só já não fosse suficiente para encher de ódio o coração dos consumidores, ainda há o problema de comunicação com a central de atendimento da concessionária.
A Celpa, nesses choques que vem aplicando nos consumidores paraenses, já conseguiu o que muitos julgavam impossível: tem feito muito privatista reformar os seus conceitos acerca de privatizações como a da Celpa no governo tucano de Almir Gabriel.
Agora, a Celpa pode até ser ineficaz para prestar os serviços a que está obrigada.
Mas é nota dez para cobrar.
Olhem o quadro acima.
Os dados, recentes, são do Dieese.
Mostram que a Celpa, desde que foi privatizada, em 1998, teve suas tarifas reajustadas em mais de 200%.
Que coisa!
Fora de brincadeira: como a Celpa poderá não despertar os mais primitivos instintos dos consumidores?
Aliás, a Celpa não estará passível de uma representação à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por toda essa violência que comete contra os usuários?
Não estará passível de ações judiciais por não oferecer serviços compatíveis com os exigidos no contrato de concessão?
Não estará passível de responder pelos prejuízos – materiais, inclusive – que causa aos usuários públicos e privados?
9 comentários:
A Celpa faz por merecer um choque de alguma otoridadi!
Aparecerá alguém?
Moro em frente o Hospital Ofir Loyola e é frequente a falta de energia elétrica e piques. Já tive equipamentos eletrônicos queimados e até um ar condicionado...e haja tempo pra conseguir o ressarcimento
Obrigada pela postagem. A Celpa é um pouco pior, uma verdadeira tragédia. Não tem o menor respeito pelo consumidor. Moro no Umarizal e já perdi tb equipamentos por conta desses piques de energia. Não tenho esperanças que o serviço melhore. Seremos sempre reféns?
Será que o Pará foi o único Estado que fez a estultice de privatizar a atividade para uma única empresa operar?
É a imbecil privatização sem concorrência! Uma lástima.
É por isso que o povo pensa que privatização não presta.
A privatização da telefonia só deu certo porque têm várias empresas concorrendo.
Tem que reestatizar ou então criar, imediatamente, concorrência no setor, o que acho muito improvável.
Porque o Dieese não faz o serviço completo? Mostra os reajustes de energia ANTES e DEPOIS?
Porque reajuste não tem nada a ver com privatização.
Agora, porque a Aneel autoriza o reajuste e não faz nada para autorizar o ressarcimento do consumidor?
Agora, porque a Aneel autoriza os reajustes e não multa, não pune, não atravessa o samba rolado da Rede... oops! Celpa?
Vejam quais são as concessões da Rede e terão a resposta.
Nós pagamos muito caro as benessses dos outros!
Essa ANATEL é pior que a CELPA!
A CELPA tem que ser rigorosamente avaliada por quem de direito para exigir serviços de qualidade ao consumidor. Moro na Marambaia e toda hora falta luz. O pior é que as pessoas acabam se acostumando. Como evitar que os instintos mais primitivos aflorem se nenhuma providência é tomada?
Bom, aqui na Alferes Costa eu nem sei mais quantas vezes já faltou energia aqui. Porém, na hora de cobrar, eles são eficientíssimos. Dá muita raiva. Porém, até dou um pouco de razão para a Celpa (a empresa), embora seja totalmente contrário a forma de gerir as transferências elétricas para a residência dos consumidores.
Em primeiro lugar porque as pessoas sismam em economizar energia, e lhes são oferecidos serviços de "gato" por muitos que entendem do riscado. Dai, consumidor que deveria ter na conta R$ 400, paga apenas R$ 100. Quem fica com esse prejuízo é a Celpa. Isso é de se perdoar a empresa.
Mas quando tiramos esse ponto, podemos escrever uma coisa interessante: tem quem diga que a Celpa jogue a conta nos consumidores, afirmando que a falta de luz ocorre porque a demanda é maior que a oferta. Ou seja, a culpa é nossa.
Também já li que o problema é da empresa de energia em São Paulo, que estaria mal das pernas. Como uma empresa que anda mal das pernas seria eficiente em distribuição?
Não creio que a solução seja "reestatizar", mas sim "reprivatizar". Se a empresa não dá conta, que outra venha e coloque o serviço em dia e faça da forma correta, de forma com que os consumidores possam ter novamente sua luz em casa, sem sobressaltos.
Bom, concordo com o cara que falou que reajuste não tem nada a ver com a privatização. Até porque se ela fosse estatal os reajustes iriam ser feitos da mesma maneira... Estatizar não vai resolver o problema. O legal seria nós podermos escolher uma empresa de quem comprar a energia que não fosse necessariamente do estado onde estivéssemos...
Que legal se a luz viesse em ondas de rádio... Assim nem precisava ser uma empresa do Brasil!
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