domingo, 28 de junho de 2009

Preço do pão deve ter alta

No AMAZÔNIA:

O preço do pão está a um passo de ser reajustado em até 18% em Belém, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Expira neste mês a Medida Provisória (MP) do Governo Federal que desonerou PIS/Pasep e Cofins, assim como isentou o frete para renovação da marinha mercante, sobre a farinha de trigo. Ainda que o governo opte por renovar a Medida Provisória - como foi feito com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) referente a carros, e como almejam empresários de panificação -, o risco de aumento permanece, pois houve diminuição no número de fornecedores da matéria-prima essencial, o trigo.
Hoje é a pior época para o aumento no preço de um produto tão essencial na mesa do brasileiro, na avaliação de Elias Pedrosa, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Pará (Sippa). Agora que a crise mundial começou a dar reflexos mais significativos na economia nacional, um reajuste no pão causaria impacto na mesa da população. 'Sempre que há reajuste, a venda cai. O mercado não está preparado para isso', afirma. A Associação Brasileira de Pão e Trigo já agendou reunião com o Governo Federal para explicar a necessidade de renovação das isenções.
A estabilidade no preço do pão francês nos últimos 12 meses é explicada principalmente pela MP. Sem ela, diz o presidente do Sippa, o custo sofreria variações constantes de acordo com a oscilação do estoque mundial de trigo e do preço do dólar. Caso os moinhos de trigo não contem mais com as isenções nos próximos 12 meses, haverá uma consequência negativa e difícil de ser prevista. 'A crise ainda está no meio. Não cabe aumentar agora o preço do pão', argumenta.
Reaparecimento de impostos e dificuldades nas exportações podem fazer com que haja uma elevação no preço do pãozinho de mais de 15% a partir de 1º julho, segundo Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese. 'Hoje, o pãozinho serve de café, almoço e janta para uma quantidade expressiva de paraenses. Esperamos que o aumento não chegue a tanto', diz Sena, aparentemente resignado em relação a um aumento no preço do produto. Atualmente, o pão francês custa entre R$ 5,00 R$ 7,50 o quilo na Região Metropolitana de Belém, mais ou menos de R$ 0,25 a R$ 0,37 a unidade.
Cliente antigo de um moinho de trigo em Belém, o gerente de padaria Francinaldo Guerreiro Tavares antecipou a compra de 200 sacas do produto, para não ter prejuízo. Segundo lhe foi passado pelo moinho, nesta semana o preço da saca vai de R$ 68 para R$ 74, mesmo ainda não havendo anúncio oficial sobre a volta dos impostos. 'Fiz logo um estoque para aproveitar o preço antigo. O moinho já dá como certo o reajuste', afirma.

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