No AMAZÔNIA:
Funcionários do Pronto-Socorro Municipal do Guamá iniciaram ontem uma 'greve branca'. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindsaúde), todos voltaram aos seus postos de trabalho ainda no sábado, mas poucos trabalharão, de fato. O fim da greve foi determinado pelo juiz Marco Antônio Lobo Castelo Branco, da 2ª Vara da Fazenda Pública, que expediu mandado de intimação e citação, durante o sábado.
Os grevistas nem cogitaram desobedecer a ordem judicial de imediato retorno ao trabalho, por causa da multa diária de R$ 10 mil, estipulada pelo juiz. A saída, então, foi burlar a ordem e fingir trabalhar. A justificativa para tal resistência é a falta dos Equipamento de Proteção Individual (EPIs) para atender os pacientes. Sem luvas, máscaras, óculos e aventais adequados, há o risco constante de transmissão de doenças como tuberculose, meningite e até AIDS, explica o diretor do Sindsaúde, Robson Rodrigues. 'Esse problema, na verdade, não é o único, mas por enquanto é o principal. Como querem que a gente trabalhe com medo de pegar uma dessas doenças?', questiona.
Outro problema grave denunciado pelo sindicato - e que, para os grevistas, justifica a permanência da paralisação - é a falta de medicamentos. Quem mais sofre são os pacientes que precisam de antibióticos. Como a quantidade não é suficiente para todos, os médicos precisam escolher quem vai viver e quem vai morrer. 'Parar de dar antibiótico, em alguns casos, é a certeza de que haverá uma infecção generalizada', explica a técnica de enfermagem Roseana Damasceno.
Uma das justificativas para a decisão de Marco Antônio Castelo Branco é a ausência de regulamentação para o exercício de greve no setor público. 'Defiro a antecipação dos efeitos da tutela de mérito para declarar a abusividade da greve deflagrada pelo SindSaúde', diz a sentença. O oficial de justiça entregou, ainda no sábado, o documento para cerca de dez servidores, que ainda participavam da mobilização na frente do hospital.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a paralisação de cerca de 30 servidores do Pronto-Socorro do Guamá (HPSM) não prejudicou o atendimento, uma vez que não houve adesão da equipe plantonista de médicos e da maioria de enfermeiros, técnicos em enfermagem e dos demais servidores do administrativo e operacional. Durante os cinco dias, teriam sido feitos cerca de 1,8 mil atendimentos de urgência e emergência.
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