segunda-feira, 11 de abril de 2016

Nem todo sertanejo é um forte


ISMAEL MORAES – Advogado (@ismaeladvogado)

Há 10 anos defendi os interesses do comerciante Francisco Chapadinha (na imagem, com a presidente Dilma) em um caso cível no Tribunal de Justiça do Pará. Os adversários no processo, além de assistidos por um talentoso advogado, faziam parte de uma poderosa família tradicional de Santarém, cujos tentáculos influíam no Poder Judiciário desde o fórum local até a alta cúpula, tornando difícil o êxito. Ele sabia disso, mas a sua determinação em lutar era contagiante.
Na tribuna, aos desembargadores narrei o percurso difícil de retirante nordestino que, sem inflexão de caráter, dignificou a riqueza que amealhara com o trabalho diuturno e honesto. Citei Euclides da Cunha para atribuir ao meu constituinte a mesma fibra inspiradora da máxima “Todo sertanejo é um forte!”, de utilização clássica quando se quer realçar a resistência não só física como moral dos homens daquela região árida.
Fazendo parte da Câmara Cível do Tribunal, o desembargador Geraldo Lima, nordestino de nascimento e sempre afeto aos oprimidos, foi ao delírio e chamou para si a causa. Divergiu do voto adverso da relatora, e, com o voto vencedor, nos deu a vitória naquele caso que, até aquele dia, considerava-se perdido para o perseverante arigó.
Eis que Chapadinha resolveu candidatar-se a deputado federal, elegendo-se contra tudo e todos, contando apenas com a irresistível simpatia de sua simplicidade e, claro, com os recursos financeiros de empresário bem sucedido. Até hoje não sei se a sua plataforma política é o desenvolvimento da região com melhorias fiscais aos comerciantes, se é a aplicação de recursos para a instalação de projetos econômicos ou se ficara apenas no discurso assistencialista que vi na campanha eleitoral de televisão.
O certo é que Chapadinha detém um mandato popular sem estar obrigado a rezar na cartilha de qualquer grupo político ou econômico porque foi eleito no corpo a corpo, por mérito e, claro, dinheiro próprios.
Mas tão certo quanto isso conferia independência e respeito absoluto ao deputado federal Chapadinha, contra quem ninguém poderia acusar de uso de dinheiro público para qualquer fim, a divulgação recente de que negociara seu voto no processo de impeachment levou-o à vala comum dos políticos profissionais, e permitirá, no futuro, mesmo que de forma injusta, imputar-lhe a aquisição de patrimônio, manter-se no poder ou qualquer outra forma de improbidade com o uso de recursos públicos.
E isso ainda pode ainda piorar com o agravamento da situação econômica e social no caso de a presidente Dilma não ser cassada, porque todos em Santarém ficaram sabendo que a Superintendência do Incra foi entregue ao deputado federal Chapadinha para votar nesse sentido.
Além de Chapadinha não possuir intimidade com o setor fundiário, seja como empresário, sindicalista ou agricultor ("o que ele fará com esse belo cavalo de Troia?"), agrava o fato de que o Incra, a par de ser uma das mais conturbadas autarquias federais em qualquer lugar, em Santarém se notabilizou por levar à cadeia todos os recentes superintendentes, acumulando um passivo administrativo difícil de debelar a médio, quiçá a longo prazo.
Ao aceitar esse “mimo”, que mais parece uma armadilha, Chapadinha foi seduzido pelas veleidades do poder. Deixou-se levar por uma tentação à toa, infelizmente demonstrando que “Nem todo sertanejo é um forte”.

Isto é desinformação


Do jornalista Francisco Sidou, por e-mail:

Em sua última edição, que está "causando" pelo teor político, a revista IstoÉ, de circulação nacional, tira uma "casquinha" também com o Pará.
Na coluna do "tio" Boechat, diz-se lá , sob o título "O valor da origem", com o suposto endosso da Embrapa, que a castanha-do-brasil é rica em selênio, mas somente as do Amazonas e do Amapá, que têm 30 vezes mais que as produzidas nos outros Estados.
Ora, pois, pois, como diria o Conselheiro Acácio. Além de tirarem o nome do Pará da castanha ainda querem "passar" para os consumidores nacionais e internacionais que a nossa castanha não presta.
Será que a "nossa" Setur (Secretaria de Turismo) e a "nossa" Secom (Secretaria de Comunicação) nada têm a declarar?
Ou pelo menos solicitar os supostos estudos da Embrapa para rebater tamanha afronta?
IstoÉ uma vergonha, como diria "Tio" Bóris.

A arte paraense nas "Margens"


Agende-se.
Que estiver em São Paulo, vale a pena conferir essa exposição de alguns dos mais representativos artistas plásticos paraenses.
Na Galeria Virgilio.

Tem muito mais nessas histórias


Polui no tempo e, no ressabiado teatro da política, existem várias expressões para definir o governante que, em pleno mandato, por alguma circunstância dramática, perde a autoridade mínima de governar. A presidente da República vive uma situação de “rainha da Inglaterra”, ou seja, o país se tornou uma monarquia parlamentarista, onde quem sempre mandou e continua mandando é o “primeiro ministro” Lula. Agora pasmem, se o ex-presidente assumir a Casa Civil, como a presidente pretende, ele terá com a supercaneta o poder de nomear diretores da Polícia Federal, a mesma polícia que o investiga. As diretorias mais estratégicas são as que cuidam da inteligência e do combate aos crimes organizados. A presidente indica o diretor geral. Isso beira o tom tragicômico e absurdo.
Todos os dias, em algum salão da Corte, a estratégia da presidente para se livrar do impeachment envolve uma batalha dura com o Congresso - e o recurso a velhos mitos para ganhar parte da opinião pública. A presidente continua bradando “jamais renunciarei”, diante de plateias de militantes que são arrebanhados e tomam assento quase que diariamente no Palácio do Planalto, a verbalizar que não sucumbirá à pressão popular e política. Queira ou não, sua situação é insustentável. Apesar de evidenciar o contrário, mostra que está profundamente fragilizada. Apela sempre para o discurso emocional, que muitas vezes pode ser interpretado como coreografado.
Essa história de ex-presidente tirar uma de “Rambo” à brasileira, querer se passar por estrategista, incitando aos gritos a convocação de seus exércitos vermelhos, centrais sindicais, militâncias, etc., para irem às ruas. Isso é despreparo e indigência mental. Ele esquece que está envolvido em muitos episódios que precisam de muitas explicações, como negócios escusos e políticas de vileza. A situação acha que está havendo golpe contra a democracia, uma ruptura com a legalidade. Não há golpe de Estado em curso no Brasil. O impeachment é um instituto previsto na Constituição brasileira e consagrado nas democracias presidencialistas. Cabe, sim, aos deputados e senadores, também eleitos por voto popular, como a presidente, fazer o julgamento político sobre o afastamento da presidente.
Com o grau de investimento concedido pelas agências de classificação de risco, em 2008, a euforia da descoberta de petróleo na camada pré-sal, um salto nas exportações de matéria-prima e um mínimo recorde na taxa de desemprego, foi bom. De lá para cá, muita coisa mudou. A Moody’s rebaixou a nota do Brasil em dois degraus e o País perdeu o “selo de bom pagador”, afugentando os últimos fundos internacionais que permaneciam aqui. Os investidores percebem um risco maior de inadimplência. O juro da dívida pública sobe, aumenta o custo de captação do setor privado e cai o volume de empréstimos - péssima notícia num momento em que os empresários estão adiando investimentos pelas incertezas do cenário econômico. O País está politraumatizado, engessado até o pescoço. A Standard & Poor’s e Fitch foram as últimas a rebaixar o Brasil.
A presidente está mais preocupada com seus problemas e os de Lula do que com as reformas necessárias ao país. A operação Lava Jato vai entrar para a história. É uma realidade. Nunca se apurou com tanta profundidade as irregularidades praticadas por integrantes dos mais diferentes segmentos sociais. O corrupto, seja quem for, tem de pagar pelo crime que cometeu. Mas tem gente interessado em abortar a Lava Jato. Olho vivo, a Itália abortou a Mãos Limpas e ganhou nove anos de bunga-bunga de Silvio Berlusconi.
Há que se ter muito cuidado com o jogo interno de traições no PMDB e alhures. Com seu imenso apetite pelo poder, poderá não permitir a queda da presidente. Seis ministros peemedebistas não deixarão a boquinha. Entre lideranças da Câmara e do Senado os ministros preferem ficar no aconchego de Renan e seus privilégios. Têm muito mais nessas histórias... e, agora, nas 107 offshores. Ufa! Tudo muda em segundos O Brasil está no lixo. De vergonha já estamos cobertos. Chega de hipocrisia.

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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com

O que ele disse


“Esta será uma semana muito importante porque haverá a votação do impeachment e, por consequência, um julgamento. Muitos falam em golpe, até mesmo a presidente. Mas a senhora está empregando a palavra errada. Golpe quem deu foi a senhora, quando prometeu uma série de coisas para os seus eleitores e não cumpriu."
Ary Fontoura, ator, no Domingão de Faustão de ontem, na Globo.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Jornalistas devem opinar. Mas também precisam perguntar.


Vejam o vídeo acima.
Está bombando aí pelas redes sociais, com quase 150 mil visualizações.
Mostra intervenções - não perguntas, seja bem dito, mas intervenções - do jornalista José Nêumanne Pinto, um dos editorialistas do jornal O Estado de S.Paulo e comentarista da Rádio Estadão, durante o Roda Viva da última segunda-feira (04).
O vídeo deveria ser assistido por estudantes de jornalismo, sobretudo eles, que precisam estar sempre afiados para perguntar - objetivamente, fundamentadamente, curto e grosso, sem lero-lero, sem rodeios.
E Nêumanne, ressalvada sua vasta experiência e ressalvado seu tom incisivo, não pergunta.
Praticamente não pergunta.
Ele discursa.
Desabafa.
Expõe.
Comenta.
Opina.
Mas não pergunta.
E tanto é assim que o próprio mediador, jornalista Augusto Nunes, diz várias vezes, e audivelmente, "Pergunta".
Não se discutem aqui o mérito das colocações de Nêumanne.
Com algumas delas, o Espaço Aberto, com outras não.
Concorda, por exemplo, que o Supremo é lento demais para julgar e punir delinquentes que se escoram no foro privilegiado.
Mas discorda, por exemplo, quando considera uma involução o julgamento do mensalão, porque todos os réus estão soltos e apenas Zé Dirceu preso, e assim mesmo porque reincidiu.
Mas espera aí: é o Supremo responsável pelo indulto concedido pela presidente da República?
Ou são as leis, nas quais o Supremo deve se estribar, as responsáveis por isso?
Enfim, vejam e julguem vocês mesmos.
Julguem Marco Aurélio Mello e José Nêumanne Pinto.

Paulo Maluf dá lições de ética. O Brasil acabou.


Hehe.
O Brasil, meus caros, acabou.
Acabou e ninguém se dá conta disso.
Um Brasil como este, em que Paulo Maluf dá lições de ética e diz que vai investigar safadezas, podem acreditar que acabou.
Maluf, vocês sabem, é aquele que virou verbo.
Malufar, sabem todos, é conduta que levou Maluf a ser condenado em várias ações e estar sendo investigado em outras tantas.
Pois o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) está inconformado com o clima de leilão quese instalou no Congresso, às véspera da votação do impeachment de Dilma.
E disse coisas assim:

"Estou investigando e vou investigar membros do meu partido"

" Quando acho que devo votar, eu voto de graça. Quando acho que eu não devo votar, não tem voto que faça mudar meu ponto de vista."

"A única maneira de mostrar que eu não recebi, não recebo e não receberei cargos é votando pelo impeachment"

Viram?

O Brasil acabou e ninguém se dá conta disso.

Dona Odete



Maravilha!
Dona Onete, uma das preferidas aqui do blog, disponibilizou na internet a primeiro faixa de seu novo álbum que ainda vai ser lançado em junho.
A faixa “Banzeiro”, aliás, dá nome ao álbum.
O single marcado pela percussão é uma releitura do gênero festivo Banguê, trazido pelos escravos que trabalhavam nos engenhos de cana-de-açúcar, no interior do Pará.
Vejam aí.

Resgatando o Pará

ISMAEL MORAES - advogado socioambiental

A Procuradoria do Estado possui alguns membros ostentando portentosas bancas de advocacia privada que servem às empresas com os potenciais maiores passivos sociais, ambientais e tributários, que, em muitos casos, magicamente, jamais constituídos em dívidas ou caracterizados como objetos a serem demandados, desaparecem sem sequer chegar a se tornar litígio – excrescência que é uma realidade espantosa quando deparada com o baixíssimo IDH da maioria dos municípios e da própria Região Metropolitana de Belém.
O contribuinte paraense (categoria em que até a pouco tempo não se incluíam as mineradoras) já pagou e ainda paga muitos cursos de mestrado, doutorado e quejandos a diversos servidores de carreira, geólogos, engenheiros, químicos e, em especial, a procuradores do Estado para se especializarem em matéria tributária, agrária e ambiental. Mas a aplicação desses conhecimentos, ao contrário de obrigar as mineradoras a compensarem ou a pelo menos  remediarem por tanto mal deixado, até recentemente só foi utilizado a favor delas em rendosas assessorias ou advocacia particular, de uma casta que já recebe uma das melhores remunerações de todo o funcionalismo público.
Foi necessário que agentes políticos (ou seja, quem não é de carreira na função pública) começassem a apurar essas dívidas sociais e ambientais para que a Procuradoria do Estado passasse a ser obrigada a agir. Com o domínio seguro de Helenilson Pontes, tributarista de nomeada, por sorte ocupando a vice-governadoria, o governador Jatene pôde taxar a exploração dos minérios e a utilização dos recursos hídricos, forma legítima de, enviezadamente, compensar o desfalque causado pela Lei Kandir, e mantido pela incompetência e falta de compromisso da maioria dos parlamentares federais que até hoje nos representaram.
Atualmente, em franca atitude defensiva do Pará assumida pelo secretário Adnan Demachki e Luiz Fernandes, empresas que utilizam os nossos recursos são obrigadas a investir aqui para obter licenças de funcionamento, como uma multinacional proprietária de jazidas de ouro obrigada a criar pólo joalheiro, ou as exportadoras de grãos, que terão de instalar indústrias de beneficiamento de soja e milho, e não apenas passar com as riquezas deixando um rastro de miséria, como já está fazendo a multinacional Bunge Alimentos.
Na terça-feira, a Justiça Federal em Altamira concedeu liminar a uma ação proposta pela Procuradoria do Estado e pelo MPF obrigando a Norte Energia a aplicar 109 milhões de reais no Pará em compensações até então destinados ao Estado do Mato Grosso.
Mas a imprensa não noticiou que todos os estudos, não só científicos como jurídicos, que embasaram a atuação da Procuradoria do Estado, e mesmo as gestões insistentes junto ao governador Simão Jatene para determinar a propositura da medida judicial, resultaram do inconformismo e da incansável dedicação do secretário de Estado de Meio Ambiente, Luiz Fernandes, e do diretor do Ideflor-Bio, Thiago Valente.
Pode ainda ser pouco perto do que já fomos espoliados, mas isso já nos dá uma sensação de cidadania e de resgate do Pará.

O que ela disse


"Eu estou enfrentando, desde a minha reeleição, a sabotagem de forças contrárias e mantenho o controle, o eixo e a esperança"
Dilma Rousseff, presidente da República, sobre o impeachment e as ameaças de cassação de seu mandato.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Ninguém respeita a área que a Circus demarcou. Ainda bem!



Olhem a foto lá do alto.
Foi feita nesta quarta-feira (06), pela manhã.
É uma atualização da que está acima, feita no final da tarde do último domingo e postada aqui no Espaço Aberto na segunda-feira, sob o título Hamburgueria demarca área. E será autuada pela Semob.
A hamburgueria é a Circus, que fica bem na esquina da João Balbi com a Quintino.
A Semob já assegurou ao blog que a lanchonete não tem autorização para reservar área de embarque e desembarque.
O mais bacana é o seguinte, como vocês veem na foto lá do alto: ninguém está dando a mínima bola para essa área demarcada. Em vez de apenas embarcarem e desembarcarem, motoristas que encontram vaga estacionam na maior, diboa.
E devem fazer isso mesmo, porque a Circus não pode subtrair um espaço público onde não é, pelo menos até agora, proibido estacionar.
E a propósito de trânsito e de Semob, leiam a seguir uma mensagem que o jornalista Emanuel Villaça mandou ao blog, pelo Zap, na última terça-feira.

Hoje de manhã, a Semob deixou os flanelinhas em polvorosa. Depois de dois veículos da Semob multarem os carros estacionados em via dupla em frente à Alepa e Prefeitura, mandou outros fiscais fazerem  outra varredura. Os flanelinhas diziam: "De onde apareceram esses caras?". Um outro detalhe: começaram a ligar os carros e tentarem tirar do local, mas não tinham carteira. Irresponsabilidade dos proprietários, que deixam as chaves mas mãos de pessoas sem habilitação. Multa bem dada. Parabéns, Semob! Parabéns!
Os caras estavam desesperados! Fiquei feliz em ver cena. Estou até agora aplaudindo. Até que enfim!

Pois é!
Até que enfim.
No trânsito, deve-se observar tolerância zero com tudo o que atropelar as leis (com o perdão do trocadilho infame).
Assim é que deve ser.

Na travessa 14 de Abril, em menos de 100 metros, dois pontos de táxi



E já que o assunto é trânsito, continuemos nessa onda.
Porque o trânsito nos afeta a todos, né?
Estejamos a pé, de bicicleta, de carro, de ônibus, de camelo ou de elefante, não importa: a bagunça está em toda parte.
Pois um leitor fez o seguinte comentário sobre a postagem Taxistas demarcam sua área na marra. Ao lado do Fórum Cível:

Dê uma olhada na [travessa] 14 de Abril, em frente ao Ophir Loyola.
No mesmo quarteirão, em menos de 100 metros, existem dois pontos de táxi.
Isso mesmo: dois pontos de táxi em menos de 100 metros.
Aí é brincadeira!

É a pura verdade, meus caros.
A mais pura, genuína e cristalina verdade.
O leitor está certíssimo.
Querem ver como está?
Usem vocês mesmos a própria imagem do Google Maps, incorporada nesta postagem.
Observem lá.
O que está mostrado na imaem é o primeiro ponto, no local onde aparecem a ambulância e uma árvore.
Agora, movimetem a imagem e confiram: do lado direito, logo depois da área em construção, quase na esquina com a Gentil, há um segundo ponto de táxi.
Os dois estão a menos de 100 metros um do outro.
Estão quase emendando um no outro.
Hehe.
É brincadeira mesmo, como diz o leitor.
Depois de autuar a Circus Hamburgueria, a Semob bem que poderia passar no local e pôr ordem nessa zorra.

Comitê Gestor prepara lista unificada para pagamento de precatórios no Pará

Francisco Rocha, Silvia Mara Costa e Arthur Chaves: pagamento de precatórios vai ser unificado
O Comitê Gestor das Contas Especiais de Pagamentos de Precatórios do Estado do Pará vai fazer a primeira simulação da lista unificada para o pagamento de credores favorecidos por decisões da Justiça Federal, da Justiça do Trabalho e da Justiça Estadual. Esse será o primeiro passo para a elaboração posterior de uma lista cronológica que será atualizada eletronicamente, de acordo com termo de cooperação a ser assinado, futuramente, entre os respectivos tribunais.
A deliberação foi anunciada na manhã desta quarta-feira (06), durante reunião ordinária do Comitê Gestor ocorrida na Justiça Federal, com as presenças da juíza auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça do Estado e coordenadora dos Precatórios, Silvia Mara Bentes de Souza Costa; do presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, desembargador federal Francisco Sérgio Rocha; e do juiz federal Arthur Pinheiro Chaves, diretor do Foro da Seção Judiciária do Pará.
A primeira simulação da lista unificada para o pagamento de precatórios - valores decorrentes de decisões judiciais, devidos pela União, por Estados e municípios a empresas e cidadãos - será apresentada no dia 12 de maio, durante encontro que reunirá integrantes do Comitê Gestor e representantes do Ministério Público - do Estado e Federal, da Procuradoria Geral do Estado, da Procuradoria do Município de Belém, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Associação dos Municípios, entre outros órgãos.
Atualmente, de acordo com informações disponíveis no sítio do Tribunal de Justiça, os valores devidos apenas pelo Estado do Pará, no período de 2008 até agora, alcançam cerca de R$ 248 milhões. O município de Belém deve R$ 117,283 milhões. Cerca de 40 municípios paraenses, incluindo Santarém e Marabá, respectivamente o terceiro e o quatro maiores do Estado, devem em torno de R$ 34 milhões em precatórios.
Bilhões - O último levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que, até junho do ano de 2014, a União, os Estados e municípios acumulavam dívida estimada em R$ 97,3 bilhões em precatórios emitidos pelas Justiças Federal, Estadual e trabalhista.
Em março do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que Estados e municípios têm prazo até 2020 para pagar todos os precatórios em estoque. Dívidas reconhecidas a partir de 2021 precisam ser pagas no ano seguinte. O STF também proibiu as compensações – ou seja, quando o Poder Público, em vez de pagar a dívida, abate de impostos que o cidadão ou a empresa precisam pagar.
Em 2013, o STF declarou inconstitucional o pagamento parcelado em 15 anos dos precatórios, conforme estava autorizado em uma emenda constitucional aprovada em 2009. Ministros do Supremo entenderam que o parcelamento fere o direito do credor e adia o recebimento de valores de forma exagerada. O Tribunal também decidiu que não era permitida a realização de leilões, nos quais os credores que ofereciam maior desconto sobre a dívida tinha preferência na quitação do precatório.

O que ele disse


quarta-feira, 6 de abril de 2016

A Islândia nos humilha, nos faz sentir benfeitores de corruptos

Gunnlaugsson: ele renunciou antes mesmo que o renunciassem. E os corruptos daqui, como é que é?
Sim, meus caros.
A Islândia, essa pequena ilha situada no Atlântico Norte, com apenas 320 mil habitantes, nos humilha com a sua transparência, nos espezinha com o seu rigor ético, nos faz sentir benfeitores de corruptos de toda espécie.
A Islândia faz com que nós, brasileiros, tenhamos vergonha - muitíssima vergonha - de nós mesmos.
Reparem só.
O Brasil de corruptos está com o crème de la crème de sua casta política atolada em corrupção.
Temos uma presidente e um vice-presidente da República, como Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), citados por delatores como supostos beneficiários, em suas campanhas, por dinheiros provindos de fontes ilegais.
Temos um presidente da Câmara dos Deputados, como esse gigante da ética, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terceiro na linha sucessória na República, denunciado formalmente por três crimes.
Temos um presidente do Senado, como esse bastião da candidez, Renan Calheiros (PMDB-AL), investigado pelo Supremo.
Temos o presidente do maior partido de oposição do País, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), na iminência de ser investigado como beneficiário de supostas propinas em Furnas.
O que fazem esses personagens?
Ficam onde estão.
Permanecem posudos da mesma forma.
Continuam com os dedos apontados uns para os outros, dizendo todo dia: "Tu és corrupto, eu não".
E onde entra a Islândia nisso?
A Islândia está entre os 20 países mais transparentes do mundo, segundo o Índice de Percepção de Corrupção de 2015.
Na Islândia, o primeiro-ministro Sigmundur David Gunnlaugsson renunciou ao cargo nesta terça-feira (05).
Por quê?
Porque teve seu nome citado no escândalo Panamá Papers.
De acordo com os documentos publicados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), o primeiro-ministro possuía 50% da empresa offshore até o fim de 2009. Mas, quando foi eleito deputado pela primeira vez, em abril de 2009, ele omitiu a participação em sua declaração de patrimônio.
Ainda nem se sabe se Gunnlaugsson realmente é corrupto ou não.
Ainda nem sequer está sendo investigado.
Mas ele preferiu renunciar antes mesmo da votação de uma moção de desconfiança pelo Parlamento, o que fatalmente ocorreria diante de crescentes processos populares.
E o mais impressionante: do último final de semana para cá, nada menos de 24 mil pessoas, em um país de 320 mil habitantes, haviam assinado uma petição on-line para exigir a saída de Gunnlaugsson.
Vocês sabem o que é isso?
Significa nada mais nada, nada menos do que 7,5% da população da Islândia.
É como se, proporcionalmente, 15 milhões de brasileiros assinassem uma petição on-line para exigir a renúncia de Dilma, Temer, Cunha, Renan e Aécio.
Sim, meus caros.

A Islândia nos humilha, nos espezinha e nos faz sentir benfeitores de corruptos.

Marco Aurélio exagerou em sua decisão - esdrúxula e absurda


O ministro Marco Aurélio Mello (na foto) tornou-se conhecido no Supremo como "Senhor Voto Vencido".
Ele mesmo preza essa fama.
Uma fama que já foi matematicamente mensurada: em cada três julgamentos na Casa, ele fica vencido em um.
Avaliar que os juízos de Marco Aurélio são às vezes, como se diz, um ponto fora da curva não é de todo exagerado.
Porque ele muitas vezes exagera ao expressar o seu entendimento sobre as leis e a Constituição.
Ontem, aqui pra nós, Marco Aurélio Mello exagerou, extrapolou, foi ao limite do imponderável e do quase deboche ao mandar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acolher pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer.
É brincadeira.
Essa uma decisão absurda, esdrúxula, disparatada, descabida, implausível, desconexa, despropositada - e outros adjetivos mais, ao gosto de cada um.
Uma decisão teratológica, como dizem nossos dotôres.
O juízo de admissibilidade sobre essas ações são exclusiva do presidente da Câmara, não é?
Marco Aurélio, portanto, invadiu, usurpou a competência do Legislativo.
E deve ter feito isso na certeza de que, na deliberação do Pleno do Supremo sobre o recurso que a Câmara vai impetrar, ele, Marco Aurélio, vai perder por 950 milhões de votos a 1.
E talvez, depois disso, bata no próprio peito para dizer que, sim, ele é o Senhor Voto Vencido por excelência.
E daí?
O que isso acrescenta aos pudores intelectuais ou às bravuras de consciência do ministro Marco Aurélio?
Nada.
Sinceramente, absolutamente nada.

Os vândalos do futebol: até onde eles chegarão com a crueldade?


No domingo, em Belém, bandidos protagonizaram cenas pavorosas na BR-316, em Marituba, antes do Re-Pa (olhem a imagem acima, feita com celular).
Paus e pedras foram usados com armas.
Se atingissem algum inocente, seria morte na certa.
Os bandidos intitulavam-se integrantes de torcidas organizadas dos dois clubes.
No domingo, em São Paulo, bandidos protagonizaram cenas pavorosas em vários bairros da cidade, antes e depois de Corinthians x Palmeiras, uma espécie de Re-Pa de lá.
Houve depredações e tiros.
Em São Miguel Paulista, na zona leste paulistana, um homem foi atingido por umbala perdida e morreu.
Ele não tinha nada a ver com o vandalismo, com as arruaças, com as brigas.
Não integrava nenhum dos bandos.
Talvez, coitado, nem torcesse para time algum.
Estava simplesmente na rua, naquela hora.
E foi morto. Brutalmente. Selvagemente. Injustificadamente.

O que mais ainda precisará acontecer para que essas hordas de vândalos sejam banidas dos estádios, muito embora agora estejam observando a cautela de confrontarem-se mais distante deles?

O que ele disse


terça-feira, 5 de abril de 2016

Chico Buarque - O Velho Francisco

Charge - Regi


Charge para o Correio Amazonense.

Quem dá mais?


O assédio a parlamentares, contrários ou favoráveis ao impeachment da presidente Dilma, tem sido cada vez mais ostensivo e menos republicano.
Histórias - até aqui de difícil comprovação - começam a brotar aos borbotões.
São histórias de tenebrosas transações, obviamente.
Histórias que, se vierem mesmo a ser comprovada, entrarão para a História como um emblema das podridões desta República que expõem, de forma cada vez mais deplorável, valores e princípios éticos que até as sarjetas rejeitam.

Taxistas demarcam sua área na marra. Ao lado do Fórum Cível.



Olhem só.
Leitor deixou o seguinte comentário, a propósito de postagem em que o Espaço Aberto mostrou uma demarcação irregular feita pela Circus Hamburgueria, na João Balbi, quase esquina com a Quintino.

A Semob deveria fazer o mesmo com os pontos de táxis.
A maioria são irregulares, sem autorização da Semob. 
É só pintar o chão, colocar uns cones que fica ponto exclusivo de taxistas. Sempre em frente a hospitais, bancos, etc.
Neste ponto, por exemplo, um dos metros quadrados mais disputados para estacionamento, na lateral do Fórum Cível.

A lateral do Fórum Cível, cativa de táxi e demarcada pelos cones, está aí em cima, em imagem do Google Maps indicada pelo próprio leitor.
Isso confirma, conforme se disse na postagem sobre a Circus Hamburgueria, que Belém virou uma terra em que muitos - muitos mesmo - se acham no direito de criar suas próprias leis no trânsito.
O resultado é a bagunça.
O resultado é esse trânsito caótico que temos todo dia, o dia todo.

Belém nos tempos: o edifício Bern



Do Belém Antiga

Antes e Depois. Ele está no seu caminho há quase 100 anos, mas sumiu misteriosamente da sua vista, perdido entre pichações, vandalismo, marginais. A desconhecida história do primeiro edifício a ter elevador em Belém, relegado ao esquecimento, pela cidade , para quem um dia, foi símbolo maior da modernidade.
Dentre os vários edifícios que surgiram entre 1920 e 1930 na Av 15 de agosto, que viria a ser Presidente Vargas, anos depois, destacava-se o Edifício Bern.
Tinha natureza residencial e comercial. Além de apartamentos, abrigava a Sede da Rádio Internacional e do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda - Deip. Nos seus discretos 4 andares, buscava um estilo arquitetônico mais arrojado e com uma novidade que marcaria para sempre a busca da modernidade da Belém daqueles anos.
Era o primeiro a possuir elevador (excetuando o Grande Hotel). O equipamento ficava logo na entrada do "hall" e era um convite para que se mais trocassem as escadas pela novidade. Hoje ele segue no mesmo lugar, pichado, fechado, marginal na esquina da Presidente Vargas com Ò de Almeida.
Talvez lamentando tudo o que representou para a urbanização de Belém. Uma cidade que de maneira categórica parece que resolveu esquecer e apagar este capítulo de sua história. Na segunda foto, como anda hoje.
Esquecido, pichado, lacrado, (apesar de um recente tapume posto pela prefeitura, talvez para evitar ainda mais destruição). A memória da cidade lamenta profundamente este descaso.

Fonte: Acervo Magalhães Barata/SIMM Secult - Tese Isto não é para nós/ Túlio Chaves, UFPa 2011 e Google 2012

Pará não quer ser apenas corredor de exportação

"O Pará não pode ser somente corredor de exportação’’. Esta foi uma das expressões usadas pelo secretário de Desenvolvimento Econômico Adnan Demachki, em reunião com a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Hidrovia do Tapajós (ATAP), que mobiliza as empresas responsáveis pelo corredor de exportação que pretende enviar ao exterior 30 milhões de toneladas de soja pelos portos do Tapajós, no Pará. A verticalização será a maior de todas as condicionantes para a concessão da licença ambiental dos portos, assegura Demachki.
“Estamos abrindo o debate com os exportadores, que são muito bem-vindos ao Estado. Queremos contribuir para que eles exportem, mas parte dessa soja precisa ser processada aqui no nosso Estado, gerando óleo e, sobretudo, proteína animal - frangos e suínos, para gerar empregos e riqueza no Estado, que festeja a implantação das Estações de Transbordo de Cargas do Tapajós (ETCs), para que possamos ser um corredor de exportação de soja do Mato Grosso. Mas não somente corredor de exportação. Queremos contribuir com a mobilidade da produção de soja nacional, mas queremos partilhar dessa riqueza. Não podemos festejar colocar esses 30 milhões de toneladas de soja dentro de navios e mandarmos "in natura" essa valiosa matéria-prima. Essa conta não pode ser só nossa”, diz Adnan Demachki, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia.
Uma reunião com empresários ligados à ATAP já está agendada para o próximo dia 12 de abril, em São Paulo, quando o secretário Adnan estará acompanhando o próprio Governador Simão Jatene e explicitarão a eles a proposta do governo para a verticalização de parte dessa matéria-prima.
Ricardo Cerqueira, presidente da ATAP, classifica a posição do secretário como “importante para o Estado, mas como envolve novas receitas para indústrias, estamos agendando com os presidentes das empresas uma reunião para tratar do tema em São Paulo”, disse Cerqueira.

Fundamento
O secretário Adnan Demachki explicou ao presidente da ATAP e empresários ligados à entidade, em reunião na última quarta-feira, 30, na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em Belém, que o governo está lançando mão de todos os instrumentos para que o Estado seja cada vez menos extrativista e a verticalização é o foco principal da nova legislação de incentivos fiscais do Estado. Além disso, meta do Programa Pará 2030, que redefine os rumos da economia paraense num horizonte de 15 anos.
Demachki cita como exemplo a cadeia de produção do alumínio, onde a empresa Alloys Pará está em fase de licenciamento para implantar unidades fabris à produção de perfis e esquadrias de alumínio e até rodas para bicicletas, motos etc, que gerará centenas de empregos e permitirá o surgimento de outras empresas para adquirir esses produtos e agregar mais valor ao processo.
Na cadeia do ferro, o protocolo assinado entre Governo do Estado, Vale e Cevital foi mais um passo decisivo para a implantação da tão ansiada siderúrgica em Marabá. Uma política de incentivos fiscais está sendo viabilizada, através de decreto, para as indústrias de açaí, para que o Estado deixe de exportar polpa e possa industrializar o fruto no próprio Estado.
É sabido que é no processo de verticalização das cadeias produtivas que se gera os melhores empregos e, automaticamente, as melhores rendas salariais.  Demachki observa que cada 1 milhão de toneladas de soja verticalizadas em óleo e suínos e aves gera 7.500 empregos.
‘’Verticalizar é gerar mais emprego e renda no Pará e os melhores empregos estão na segunda e terceira etapa da cadeia, justamente aquela que produz produtos com valor agregado”, reforça o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Adnan Demachki, que articula a política de industrialização dos segmentos econômicos no Pará e age para atrair novos oportunidades de negócios para o solo paraense.
O novo corredor de exportação da soja do Centro-Oeste e do Norte brasileiros permitirá o avanço da capacidade de movimentação do produto nos terminais de região. A estimativa é de que a soja do Mato Grosso ganhe entre US$ 20 e US$ 30 por tonelada no custo logístico se escoado pelo Norte e não pelos portos do Sul-Sudeste do país.

Fonte: Assessoria de Imprensa

O que ele disse


"Conforme fartamente documentado pela imprensa, a decisão do presidente Eduardo Cunha não visou o cumprimento da Constituição. Os fatos ficaram claros. A sua excelência senhor Eduardo Cunha usou da sua competência para fazer uma vingança e retaliação à chefe do Executivo porque esta se recusava a garantir no Conselho de Ética os votos que seu partido poderia lhe dar para que não fosse processado."
José Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União, defendendo a presidente Dilma na Comissão Especial do Impeachment, na Câmara.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Hamburgueria demarca área. E será autuada pela Semob.


Olhem só essa parada.
Vejam como Belém, muitas vezes, se parece com uma terra de ninguém não propriamente pela omissão de órgãos públicos, mas pela naturalidade, digamos assim, com que cidadãos se acham no direito de fazer o que bem entendem, transformando a cidade numa zorra total.
Estão vendo a foto?
Foi mandada para o Espaço Aberto por um leitor, no final da tarde deste domingo.
Mostra, simplesmente, uma área delimitada para "Embarque" e "Desembarque" na João Balbi, esquina com a Quintino, em frente à Circus Hamburgueria.
A pintura que demarcou essa área estava sendo feita no momento em que o leitor mandou a foto, ou seja, no final da tarde.
O blog oferece digrátis um hambúrguer - um hamburgão mesmo, daqueles adubados - aos leitores que adivinharem quem mandou fazer a pintura, delimitando a área.
Quem mandou?
Se você respondeu que foi a Circus Hamburgueria, então acertou em cheio.
Mas olhem, o blog volta atrás, pede desculpas e retira a promessa de dar um hambúrguer aos que acertarem. Porque serão muitos, às centenas, os que, obviamente, vão apostar que a hambugueria cometeu essa ilegalidade.
E quem diz que é uma ilegalidade? A própria Semob.
O Espaço Aberto entrou em contato com a Semob ainda na noite deste domingo e obteve a confirmação de que não foi dada autorização alguma para que particulares dessa perímetro da João Balby fizessem isso.
De acordo com a Semob, autorizações para providências do gênero podem até ser concedidas a escolas e estabelecimentos comerciais, mas desde que sejam respeitados requisitos técnicos e que a própria Semob acompanhe a demarcação da área solicitada.
E tem mais: a Semob garantiu que nesta segunda-feira vai autuar o responsável pela transgressão.
No caso, a Circus Hamburgueria.
Tintim!

A renúncia é o menor dos males para um País sem saída


A Folha de S.Paulo posicionou-se sobre a crise política.
Em editorial publicado neste domingo (03) em sua primeira página, o que só muito raramente acontece nos grande jornais, defendeu a renúncia da presidente.
"Dilma Rousseff deve renunciar já, para poupar o país do trauma do impeachment e superar tanto o impasse que o mantém atolado como a calamidade sem precedentes do atual governo", diz a Folha no editorial, que você pode ler na íntegra mais abaixo.
No dia 21 de março passado, em postagem intitulada É preciso buscar uma luz no fim do túnel. Mas cadê o túnel?, escreveu o Espaço Aberto:

Dilma Rousseff, a presidente da República, à beira do impeachment por crime de improbidade.
Lula, o ícone - intocável, incontrastável, incomparável e insubstituível - do partido governista, investigado pelo Ministério Público Federal por suposta ocultação de bens e sob ameaça permanente de ter expedido contra si não mais um mandado de condução coercitiva, mas um mandado de prisão.
Michel Temer, o vice-presidente que poderá assumir no caso de impeachment ou de renúncia da presidente, sob o risco de também ser investigado na Lava Jato, após ser citado por Delcídio do Amaral em sua delação premiada.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara e terceiro na linha sucessória, denunciado no Supremo no escândalo da Lava Jato e sob o risco de perder o mandato por quebra de decoro.
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, investigado pela Procuradoria Geral da República por crimes da Lava Jato.
Aécio Neves, senador (PSDB), presidente do maior partido de oposição do País e pré-candidato da presidente da República, sob a iminência de vir a ser investigado pela PGR por suposto recebimento de propinas de Furnas.
E depois do impeachment, se ocorrer, para onde vai o País?
E depois da renúncia, se ocorrer, para onde vai o País?
E depois da cassação da chapa Dilma-Temer, se consumada, para onde?
E se nada disso acontecer, o que acontecerá com o País?
É preciso buscar uma luz no fim do túnel.
Mas cadê o túnel?


É isso.
Com impeachment, o País paralisado como já está. Engessado, como já está. Engolfado em paixões que de consequências imprevisíveis, como tudo indica que será.
Sem impeachment, o País paralisado como já está. Engessado, como já está. Engolfado em paixões que de consequências imprevisíveis, como tudo indica que será.
Para onde se olha, não existe uma liderança, um partido, um segmento que catalise os anseios nacionais - de buscar um túnel e depois uma luz, lá no fim, para que o País possa aspirar à superação desta crise econômica que se agudiza cada vez mais, ao sabor de uma crise política idem.
Para onde se olha, vemos personagens lambuzados na roubalheira desse petrolão.
Para onde se olha, temor rotos falando de esfarrapados.
Novas eleições, até prova em contrário, parece representar o menor dos males.
Para isso, no entanto, seria necessário que tivéssemos lideranças à altura de suas responsabilidades para com a Nação, e não para consigo mesmas ou para com os partidos que representam.
Mas, digam vocês aí, que lideranças são essas?
Fiquem à vontade para nominá-las, por favor.

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Nem Dilma nem Temer

A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país.
É com pesar que este jornal chega a essa conclusão. Nunca é desejável interromper, ainda que por meios legais, um mandato presidencial obtido em eleição democrática.
Depois de seu partido protagonizar os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de se reeleger à custa de clamoroso estelionato eleitoral; depois de seu governo provocar a pior recessão da história, Dilma colhe o que merece.
Formou-se imensa maioria favorável a seu impeachment. As maiores manifestações políticas de que se tem registro no Brasil tomaram as ruas a exigir a remoção da presidente. Sempre oportunistas, as forças dominantes no Congresso ocupam o vazio deixado pelo colapso do governo.
A administração foi posta a serviço de dois propósitos: barrar o impedimento, mediante desbragada compra de apoio parlamentar, e proteger o ex-presidente Lula e companheiros às voltas com problemas na Justiça.
Mesmo que vença a batalha na Câmara, o que parece cada vez mais improvável, não se vislumbra como ela possa voltar a governar. Os fatores que levaram à falência de sua autoridade persistirão.
Enquanto Dilma Rousseff permanecer no cargo, a nação seguirá crispada, paralisada. É forçoso reconhecer que a presidente constitui hoje o obstáculo à recuperação do país.
Esta Folha continuará empenhando-se em publicar um resumo equilibrado dos fatos e um espectro plural de opiniões, mas passa a se incluir entre os que preferem a renúncia à deposição constitucional.
Embora existam motivos para o impedimento, até porque a legislação estabelece farta gama de opções, nenhum deles é irrefutável. Não que faltem indícios de má conduta; falta, até agora, comprovação cabal. Pedaladas fiscais são razão questionável numa cultura orçamentária ainda permissiva.
Mesmo desmoralizado, o PT tem respaldo de uma minoria expressiva; o impeachment tenderá a deixar um rastro de ressentimento. Já a renúncia traduziria, num gesto de desapego e realismo, a consciência da mandatária de que condições alheias à sua vontade a impedem de se desincumbir da missão.
A mesma consciência deveria ter Michel Temer (PMDB), que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade. Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais e tirar o país da estagnação.
O Tribunal Superior Eleitoral julgará as contas da chapa eleita em 2014 e poderá cassá-la. Seja por essa saída, seja pela renúncia dupla, a população seria convocada a participar de nova eleição presidencial, num prazo de 90 dias.
Imprescindível, antes, que a Câmara dos Deputados ou o Supremo Tribunal Federal afaste de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha –o próximo na linha de sucessão–, réu naquela corte e que jamais poderia dirigir o Brasil nesse intervalo.
Dilma Rousseff deve renunciar já, para poupar o país do trauma do impeachment e superar tanto o impasse que o mantém atolado como a calamidade sem precedentes do atual governo.

Os preços nada republicanos da democracia


Espiem só.
Anúncios como esse aí, da Fiesp, estão sendo publicados em vários jornais do País.
No caso do anúncio que você vê acima, a imagem que aparece é a do deputado federal Zé Geraldo (PT-PA), contrário, é evidente, ao impeachment da presidente Dilma.
Não custa pouco a publicação de um anúncio de página inteira como esse. Para a Fiesp é até pouco, mas a estratégia confirma que as posições estão polarizadas, neste Brasil em que radicalismos extremados ainda atendem por um termo, digamos assim, ameno - polarização.
Agora, vejam abaixo, outra vez, imagem do site #Não Vai ter Golpe, que o Espaço Aberto já mostrou aqui, em postagem na última sexta-feira.
Os custos para a manutenção de um site desses podem até ser menores que os da Fiesp, mas, de qualquer forma, também devem ser considerados em avaliações sobre os segmentos contrários ao impeachment e a estrutura que estão empregando para que seja concretizado seus anseios de manter o mandato da presidente da República.
Ao lado disso, temos especulações de que já foi batido o martelo sobre o preço de cada voto contrário ao impeachment: R$ 1 milhão.
Moral da história?
A moral é de que a democracia é ótima, meus caros. Como dizia Churchill, é o pior dos regimes, à exceção de todos os outros.
Mas a democracia tem seus preços, né?
E os preços da democracia podem ser nada republicanos.
Nada mesmo.


Como se livrar do banditismo com as bikes das estações?


Ótimo.
É muito boa essa iniciativa das estações de bikes em Belém.
Espera-se apenas que funcione.
Inclusive o destravamento das bicicletas via aplicativos acionados pelo celular.
Pergunta-se apenas: se o usuário tiver a bicicleta roubada, o bandido terá condições de eliminar a monitoramento que estava sendo feito pelo chip? Ou haverá algum dispositivo anti-roubo que permitirá à polícia na casa do ladrão?
Sim, essas questões não são desprezíveis, porque roubar bicicletas virou esporte do banditismo em Belém.

Entusiasmo e prazer da boa leitura



Desde a mais tenra idade, tinha - ou achava que tinha -, uma ideia bastante clara acerca das façanhas do que algumas pessoas tinham produzido. Aqueles heróis que conduziam nosso raciocínio em direção a uma vitória, contra tudo e contra todos. Essas pessoas eram os autores de livros, esses mesmos impressos, que muitos acreditam estar com os dias contados. Esses guerreiros dominam com maestria a arte da escrita, nos brindam com ensaios, contos, reflexões, experiências de vida e escrita e alguns poemas que ilustram sua visão sobre o que somos e o que deveríamos ser. Ler e escrever nos faz lembrar de que estamos vivos e de que isso é uma dádiva e um privilégio. E mais, é sobreviver. Qualquer arte, qualquer bom trabalho naturalmente é isso.
Quem escreve tem entusiasmo, prazer, curiosidade. Essas são as qualidades que todo escritor deve cultivar, assim como o espirito de aventura. No livro exuberante, "O Zen e a arte da escrita" o incomparável Ray Bradbury compartilha sua sabedoria, experiência e estímulo de uma vida de escritor. São dicas sobre a arte da escrita dadas por um mestre do ofício. Um livro que reúne tudo. Bradbury é um autor fecundo de romances, contos, roteiros de filmes e peças de teatro. Esse livro é mais do que um simples manual para o aspirante a escritor, é uma celebração do ato da escrita, que vai encantar, exaltar e inspirar o escritor em você. O romance "Fahrenheit 451", que o consagrou mundialmente, foi lançado em 1953 e filmado em 1966 por François Truffaut.
Segundo um profeta profissional, um fenômeno para breve é o desaparecimento do livro. Portanto, a questão é saber se a evaporação definitiva do livro, se ele de fato vier a desaparecer, pode ter consequências, para a humanidade, análogas às da escassez prevista da água, por exemplo, ou de um petróleo inacessível. Umberto Eco disse: O livro irá desaparecer em virtude do surgimento da internet? Escrevi sobre o assunto na época, no momento em que a questão parecia pertinente. Agora, sempre que me pedem para eu me pronunciar, não faço senão reescrever o mesmo texto. A propósito, o computador depende de eletricidade e não pode ser lido em uma banheira, tampouco deitado na cama. Logo, o livro se apresenta como uma ferramenta mais flexível.
Criado numa tradicional família judaica no bairro do Bom Fim, Porto Alegre, Moacyr Scliar parecia destinado ao ofício de escrever, consequência direta de ter sido educado em um ambiente povoado por histórias na infância. Influenciado pela mãe, Sara, que lhe trazia livros de bibliotecas públicas, "mico", como era chamado por amigos e familiares, cresceu cercado de narrativas orais e escritas. É de se perguntar: Como nasce um artista (neste caso, da palavra)? Fazendo um paralelo a esse nascimento, ele também abraça a ciência de Hipócrates, a mais vital e humana das ciências? Pois este homem, escritor e médico, que pergunta e responde - com imensa curiosidade, com frequente humor, com tocante generosidade sobre os destinos da arte e do mundo que ele retrata no livro "O texto, ou: a Vida". É autor de uma fecunda obra - mais de 70 livros - e de uma trajetória como poucos no Brasil. Um dos primeiros contos que Scliar escreveu foi "Joel Ia Voando", texto inédito do escritor, publicado com exclusividade por ISTOÉ. Ele teria sido escrito por volta de 1970, segundo Marie-Hélène Parret Passos, responsável pelo acervo de Scliar. Tinha grande preocupação política, aliada a uma intensa pesquisa, que sempre permeou sua obra.
Alguns dos meus livros foi indicação de um grande amigo, o jornalista e professor Antonio Carlos Pimentel Junior, o Tonga. Recentemente, lançou seu primeiro livro: "Papo de jornalismo. Os quês e o porquê".  Talentoso, escreveu o livro pensando nos seus alunos e nos estudantes das Comunicações, não se trata de um manual, mas é uma contribuição importante para pensar o momento atual, quando os clarins anunciam o fim do jornalismo. O livro além de lembrar suas andanças, mostra sua experiência de 28 anos na profissão. Uma leitura agradável que nos proporciona bons momentos.

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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com