Bolsonaristas de todos os naipes - os fanáticos, inclusive - têm inundado as redes sociais de postagens mentirosas, todas elas voltadas à tentativa de livrar Bolsonaro de responsabilidades pelo genocídio que seus desgoverno perpetrou contra os povos indígenas yanomamis.
Argumentam que a invasão da área por garimpeiros, o saque sistemático das riquezas que lá existem, a malária e a desnutrição avassaladora são mazelas que provêm de décadas, e não apenas dos últimos quatro anos, em que Bolsonaro dilapidou o Brasil.
Erram, ou melhor, mentem deslavadamente bolsonaristas de todos os naipes quando tentam isentar o foragido de responsabilidades diretas pelos crimes perpetrados contra os yanomamis.
A Agência Sportlight resgatou documentos que demonstram a longa, insistente e radical militância de Bolsonaro no sentido de escancarar a Terra Indígena Yanomami para o saque sistemático. Desde seus primeiros anos de mandado como deputado federal, ainda na década de 1990, Bolsonaro notabilizou-se como uma voz criminosa em defesa da exploração das riquezas minerais encravadas na área, sob a justificativa de que mantê-las intocadas atrairia a cobiça de potências estrangeiras e poderia resultar na perda da área pelo Brasil. Coisa de malucos com mania persecutória, como Bolsonaro.
Vejam, por exemplo, o documento que está no alto desta postagem.
Em 8 de março de 1992, Bolsonaro, então deputado federal, propôs na Câmara o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 170/1992), propondo a revogação da portaria que demarcou a reserva Yanomami.
"Outrossim o índio, melhor do que ninguém, é o mais autêntico dos brasileiros, e assim questionamos se o total de indígenas 'encontrado' pela Funai é realmente de brasileiros ou venezuelanos?", escreve o antropólogo e humanista Bolsonaro, na justificativa da proposição.
Vejam também o outro documento, acima.
É um discurso que Bolsonaro que está nos anais da Câmara, com data de 23 de novembro de 2016. Na ocasião, ele defendeu a necessidade de acabar com as reservas para que se possa explorar a mineração e para que "não se tornem novos países dentro do Brasil".
Em discurso anterior, transcrito no Diário da Câmara dos Deputados, na edição de 16 de abril de 1998 (vejam imagem ao lado), Bolsonaro cravou: "Até vale uma observação neste momento: realmente a cavalaria brasileira foi muito incompetente. Competente, sim, foi a Cavalaria norte-americana, que dizimou seus índios no passado e hoje em dia não tem esse problema no país".
Apenas esses elementos, além de uma fartura de tantos outros, produzidos durante o desgoverno bolsonarista, são suficientes para indicar que o genocídio dos povos yanomamis sempre foi um projeto declarado, explícito e pessoal de Bolsonaro.
Um projeto, portanto, criminoso.
E por ser criminoso, precisa ser investigado com o rigor da lei.
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