Com todo o respeito que nos merecem os ardorosos e intimoratos defensores da democracia, aos quais repugna, por óbvio, as propensões golpistas do desgoverno Bolsonaro.
Com todo o respeito, mas ninguém, dentre esses bravos combatentes, pode reclamar de estarem as Forças Armadas fuçando, até onde mais não podem, para averiguar se o sistema eleitoral eletrônico é mesmo seguro.
Lembrem-se, meus caros, que foi Sua Excelência o ministro Luís Roberto Barroso que, então como presidente do TSE, entronizou um representante das gloriosas Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), criada quase que entre pompas e fanfarras em setembro do ano passado, em meio aos mais intensos e tenebrosos surtos conspiratórios do desgoverno Bolsonaro.
É nessa condição, portanto, que os militares estão embuchando o TSE de questionamento sobre o voto eletrônico. Para regalo - quase êxtase - do Incorruptível, que assim vai alimentando dia e noite suas manias persecutórias.
Está bem que, dentre os nossos ardorosos democratas, antibolsonaristas e antifascistas, todos, ou quase todos, considerem que as Forças Armadas estariam vergonhosamente e covardemente rendidas como instrumentos para potencializar as teses conspiratórias do Irresponsável.
Mas também, quem mandou o doutor Barroso exceder-se nos seus elogiáveis escrúpulos democráticos delegando às Forças Armadas o papel de fiscal da transparência eleitoral?
Quem mandou?
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