Cena do confronto entre torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro, em Belo Horizonte: a selvageria crescente é resultado da complacência dos próprios clubes, em todos os estados do País |
O árbitro Igor Benevenuto acaba de falar, ao vivo, no programa Seleção Sportv.
É de impressionar a situação que ele relatou.
É de impressionar que o futebol esteja, cada vez mais, parecido com um território de selvagens; no caso, de selvagens que se dizem humanos, de selvagens que se dizem torcedores.
O árbito está há cerca de 24 horas sem voltar pra casa.
Está escondido em algum lugar.
Ele e sua família estão sendo alvos de ameaças de morte desde ontem à noite, após a partida em que o Atlético-MG ganhou do Cruzeiro de virada por 2 a 1.
A fúria dos selvagens é porque Benevenuto marcou um pênalti que resultou no gol de empate do Galo.
A selvageria que atinge esse árbitro soma-se a um confronto entre ditos torcedores de Atlético e Cruzeiro, horas antes antes do clássico. A briga resultou na morte de um torcedor da Raposa e no baleamento de outro.
Há cerca de duas semanas, selvagens protagonizaram outra selvageria, desta vez em Salvador (BA), onde um ônibus do Bahia foi atacado com bombas quando chegava à Arena Fonte Nova. O goleiro Danilo Fernandes ficou ferido e precisou ser hospitalizado.
Poucos dias depois, o ônibus que conduzia a delegação do Grêmio foi alvo de pedradas quando chegava ao Beira-Rio.
E no dia em que o Palmeiras perdeu o Mundial de Clubes para o Chelsea, uma pancadaria entre palmeirenses nas imediações do Allianz Parque resultou na morte de uma pessoa.
Vocês precisam de mais fatos para se convencerem de que o futebol está infestado de selvagens?
O mais deprimente, o mais deplorável, o mais assustador de tudo isso é vermos os clubes compactuando com a selvageria, quando apoiam - com ações ou omissões - as ditas torcidas organizadas, que, em verdade, não passam de ajuntamentos de vândalos.
Até quando essa selvageria?
Até quando esse horror?
Um comentário:
As autoridades e dirigentes esportivos têm que ter vergonha e assumir responsabilidades e agir, e não fugir delas como é comum aqui no Brasil.
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