Boris Johnson: a vacina "dele" não tem pátria, não tem ideologia, não tem partido. Já em certo país debaixo da linha do Equador, vocês bem sabem como é que está. |
A celebração dos britânicos, os primeiros em todo o Ocidente a receber a vacina contra o novo coronavírus Covid-19, guarda um detalhe que não pode passar despercebido - muito pelo contrário - a todos os que habitamos do lado debaixo do linha do Equador.
É que, no Reino Unido, a vacina que está sendo aplicada é a produzida pela americana Pfizer e a alemã BioNTech.
Isso significa que o governo Boris Johnson não esperou a solução caseira, qual seja o imunizante que está sendo desenvolvido pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca.
Boris Johnson, portanto, não quer saber se a vacina é da Alemanha, dos Estados Unidos, do Afeganistão ou produzida nas Ilhas Galápagos.
Ele não quer saber se a vacina é do Doria ou do Bolsonaro.
Não.
Ele quer vacina.
Ele quer seus compatriotas imunizados e com a vida preservada. E ponto.
Boris Johnson faz isso não porque seja um herói. Mas porque é um homem público que cumpre com seus deveres de governar para todos, esquivando-se, assim, de chafurdar na lama do mais repulsivo negacionismo e das mais tenebrosas prevenções ideológicas.
Já em certo país, do lado debaixo do Equador, há presidente (com histórico de atleta, é claro) que surfa no negacionismo, que já chamou a Covid-19 de gripezinha, que nunca se compadeceu das mais de 176 mil mortes ocorridas nesta pandemia, que nos piores picos da doença encatarrou as mãos e saiu cumrprimentando seguidores fanáticos, que não acredita em vacina e que, como em tudo em seu governo, não apresenta um plano consistente para imunizar milhões de pessoas, deixando-as expostas aos riscos do coronavírus.
Vocês sabem que presidente é esse?
Vocês sabem que País é esse?
Pois é.
Por isso é que já tomei uma decisão: comprei minha passagem para o Brasil.
Porque aqui no Reino Unido está uma coisa horrível.
E para o Brasil que eu vou!
Estou chegando!
4 comentários:
Enquanto o Reino Unido estava na véspera da tão aguardada data e iniciar a vacinação contra a Covid-19, aqui debaixo da linha do Equador, no Palácio do Planalto, o casal presidencial inaugurava uma exposição dos trajes utilizados na posse em 1º de janeiro de 2019. Na real: um discreto comercial em prol do costureiro e da costureira que confeccionaram, respectivamente, o terno do presidente e o vestido da primeira dama. Cenas capazes de causar inveja àqueles saudosos cidadãos de Sucupira.
É de se imaginar que o presidente se entusiasmou tanto a primeira posse, que já está em campanha para a segunda posse. Será?
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FELIZ POSSE
Frequentes governos tragicômicos a entreter a nação
E o atordoado povo a chorar, rir, rir e tornar chorar.
Lá no palácio, um dia memorável para a nação:
Impecáveis trajes da posse presidencial sendo venerados.
Zurros de alegria dos leais lá fora e nas redes sociais.
Presidente garboso e decidido, faz um comercial para
Os criativos confeccionistas de tão caros, discretos,
Singelos e belos trajes para a posse presidencial,
Sem cobrar sequer um tostão. Bravo! O país economizou!
E após quase dois anos, o casal ainda curte a feliz posse...
AHT
09/12/2020
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BATEM TAMBOR
Batem tambor, falam, falam e olhando ao redor,
Arminha fazem e apontam imaginários alvos
Tentando impressionar os cidadãos – que,
Entediados, não prestam mais atenção.
Mas essa patota no poder insiste
Todos os dias. Chega a dar agonia.
A metade do mandato está se passando e
Mais arminhas e pontarias fazem, são falantes,
Batem tambor e, seus seguidores? Sempre a postos!
O comandante fala, faz lives, gera conflitos, exagera e,
Repreendido pela oposição e a sociedade, disfarça e recua.
AHT
09/12/2020
Bolsonaro, quem diria que seria mais um do mesmo. Não cumpre promessas importantes, mas cumpre promessas “perfumarias”. Faz acordos até com aqueles que dizia que não faria. Troca o que dizia que não trocaria. Se livra daqueles que, por mais competentes, corretos sejam e estejam, não interessam mais ao seu jogo. Em tudo que faz sempre está encaixando a sua obsessiva campanha pela reeleição em 2022.
Na pandemia, quando questionado, soltou alguns “E daí?”. Ou, dando uma de líder forte e “marrento”, não tendo o que argumentar diante de tantos mortos pela Covid-19, e aparentando indiferença, simplesmente dizendo na bucha que “um dia todos irão morrer”, como se isso justificasse a falta de ações eficientes, eficazes e efetivas por parte do governo.
Mantendo o Ministério da Saúde e a ANVISA sob sua vigilância, interferiu sempre que julgou necessário e causando conflitos ao desautorizar declarações e decisões de ministros e outros cargos. Tudo para manter a “coerência” de seus discursos e foco na reeleição, sem perder seguidores, ativistas e eleitores que nele já tinham acreditado.
Porém, mais uma vez Bolsonaro disfarçou e recuou. Em plena segunda semana de dezembro ao ser confrontado por governadores, autoridades e sofrer pressões da sociedade, ao sentir o drama e o risco de não conseguir a reeleição em 2022, e até comentários sugerindo o risco de sofrer um processo de impeachment, imediatamente mandou o ministro da Saúde declarar - mesmo que contradizendo declarações e supostas decisões anteriores -, a surpreendente informação para a imprensa que a vacinação já poderia ser em final de dezembro ou início de janeiro, “se Pfizer obtiver autorização emergencial, dependendo também de a farmacêutica conseguir 'adiantar' algumas doses. Essa etapa emergencial atenderia a uma parte restrita da população”.
Ora, como isso seria possível – se, até o momento nenhuma negociação para compra e a logística para importação e transporte da vacina teria sido iniciada? Quanto a essa possibilidade de antecipação da vacinação, acreditar em qual das personalidades dessa dupla hierarquicamente afinada na “marra”?
AHT
09/12/2020
Acho que a diferença entre os dois pode estar no penteado, ou não penteado. Um anda com o cabelo "à la Beiçola", e o outro nunca ouviu falar que os pré-históricos desenvolveram um osso ao qual chamaram de pente.
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