Os trechos da matéria abaixo estão no G1, sob o
título Bolsonaro
diz que decisão do STF sobre homofobia foi “completamente equivocada”.
Leia a seguir, em itálico:
O
presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta sexta-feira (14) que
a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de criminalizar a homofobia e
transfobia foi "completamente equivocada".
O STF decidiu nesta quinta-feira (13), por 8 votos a 3, que
atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no
crime de racismo.
Para o presidente Jair Bolsonaro, ao tipificar a homofobia
como racismo o STF legislou sobre o assunto. "A decisão é completamente
equivocada", disse o presidente ao comentar o julgamento.
De acordo com Bolsonaro, a decisão do Supremo prejudica as
pessoas que são homossexuais. Ele argumentou que um empregador pensará
"duas vezes" antes de contratar um homossexual.
Com a decisão, o Brasil se tornou o 43º país a
criminalizar a homofobia, segundo o relatório "Homofobia Patrocinada pelo
Estado", elaborado pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (Ilga).
Olhem só.
O argumento do Capitão, esse arquétipo, esse
monumento vivo à tolerância e ao respeito à diversidade, mereceria um daqueles
kkkkkkkkkkkk intermináveis.
Mas o assunto é suficientemente sério –
seríssimo – para que reduzamos a uma gargalhada virtual um argumento tão
inacreditavelmente tosco, despropositado, irracional e injustificável como
esse.
Por quê?
Porque, se o empregador pensará “duas vezes”
antes de contratar um homossexual, um empregador pensará também “duas vezes”
antes de contratar qualquer pessoa, inclusive os heterossexuais, que também
podem ser alvo de crimes no ambiente de trabalho, não é?
Se um empregador disser, por exemplo, que um
cidadão – ou cidadã – é ladrão, ele responderá por crime contra a honra, no
caso, o crime de calúnia, independentemente da cor ou das opções sexuais do empregado.
Se assediá-lo moral ou sexualmente, também
estará cometendo crime.
E assim por diante.
E mais: quer dizer, então, que um empregador, ao
contratar um homossexual, vai temer porque outro empregado poderia cometer o
crime de homofobia?
Ora, quem for homofóbico e cometer esse crime,
responderá individualmente. A empresa não terá nada a ver com isso, a menos, é
claro, que circunstâncias indiquem o contrário, ou seja, que também o
empregador cometeu o ilícito.
Enfim, meus caros, a questão é a seguinte.
Esse argumento do Capitão é digno de um kkkkkkkkkkkk,
sim.
Mas, pela gravidade do assunto, e da abordagem
feita por ninguém menos que o presidente da República, não temos condições de
gargalhar.
Porque o argumento dele, monstruosamente
irracional, é de nos meter medo.
É de nos apavorar.
Com todo o respeito.
3 comentários:
Leitura rasa do blog.
Triste, muito triste ler o que aqui é destilado com o fígado.
"prejudica as pessoas que são homossexuais" esse aí, falando isso? kkkkk brincadeira, eu acho.
Esse aí, que tanto criticou o LGBTI+
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