sexta-feira, 14 de junho de 2019

A homofobia apavora o presidente Bolsonaro. Mas por que mesmo?



Os trechos da matéria abaixo estão no G1, sob o título Bolsonaro diz que decisão do STF sobre homofobia foi “completamente equivocada”.
Leia a seguir, em itálico:

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta sexta-feira (14) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de criminalizar a homofobia e transfobia foi "completamente equivocada".
O STF decidiu nesta quinta-feira (13), por 8 votos a 3, que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.
Para o presidente Jair Bolsonaro, ao tipificar a homofobia como racismo o STF legislou sobre o assunto. "A decisão é completamente equivocada", disse o presidente ao comentar o julgamento.
De acordo com Bolsonaro, a decisão do Supremo prejudica as pessoas que são homossexuais. Ele argumentou que um empregador pensará "duas vezes" antes de contratar um homossexual.
Com a decisão, o Brasil se tornou o 43º país a criminalizar a homofobia, segundo o relatório "Homofobia Patrocinada pelo Estado", elaborado pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (Ilga).

Olhem só.
O argumento do Capitão, esse arquétipo, esse monumento vivo à tolerância e ao respeito à diversidade, mereceria um daqueles kkkkkkkkkkkk intermináveis.
Mas o assunto é suficientemente sério – seríssimo – para que reduzamos a uma gargalhada virtual um argumento tão inacreditavelmente tosco, despropositado, irracional e injustificável como esse.
Por quê?
Porque, se o empregador pensará “duas vezes” antes de contratar um homossexual, um empregador pensará também “duas vezes” antes de contratar qualquer pessoa, inclusive os heterossexuais, que também podem ser alvo de crimes no ambiente de trabalho, não é?
Se um empregador disser, por exemplo, que um cidadão – ou cidadã – é ladrão, ele responderá por crime contra a honra, no caso, o crime de calúnia, independentemente da cor ou das opções sexuais do empregado.
Se assediá-lo moral ou sexualmente, também estará cometendo crime.
E assim por diante.
E mais: quer dizer, então, que um empregador, ao contratar um homossexual, vai temer porque outro empregado poderia cometer o crime de homofobia?
Ora, quem for homofóbico e cometer esse crime, responderá individualmente. A empresa não terá nada a ver com isso, a menos, é claro, que circunstâncias indiquem o contrário, ou seja, que também o empregador cometeu o ilícito.
Enfim, meus caros, a questão é a seguinte.
Esse argumento do Capitão é digno de um kkkkkkkkkkkk, sim.
Mas, pela gravidade do assunto, e da abordagem feita por ninguém menos que o presidente da República, não temos condições de gargalhar.
Porque o argumento dele, monstruosamente irracional, é de nos meter medo.
É de nos apavorar.
Com todo o respeito.

3 comentários:

  1. Leitura rasa do blog.

    ResponderExcluir
  2. Triste, muito triste ler o que aqui é destilado com o fígado.

    ResponderExcluir
  3. "prejudica as pessoas que são homossexuais" esse aí, falando isso? kkkkk brincadeira, eu acho.

    Esse aí, que tanto criticou o LGBTI+

    ResponderExcluir