Do jornalista Francisco Sidou - morador do bairro de Canudos - por e-mail, sob o título acima:
No 19 de abril, logo cedo, uma "tropa de choque" da Semmas, secretaria municipal que
"defende" o Meio Ambiente e a Sustentabilidade, botou abaixo com
potentes motosserras algumas poucas árvores ainda existentes na Rua Roso Danin,
no bairro de Canudos.
De algumas arrancaram até as raízes, outras foram
impiedosamente podadas de modo a ficar apenas com esquálidos esqueletos.
Os agentes "ambientais" não explicaram as razões dessa
"operação". Nem precisam. Afinal, na sua missão, eles são
positivos/operantes e apenas cumprem ordens "de cima". Nos
bastidores, fala-se que a "operação cirúrgica ambiental" foi para
atender a um pedido da sogra de um figurão da Semma.
Será ? E o Ministério
Público do Meio Ambiente não tem nada a ver (ou apurar) com esse crime
ambiental por encomenda?
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Do Espaço Aberto:
Sidou tem razão em sua estupefação.
Plena razão.
Este repórter também jamais se convenceu com explicações - ditas técnicas - sobre a forma de podar árvores em Belém, sobretudo mangueiras centenárias, dente elas as que estão mais devastadas por ervas-de-passarinho.
Na maioria das vezes, senão em todas as vezes, parece que a Semmas não derruba as áreas por simples vergonha.
Mas deixa só esquálidos esqueletos, como diz o Sidou.
Deixa só o sabugo.
Deixa só alguma coisa que lembre que aquilo foi uma árvore.
Por que não perder esse pudor bobo e derrubar logo a árvore de uma vez?
Porque dizer que certas podas são podas não cola.
Não mesmo.
2 comentários:
Meus caros Sidou e Paulo
Sobre as podas feitas pela Sesmma, dou o meu pitaco aqui, como Engenheiro Agrônomo :
A foto - e a minha vista - não permitiram uma perfeita identificação da espécie de árvore cortada que está no caminhão. Entretanto, aparentemente é o popular "Fícus" ou Fícus benjamina, espécie do sudeste asiático e que aqui, por óbvio, é planta exótica.
Tal árvore tem as raízes muito agressivas e superficiais, detonando, literalmente, com calçadas, encanamentos e pisos. É totalmente imprópria para calçadas, ruas e próxima a muros.
Logicamente, suas raízes procuram por água. Se encontram um cano pelo caminho, a festa tá pronta. Servirá de fonte. A consequência : canos rompidos, entupidos, etc.
Concordo sobre a radicalidade das podas feitas pela Secretaria, mas, em sendo o caso do Fícus, defendo que os mesmos sejam extirpados, pois , além de exóticos, causam enormes prejuízos.
Para substituí-los, temos centenas de espécies nativas da Amazônia, lindas, que dão flores, frutos e sombras. E, certamente, temos técnicos competentes que poderão definir quais as melhores espécies.
De ser dito, por oportuno, que , em muitos casos, quiçá em todos, o Fícus é plantado pelos moradores, para gozar uma aprazível sombra. Não estão errados em seu proceder. Apenas escolhem - por desconhecimento - uma espécie inadequada.
Sombra e paz a todos.
Kenneth Fleming
Grato pelos oportunos esclarecimentos, caro Kenneth. Gosto de aprender com quem sabe, eterno aprendiz que sou. Mas o grande problema é que a secretaria que "defende" o meio ambiente e a sustentabilidade (? ) deveria saber disso, não ? Então, por que não providencia o plantio de novas árvores das espécies adequadas para substituir os Ficus derrubados ? Em Canudos, onde moro, a vegetação é quase zero, tirando alguns poucos quintais que ainda sobrevivem, pois os tubarões imobiliários não se interessam em construir suas torres tórridas por estas bandas, onde o "teto" ainda é de seis andares. Por enquanto.
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