Duas coisas assustam particularmente o repórter
nesse episódio chocante em que o ator José Mayer assediou sexualmente uma
figurinista.
Primeiro, a suposição, que em verdade está mais
para uma certeza, de que essa criança
nada inocente deve ter uma longa - para não dizer longuíssima - trajetória nessa
prática.
Segundo, um detalhe
do depoimento da figurinista Susllem Tonani: a conduta de duas mulheres, que
simplesmente riram, achando normal, banal e, quem sabe, até engraçado quando
testemunharam o momento mais agressivo do ator, ao tocar nas partes íntimas da
moça.
Talvez a conduta dessas duas mulheres - de
tolerância, quase indiferença diante do fato - seja um dos fatores que nos
conduz à certeza de que Mayer fez a mesma coisa com outras mulheres, várias
outras vezes, e nunca pegou nada com
ele porque preponderou sempre a tolerância diante de um ato repulsivo.
Que coisa!
Já
que Mayer fez divulgar uma carta em que derrama lágrimas de arrependimento pelo
que fez, por que não expurga de vez suas culpas confessando desde quando age
assim, ora estimulado pelo temor reverencial que muitas deveriam ter por ele,
galã de primeira linha da Globo, ora acobertado pela tolerância e pela banalidade
com que muitos se portam diante desse tipo de comportamento?
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