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terça-feira, 2 de abril de 2019

Quem autorizou o estado do Rio a matar sob sigilo?


Wilson Witzel, governador do Rio, revelou em entrevista a "O Globo" que, sim, snipers já estão matando, já estão abatendo, já estão eliminando alvos que, segundo ele, encontram-se em situação de iminente ataque com uma arma pesada.
E o mais pavoroso: o governador diz que não podem ser revelados os detalhes dessas operações.
"O sniper é usado de forma absolutamente sigilosa", afirma Witzel.
Portanto, a polícia está matando de forma sigilosa.
Isso pode?
O estado encontra-se autorizado para matar sob sigilo?
Se está autorizado, quem autorizou?

quarta-feira, 21 de março de 2018

Batista Campos: de novo, cocô de garça, buraqueira e, claro, assalto

Espiem só.
No dia 8 de março passado, na postagem intitulada Em Batista Campos, é cocô de garça na cabeça, buraqueira ou assalto, o Espaço Aberto escreveu:

Que Guamá que nada, meus caros!
Em Belém, a zona vermelha da violência mudou-se para o nobre bairro de Batista Campos e de outros bairros mais centrais de Belém.
[...]
Vocês querem ver uma zona vermelha chique, empoderada e abonada?
Vão para o bairro de Batista Campos, gente.
Está tudo lá!
Vá para a praça. Chegando lá, você escolhe: ou fica sentado num banco, à espera do cocô das garças despencar na sua cabeça; dá uma caminhada serpenteando entre a miríade de buracos nos calçadões; ou então fica aguardando, com uma água de côco nas mãos, o assaltante que vai aparecer para dar o bote.
A escolha é sua!

Pois é.
Na tarde desta terça-feira (20), bombou nas redes sociais o vídeo abaixo, que o Belém Trânsito também postou.
Mostra um assalto às proximidades do Santa Rosa, um dos mais tradicionais colégios de Belém. E há leitores que garantem ao repórter não ser a primeira vez que isso aconteceu.
Ah, sim.
O colégio fica em Batista Campos.

Entenderam?

sexta-feira, 9 de março de 2018

Lembrai-vos sempre de Maria da Penha

Maria da Penha, com 20 anos de idade. Maria da Penha Maia Fernandes é símbolo da luta contra a violência doméstica e de gênero.  Maria era casada com um homem violento que a agredia constantemente. Ao longo de seu matrimônio foi agredida por diversas vezes, além da violência verbal, chegou a tomar choques elétricos(debaixo do chuveiro) e, levou um tiro que deixou-a paraplégica. Em 1983 ela denunciou o marido à justiça, mas, não haviam leis especificas que tratavam da coibição e punição para violência doméstica contra a mulher. Sem alternativas a não ser lutar, Maria batalhou durante 19 anos e levou seu caso e de outras mulheres aos holofotes da mídia. Penha também ajudou a organizar movimentos sociais formados por mulheres que sofreram violência doméstica, participou de palestras sobre resistência feminina, protagonizou pesquisas acadêmicas e levou o processo contra o marido à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que ameaçou impor sanções ao Estado brasileiro, caso não houvesse punição ao agressor.  Fruto da grande luta de Penha junto com outras mulheres, em 2006 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei 11.340, conhecida popularmente como "Lei Maria da Penha". Hoje, Penha é coordenadora de estudos da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV). Grande Brasileira! Texto: Joel Paviotti
Uma publicação compartilhada por Imagens Históricas 🗞 (@historiaemimagens) em

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

O que ele disse


“As inteligências, elas sempre funcionaram. Quando você centraliza e unifica o comando, a tendência é que isso agilize o trabalho de inteligência. O que deverá ocorrer agora é uma maior agilidade. O Rio de Janeiro, ele é um laboratório para o Brasil. Se será difundido o que está sendo feito aqui para o Brasil, aí já não cabe a mim responder.”

General Walter Braga Netto, interventor federal na Segurança Pública do Rio.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Médico narra momentos de terror durante assalto em Salinas

Salinas: a natureza exuberante convida ao sossego. Mas a violência não dá sossego. Nem lá, nem em lugar algum.
Vejam como é.
Na terça-feira de Carnaval, em Salinas, a residência da família do ex-governador do Pará Aloysio Chaves, foi assaltada.
Uma das vítimas foi um filho dele, Luiz Cláudio Chaves, que mandou pelo zap um depoimento para amigos, um dos quais o retransmitiu ao Espaço Aberto.
Os detalhes são impressionantes.
Não é de hoje que Salinas, como também Mosqueiro, é uma terra de ninguém em termos de segurança.
Há alguns anos, leitor do blog, que também tem laços familiares com este repórter, estava na casa dele, em Salinas, acompanhado da mãe, então octogenária, da esposa e de algumas outras pessoas, quando a residência foi invadida por dois bandidos. O dono da casa atracou-se em luta corporal com um deles. E só não houve por morte – ou mortes - por intervenção divina.
Por isso, o relator do médico é dos mais relevantes, porque mostra que, enquanto pensamos na intervenção federal na segurança pública do Rio como uma coisa muito distante de nós, não nos damos conta de que, à entrada de nossas casas, a violência não bate à porta: ele entra com tudo, arromba, invade sem bater mesmo, ceifando vidas e deixando traumas inapagáveis.
Que coisa!
Abaixo, o relato do médico.

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Hesitei em fazer este post, porém como eu e a Ana Cristina temos recebido muitos telefonemas e mensagens e, sobretudo como vazou na imprensa à nossa revelia, por provável acesso ao BO, venho aqui relatar a vocês o ocorrido. Faço isto sobretudo como um alerta extremamente preocupante e com muito pesar de tudo que minha família passou.
Aprendi a gostar de Salinas com meu pai. Dizia ele que levou-me a 1ª vez com menos de 1 ano. Temos uma casa agradável lá. A única herança que deixou além do apartamento onde minha mãe mora. O valor financeiro não é grande porém o sentimental é incomensurável por tal apego que ele tinha e que transferiu para nós(filhos).
Pois bem, não ia lá há cerca de 1 ano, e isto era inédito. Como meu pai, passei a gostar de Salinas e este sentimento é acompanhado por meus filhos e netos.
Relutante, aceitei passar o Carnaval lá, já que minha filha e netos queriam.
Confesso que me sentia inseguro pelas  notícias e eu que nunca utilizei, tentei conseguir segurança para nossa proteção. Como foi em cima da hora, não consegui.
 Enfim fomos, eu e a Ana Cristina, filha, genro, netos e uma sobrinha com o noivo. Esta delegada concursada de Polícia e em serviço em Salinas.
O tempo ajudou, sol e praia.
Lamentavelmente, no domingo a noite nossa casa, foi invadida por homens armados para fazer terror e nos assaltar. Foram  momentos difíceis e traumáticos. Deus e o Anjo da Guarda que nos socorreu permitiu que só danos materiais e psicológicos ficassem como sequela.
Estávamos no pátio ouvindo música e conversando amenidades. Minutos antes, minha neta pediu para ir para o quarto e a Ana Cristina a levou. A sobrinha delegada de polícia estava na sala vendo TV e as escolas de samba  e se surpreendida seria identificada e poderia ser fatal para ela.
Às 22h, fomos surpreendidos por 2 homens que vieram de moto e com capacete, colocando  armas na nossas cabeças. Ameaçados a todo instante enquanto revistavam a casa em busca de valores e armas. Minha sobrinha, que no momento em que éramos rendidos no pátio e ela na sala percebeu os assaltantes e recuou para o interior da casa e avisou a Ana, que trancou-se no quarto com a neta de 7 anos e de modo muito profissional ela apesar de estar com colete e armas evitou confronto, trancou-se em outro quarto e avisou seus pares na delegacia. Nós 4, eu, minha filha, meu genro e o noivo da sobrinha, deitados sob armas e tentando evitar que fossem para a parte interna. 10 Minutos de terror. Preocupado com possível chegada da polìcia que sabia que estava acionada. Passaríamos a reféns. Seria pior. Dentro, a Ana em pânico, sem saber o que estava acontecendo comigo a filha e outros e se iriam invadir e como protegermos a criança.
Felizmente, foram embora com ameaças de voltar.
Três minutos depois, chega a polícia.
A polícia foi extremamente correta conosco e deixou 3 policiais na casa para proteção. Haviam levado às chaves dos carros.
Surpreendente, um deles volta de manhã dizendo que havia encontrado às chaves dos carros pedindo gratificação por achá-las. Ele não sabia que ainda tinha policiais lá e foi preso em flagrante. Estava com aspecto de drogado.
Aonde chegamos? Nem nossos lares estão seguros. Não houve violência física importante, mas a psicológica é uma cicatriz difícil.
Que país é esse?

E depois da intervenção, como vai ser?


Vejam abaixo.
O artigo, intitulado "A dura experiência da Maré com o Exército", é assinado pela diretora da ONG Redes da Maré", Eliana Souza Silva, e está publicado em O Globo deste sábado (17).
Ele vai na essência da questão.
Diz ela: "A gente pode ter, momentaneamente e superficialmente, o Exército nas ruas, mas questões sérias do estado em relação ao enfrentamento da violência, depois que passar o final deste decreto, não estarão solucionadas."
Ainda no sábado, na postagem Intervenção cosmética não será solução no Rio, o Espaço Aberto já havia comentado: "A intervenção no Rio, como solução paliativa, tem tudo pra dar certo.
Mas é preciso que se estabeleçam medidas para depois - termine a intervenção em um mês, em dois meses ou apenas em dezembro deste ano."Leiam, abaixo, o artigo de Eliana Silva:

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Não vivemos hoje uma situação de descontrole. Na realidade, nunca houve uma situação em que a segurança do Rio de Janeiro foi garantida como direito. O que a gente está vivendo hoje não é diferente do que a gente viveu em outros momentos no estado. Tem uma questão que precisa ser pontuada na decisão do presidente do Brasil de intervir na segurança pública: é que ela vem dentro de um quadro em que o governador do Estado do Rio de Janeiro não deu conta de exercer o controle e a gestão como governador.
Portanto, a gente não espera que esta intervenção possa significar algo positivo neste quadro em que se encontra a segurança pública no Rio. Na realidade, isto pode piorar bastante o quadro de violência. A gente pode ter, momentaneamente e superficialmente, o Exército nas ruas, mas questões sérias do estado em relação ao enfrentamento da violência, depois que passar o final deste decreto, não estarão solucionadas. Porque, se esta medida tivesse o objetivo de enfrentar este processo de violência e de descontrole do Rio de Janeiro, deveria haver um planejamento a partir de uma outra lógica e não a de enfrentamento bélico, como está se estabelecendo a partir da chegada das tropas.
O Exército passou 14 meses na Maré. Eu fiz uma pesquisa para entender a percepção dos moradores em à atuação da tropa. O trabalho durou o tempo em que o Exército esteve lá, desde sua chegada até sua saída. O que a gente percebeu é que, inicialmente, eles tinham uma determinada expectativa de como ocupar aquele espaço, relacionar-se com a comunidade e estabelecer vínculos. Mas com o tempo, aconteceram alguns enfrentamentos com grupos armados, e a postura do Exército foi mudando, e passou a ser muito parecida com o que a polícia historicamente faz. Uma postura de enfrentamento e de pouca inteligência para lidar com aquele contexto.
O resultado prático para a vida dos moradores foi nenhum. Logo, a gente não consegue ver qualquer legado de segurança pública na atuação do Exército na Maré. Acho que esta experiência também vale para o estado.
Não há qualquer legado na atuação do Exército na Maré. Acho que esta experiência vale para o estado

sábado, 17 de fevereiro de 2018

"Mesquinha e politiqueira"

Intervenção terá de mostrar resultados. Logo, logo.


Menos de 24 horas depois de anunciada formalmente a intervenção federal na segurança pública do Rio, e a julgar pelas avaliações que inundam a internet neste sábado (17), forma-se uma convicção: a de que a medida precisará, em rapidíssimo espaço de tempo, mostrar os seus primeiros - e concretos - resultados.
Do contrário, ficará claro, claríssimo, que a intervenção não passa de um expediente - maquiavélico, vá lá - de Temer para esfumaçar, digamos assim, os efeitos da iminente derrota do governo na votação da reforma da Previdência.

Intervenção cosmética não será solução no Rio


A intervenção no Rio, como solução paliativa, tem tudo pra dar certo.
Mas é preciso que se estabeleçam medidas para depois - termine a intervenção em um mês, em dois meses ou apenas em dezembro deste ano.
E não seria exagero antever-se o seguinte cenário.
Polícias e demais forças auxiliares de segurança sob nova direção - no caso, o Exército.
Zona Sul carioca, onde estão os abonados, bem protegida.
Em decorrência disso, índices de criminalidade decrescentes - não muito, mas, pelo menos, razoavelmente decrescentes.
Ao contrário, os morros e a periferia deixados sob o poder de quadrilhas.
Entre a Zona Sul, rica mas protegida, e os morros, pobres e entregues aos bandidos, não haverá a sensação de que o Rio terá sobrevivido ao caos da insegurança?
Esse é um cenário possível.
E se de fato ocorrer, estaremos, nós e a acuada população do Rio, meio que iludidos de que a intervenção terá sido um êxito.
Mas, repita-se, não será um êxito se medidas paliativas não tiverem, como consequência, muitas outras que permitam ao Estado retomar o controle permanente da situação.
A começar pela moralização da polícia.
Ou das polícias.
Conseguirá o Exército esse feito?

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Imediações de tempos religiosos viram selva de bandidos

Vejam isso aí.
O aviso está disponível na página da Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré no Facebook (clique na imagem para ver mais detalhes).
Quando se pensa que a violência, em Belém, já atingiu os limites do intolerável, situações como essa se apresentam para sinalizar o seguinte: estamos muito enganados.
Redondamente enganados.
A violência contra pessoas que frequentam templos religiosos em Belém é crescente.
No final do ano passado, idosos que saíam de missa na Igreja de Santo Antônio, no bairro de Batista Campos, foram vítima de arrastão promovido por bandidos que batem ponto na área.
Não à-toa, nos últimos anos, as paróquias da cidade estão antecipando as tradicionais Missas do Galo, que d'antanho (hehe) começavam às 23h, meia-noite, mas ultimamente vêm começando, às 20h, 19h.
Pelo andar da carruagem, e como a violência não para de crescer, logo, logo serão celebradas pela manhã.

O que ela disse


"Os homens têm sido punidos sumariamente, forçados a sair de seus empregos, quando tudo o que eles fizeram foi tocar o joelho de alguém ou tentar roubar um beijo"
[...]
"Estupro é crime, mas tentar seduzir alguém, mesmo de forma insistente ou desajeitada, não é - Tampouco o cavalheirismo é uma agressão machista."
[...]
"Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo que, além de denunciar o abuso de poder, incentiva um ódio aos homens e à sexualidade."

Trecho de carta foi assinada por 100 intelectuais, artistas e acadêmicas francesas, incluindo a escritora Catherine Millet, a cineasta Brigitte Sy e a atriz atriz francesa Catherine Deneuve (na foto), 74 anos, depois que atrizes presentes ao Globo de ouro se vestiram de preto para denunciar casos de assédio sexual.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Não fique aqui. Assaltos constantes. E roubam tudo.

Vejam.
A foto abaixo está circulando pelas redes sociais.
A mangueira, diz-se, está na Rua dos Tamoios, às proximidades da Travessa Apinagés, no bairro do Jurunas.
Se a moda pega, e se considerada a violência assustadora, selvagem e disseminada que toma conta de Belém, cada mangueira da cidade precisará de uma placa como essa.
E a redação poderia ser um pouco diferente: Evite ficar aqui. Porque os assaltos são constantes. E roubam tudo!
É isso.


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Para lembrar

Estudantes da Fibra são assaltados em ponto de ônibus


Estudantes da Fibra que saíram da aula no período noturno, na última quarta-feira (22), foram assaltados por volta das 22h30 num ponto de ônibus que fica bem em frente ao Conservatório Carlos Gomes, na Gentil (veja o local na imagem).
Bandidos pararam num carro vermelho e, de arma em punho, roubaram pertences de pelo menos três vítimas que esperavam coletivos para voltar às suas casas.
Um delas, leitora do Espaço Aberto, só não perdeu o dinheiro porque o levava no bolso. Mas ficou sem o celular e todos os documentos.
Terminado o assalto, outras pessoas que esperavam ônibus, mas que felizmente não foram assaltadas, garantiam que a arma usada pelos bandidos era de brinquedo.
Mas como saber, no curso de um assalto, se a arma é de brinquedo ou não?
A gente pede para o assaltante fazer um teste na gente?
É mais ou menos assim?

Putz!

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Horror, barbaridade, crueldade, atrocidade


Vejam só.
É uma coisa horrorosa.
Uma barbaridade.
Um horror.
Uma atrocidade.
Uma selvageria.
O Espaço Aberto prefere nem disponibilizar o vídeo porque as imagens são muito, muito fortes. Mas quem tiver coragem de assisti-las, clique aqui e veja no YouTube.
Trata-se de um bandido dando um tiro nas costas de um jovem que reagiu a um assalto.
Em pleno bairro do Umarizal, gente.
À luz do dia.
Nesta quinta-feira (09).
Aonde vamos parar?

Júri federal absolve denunciado por tentativa de homicídio


Tribunal do Júri Federal absolveu nesta quinta-feira (09), em Belém, um réu denunciado por tentativa de homicídio por ter atirado, em dezembro de 2012, contra dois policiais rodoviários federais policiais rodoviários federais que faziam uma fiscalização no KM 25 da Rodovia BR-316, no município de Benevides, na Região Metropolitana da Capital paraense.
Os sete jurados reconheceram a autoria e a materialidade do delito, atribuídas a Everton dos Santos Xavier, mas mesmo assim o absolveram. O réu, no entanto, foi condenado à pena de quatro anos e 1 mês de prisão, a ser cumprida em regime aberto, por ter praticado outro crime no mesmo incidente em que atirou nos agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF): portar sem autorização uma arma de fogo de uso privativo das forças policiais.
O juiz federal da 4ª Vara, Antonio Carlos Almeida Campelo, que presidiu o julgamento, proferiu a sentença condenatória após ter dissolvido o Conselho de Sentença, uma vez quer o Tribunal do Júri não tem competência para julgar crimes relativos a porte de armas.
Na denúncia que ofereceu ao Poder Judiciário, o Ministério Público Federal narrou que Everton Xavier, acompanhado de William Oliveira do Carmo, trafegava numa motocicleta pela rodovia BR-316, por volta das 16h do dia 28 de dezembro de 2012, quando foi parado por dois agentes da PRF.
Diante do pedido para que levantasse a camisa, o réu, que portava uma pistola, começou a atirar em direção aos policiais rodoviários, que revidaram. Xavier foi atingido duas vezes numa das pernas. Em seguida, teve apreendidos a pistola, modelo Taurus 24/7, calibre .40, três projéteis de arma de fogo, a quantia de R$ 47,00 e a motocicleta na qual trafegava como carona.
Tanto Everton dos Santos Xavier como William do Carmo foram pronunciados pela 4ª Vara da Justiça Federal, mas o juiz Antonio Carlos Campelo decidiu desmembrar o processo. Em relação a William, a ação penal a que respondia acabou extinta porque o réu foi morto ao tentar fugir de um presídio.
Provas - O Ministério Público Federal, representado pelo procurador da República Ubiratan Cazetta, sustentou perante os jurados ser incontestável que o réu atentou contra a vida dos policiais rodoviários. Para formar essa convicção, ele se baseou não apenas nos depoimentos das duas testemunhas de acusação – os dois agentes da PRF que ficaram sob a mira do denunciado –, mas também nas conclusões do laudo pericial e de outras provas juntadas aos autos. Cazetta enfatizou que Xavier, após fazer os primeiros disparos em direção aos policiais, só não continuou atirando porque sua arma travou, conforme comprovado pela perícia.
A defesa, através do advogado Marcos Henrique Machado Bispo, apelou ao Conselho de Sentença para que não levasse em conta apenas os incidentes de cinco anos atrás, mas que considerassem a “vida pregressa” e o “futuro” do réu. Ele reconheceu que, no passado, Xavier fez “bobagens” e teve uma vida que classificou de “desastrosa”. Mas acrescentou: “Hoje, ele tem mulher e filhos para sustentar, é um homem regenerado. Tanto que passou cinco anos preso e hoje está em liberdade após ter saído pela porta da frente [da penitenciária] e ter sua vida vasculhada pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará”. O advogado reconheceu ainda que Everton Xavier portava arma de fogo, mas chamou atenção dos jurados para o fato de que nem o laudo pericial comprovou que ele teria atirado em direção aos policiais rodoviários federais.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Se Trump entender Trump, Trump vai virar um fake dele mesmo

Que coisa mais pavorosa.
Que coisa mais aterradora.
Pelo andar da carruagem, nem Trump entende Trump.
Quando Trump fala, temos duas alternativas: deplorar ou deplorar o que ele diz.
No Texas, um homem invadiu um templo evangélico e matou 26. Vinte e seis pessoas!
Trump, em viagem à Ásia, diz que o problema não é a permissão para que, nos Estados Unidos, comprem-se armas com a mesma facilidade com que se compra um Big Mac.
Ele acha que o problema não está na permissividade com que se compram armas.
Não.
Com toda a lucidez que o individualiza como o mais lúcido entre os lúcidos, Trump diz que esse massacre é resultado de um “grave problema de saúde mental”.
Céus!
Não, campeão.
Não é, não.
Esse massacre é resultado de um doente mental ter à sua disposição 450 milhões de armas para, num momento de transtorno, passar as mão em todas elas e sair matando os outros.
Como também fez o de Las Vegas, só para citar outro caso bem recente.
Mas Trump, que defende a indústria de armas, acha que não.
É deplorável.
Espantosamente deplorável!


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

É guerra mesmo

ARNALDO JORDY

O Brasil não está em guerra no sentido formal, mas é como se estivesse, tal o escândalo dos números do 11º Anuário Brasileiro do Fórum de Segurança Pública, que foram apresentados ao público nesta segunda-feira, 30. Causa estarrecimento saber que a cada nove minutos uma pessoa é morta violentamente no país. Em 2016, foram exatos 61.619 assassinatos, na sua grande maioria por armas de fogo. O número é equivalente às mortes causadas pela explosão de uma bomba atômica na cidade japonesa de Nagasaki, na Segunda Guerra Mundial.  Em cinco anos, 279 mil pessoas foram vítimas de mortes violentas intencionais no país, enquanto a guerra na Síria, no mesmo período, matou 256 mil pessoas.
No ano passado, no Brasil, sete pessoas foram assassinadas a cada hora, o que coloca o Brasil entre os cinco com maiores índices de violência do mundo. O aumento em comparação com 2015 foi de 3,8%. A taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes ficou em 29,9 no país no ano passado.
Apesar desses números estarrecedores, os governos federal, estaduais e municipais gastaram 2,6% a menos com políticas de segurança pública em 2016: R$ 81 milhões. A maior redução foi observada nos gastos do governo federal, com um corte de 10,3%. Infelizmente, parece que o assunto não vem sendo tratado com a devida seriedade.
Os jovens negros e pobres são os maiores alvos das forças policiais, 81% das 21.897 pessoas que perderam a vida em confrontos com a polícia entre 2009 e 2016 tinham entre 12 e 29 anos, 76,2% eram negros e 99,3% homens. Só no ano passado, 4.224 pessoas morreram em decorrência de ações das polícias, um aumento de 25,8% em comparação com 2015. Mas os policiais também estão em risco: 437 policiais civis e militares foram vítimas de homicídio em 2016, com crescimento de 17,5% em comparação com 2015.
No caso das mulheres, os números são igualmente alarmantes. Uma mulher é assassinada a cada duas horas no Brasil. Um total de 4.657 mulheres foram vítimas de feminicídio, quando o assassinato decorre da condição de mulher da vítima. Em 2016, cresceu 3,5% a incidência de estupros, com 49.497 ocorrências no ano passado.
As escolas deixaram de ser lugares de aprendizado em segurança, pois, segundo o Anuário de Segurança Púbica, 40% delas não têm qualquer esquema de policiamento e 70% dos professores já presenciaram agressões físicas ou verbais entre os alunos.
Para nosso desespero, Belém continua entre as capitais mais violentas do Brasil, com a segunda maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes, 64,9, atrás de Aracaju e à frente de Porto Alegre.  O Estado do Pará inteiro teve 4.209 pessoas assassinadas em 2016, um crescimento de 10,3% em comparação com 2015. A taxa de mortes por 100 mil habitantes no Estado no ano passado foi de 50,9%, ante 46,1% em 2015. O número é a soma dos homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e  policiais civis e militares mortos em confronto ou fora de serviço. Nesse triste ranking, somos o sexto Estado mais violento, atrás de Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo e Minas Gerais, e à frente da Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Esses números estarrecedores  colocam em xeque o próprio modelo de segurança pública brasileiro, que precisa ser repensado para o cenário atual da nossa sociedade e democracia. Considero que apenas a repressão já não funciona para conter a criminalidade, já que muitas vezes contribui para acirrar a violência, provocando o aumento do número de mortes. Em vez disso, será preciso pensar a questão de modo estrutural, promovendo mudanças na sociedade capazes de torná-la mais igualitária e menos injusta, além de modernizar e equipar as forças de segurança, para que possam desenvolver seu trabalho de modo mais efetivo e seguro para todos. Além disso, é preciso incentivar o desarmamento da sociedade. Ao contrário do que muitos pensam, quanto mais armas nas ruas, mais inseguros todos nós estaremos. Uma estratégia precisa ser planejada envolvendo o Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Federal, polícias estaduais, com critérios bem definidos, para enfrentar com inteligência o crime organizado, que tem com o pano de fundo o tráfico de drogas, origem de crimes e violência. 

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ARNALDO JORDY é deputado federal, líder do PPS na Câmara

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Leitor dá sugestões para frear a criminalidade


De leitor do Espaço Aberto sobre a postagem Estamos reféns da bandidagem:

Pena de morte, prisão perpétua, mais direitos do cidadão e menos direitos dos bandidos (mais conhecidos eufemisticamente como humanos e criados na origem para proteger autoridades corruptas), inexistência de progressão para crimes hediondos, penas maiores, leis mais severas para o bandido do colarinho branco, obrigatoriedade de renúncia do ocupante de cargo político e judicial investigado em inquérito, limites à presunção de inocência (para condenados), tolerância zero à criminalidade etc. Por fim, acabar com a ideia de ressocialização: é para a minoria. A gigantesca maioria deve ser isolada da sociedade porque será impossível ressocializá-la. O resto é paliativo. Sem isso não adianta nem educação de primeiro mundo.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Em números, a violência selvagem que nos assola


Vejam só.
O Espaço Aberto pinçou o infográfico diretamente do sítio do Fórum Brasileiro de Segurança Pública1, que nesta segunda-feira (30) apresentou números assustadores, aterradores, revoltantes, inacreditáveis, horrorosos – e outros tantos adjetivo que você mesmo escolher – sobre a violência selvagem que nos assola.
Os números gerais sobre o panorama da violência no Brasil falam por si mesmos.
E depois ainda querem que a gente acredite nessa história de cordialidade do brasileiro.

Vihs!