Trump na cerimônia de posse: belicismo, deselegância, insensatez e ameaças |
Espaço Aberto
Informação, opinião, ideias e debates
segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Trump, o "pacificador", praticamente declara guerra na cerimônia de posse. Devemos rir ou ter medo?
sábado, 18 de janeiro de 2025
Em momento de maior desgaste do governo Helder na área da Educação, líder indígena aponta o dedo para secretário: "Vocês têm sangue indígena nas mãos"
O ano em que o governo Helder Barbalho, de olhos postos na COP30 marcada para novembro, deseja apresentar o Pará aos olhos do mundo inteiro como uma avis rara amazônica de rara, rica e preciosa plumagem, é justamente o ano que começa com o governo Helder Barbalho nas cordas, enfrentando um dos momentos de maior desgaste político. Numa área das mais relevantes, a da Educação.
A ocupação, desde a última terça-feira (14), do prédio da Seduc por lideranças indígenas, revoltadas à exaustão com mudanças introduzidas na área educacional pela Lei 10.820/2024, votada no final do ano passado pela Assembleia Legislativa do Estado, em meio a gritos, correria e spray de pimenta atirado pela Polícia Militar, chega a sobressair como um capítulo de inacreditável incapacidade política da equipe (ou time, na linguagem mudernista) de Helder em buscar alternativas para contornar, pelo menos provisoriamente, demandas de contencioso político do mais alto teor. E tudo isso com o governador, ele mesmo, viajando para o Exterior desde o dia 9 de janeiro, para "tratar de asssuntos particulares", conforme termo de transmissão de cargo publicado no Diário Oficial.
Não bastasse a ocupação dos indígenas e a revolta generalizada contra a substituição das aulas presenciais pelo ensino remoto nas aldeias, conforme previsto na Lei 10.820/2024, a inabilidade política da Secretaria de Educação ainda se fez acompanhar da proibição de que jornalistas tivessem acesso ao local onde estavam os manifestantes, um configurado cerceamento à liberdade de Imprensa, só revertido por força de decisão judicial proferida por um desembargadora do Tribunal de Justiça, ao apreciar mandado de segurança oportunamente impetrado pelo Sindicato de Jornalistas do Pará (Sinjor-PA). E ainda temos um indicativo de greve dos professores estaduais, que poderão paralisar suas atividades a partir de 23 de janeiro. É pouco ou querem mais?
Além da batalha campal nos arredores da Assembleia, outro episódio, também em dezembro, já havia representado um forte desgaste para o governo Helder: o envio à Alepa num dia e a retirada, no mesmíssimo dia, de um projeto do Executivo que previa a extinção de vários órgãos, inclusive da área cultural. O episódio, que o próprio governador classificou de "erro brutal", acabou resultando na queda da secretária de Planejamento, Renato Coelho, que teria encaminhado a matéria ao Legislativo sem a palavra final de Helder.
"Destruidor da educação"
Agora, com o prédio da Seduc ainda ocupado, viraliza nas redes sociais uma carraspana - um carão, diriam nossos avós - em regra de uma líder indígena, Auricélia Arapiun, ao secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares, durante reunião ocorrida na tarde desta sexta-feira (17). Assistam ao vídeo acima.
Ela, Arapiun, diz na cara dele, Soares, apontando-lhe o dedo: "O senhor é destruidor da educação. O senhor destrói todos os povos indígenas. O senhor está destruindo a educação no Estado do Pará. O senhor está destruindo a nossa dignidade. Nossos parentes estão na BR, em confronto com o agronegócio, em confronto com caminhoneiros armados. E se acontecer alguma coisa com algum parente, sabe a culpa de quem é? É de vocês, porque vocês têm sangue indígena nas mãos de vocês, sempre tiveram, desde muito tempo".
Soares e demais circunstantes que o acompanharam assistem a tudo impassíveis, mudos e quedos, e não por uma questão, digamos assim, de etiqueta - de noblesse oblige, diriam os franceses, fazendo biquinho -, mas porque o momento, é claro, não justificaria qualquer contestação às flechas verbais atiradas pela líder indígena, evitando-se assim o acirramento de ânimos, que já está, convenhamos, nas alturas.
No mais, Helder, segundo termo de transmissão de cargo, deve reassumir o cargo nesta segunda-feira (20). Até essa data, sabe-se lá como estará o caldeirão na Seduc.
quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Justiça garante acesso de jornalistas ao prédio da Seduc ocupado por indígenas
Do site da jornalista Dedé Mesquita
Uma grande vitória para toda a classe dos jornalistas, de verdade. A Justiça acatou na noite desta quinta-feira, 16, o mandado de segurança impetrado pela diretoria do Sindicato de Jornalistas do Pará – Sinjor-PA, garantindo o acesso de profissionais da imprensa ao prédio da Secretaria de Educação do Estado do Pará -Seduc, na avenida Augusto Montenegro, ocupado desde a última terça-feira, 14, pelo movimento indígena.
A liminar favorável aos jornalistas foi concedida pela desembargadora Maria Filomena Buarque, que determinou que o secretário da Educação, Rossieli Soares, “assegure o acesso de jornalistas devidamente habilitados e credenciados a veículos de comunicação à sede da Secretaria Estadual de Educação do Pará,enquanto perdurar a manifestação indígena”.
A decisão judicial determina, ainda, que “não seja impedida a captação de imagens eentrevistas, devendo as autoridades adotarem meios a garantir a segurança, ordem e integridadefísica de todos que estão em suas dependências”.
Violação de direitos – O Sindicato argumentou que a restrição do acesso de jornalistas ao local da ocupação pelo secretário de educação viola o livre exercício da profissão e o direito à informação, garantidos na Constituição Federal. A entidade dos jornalistas anexou vídeos, fotos, reportagens e ofícios que comprovavam a atitude arbitrária dos representantes do governo do Estado.
Em caso de descumprimento da decisão ou diante de qualquer obstáculo ao exercício do trabalho jornalístico, a desembargadora estabelece uma multa diária de R$ 50 mil ao Governo do Estado, que deverá ser revertida ao SINJOR-PA.
Para a diretoria do Sindicato, a decisão judicial é uma forma de garantir o livre exercício do jornalismo e uma vitória da democracia contra as atitudes autoritárias do governador Helder Barbalho e do secretário Rossieli Soares.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2025
"Hoje, é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui". Sim: ainda estamos aqui.
Discurso bom é discurso que poderia terminar, de forma apoteótica, na primeira frase - sempre bem curta.
terça-feira, 7 de janeiro de 2025
"Praça Batista Campos: sem cocô de garça e sem bandidos". Aposte nisso, prefeito Normando!
A Praça Batista Campos em junho de 2024, quando foi entregue, reformada, pela gestão Edmilson Rodrigues: linda, mas ainda um campo aberto para a ação de assaltantes (foto: Espaço Aberto) |
Nossa Zurique dos trópicos
sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
Vice-governadora é a nova titular da Seplad. Mudança no 1ª escalão foi antecipada pelo Espaço Aberto em dezembro.
"Erro brutal"
Acrescentou que tão logo tomou conhecimento do PL, "pediu" para que a matéria fosse devolvida ao Executivo e desconsiderada, "porque eu não concordo com isso", ou seja, com a extinção de órgãos da área culturak, conforme proposto. "Não existe esse projeto. No momento em que o governo diz, 'olha, manda de volta', ele não existe mais", reforçou.
sábado, 28 de dezembro de 2024
Helder classifica de "erro brutal" o envio à Alepa de projeto que previa a extinção de órgãos
O governador Helder Barbalho confirmou, nesta sexta-feira, o que o Espaço Aberto adiantou no dia 19 deste mês: que foi um erro, classificado por ele de "brutal", o envio à Assembleia Legislativa do PL 701/2024, projeto de lei que previa a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh). O governador atribuiu o erro, nominalmente, à Secretaria de Planejamento.
A informação de que o governador realmente encomendou estudos para a reestruturação da máquina pública, mas não deu a palavra final para o envio da matéria à Alepa, foi antecipada pelo Espaço Aberto no dia 19 deste mês, em postagem sob o título Cabeças vão rolar no governo do Estado, como efeito da repercussão negativa de projeto que extingue secretarias.
"Na verdade, foi feito alguns estudos (sic), por parte da Secretaria de Planejamento do Estado, de possíveis fusões para redução de custos da máquina pública, pra que pudesse ter (sic) mais recursos disponíveis para investimentos em obras e aperfeiçoamento da gestão. Só que em vários modelos que foram apresentados, acabou que houve um brutal errro e [o projeto] foi enviado para a Assembleia Legislativa o que seria uma projeto de reestruturação da máquina pública", diz o governador no vídeo, em conversa com a secretária de Cultura, Úrsula Vidal.
Acrescentou que tão logo tomou conhecimento do PL, "pediu" para que a matéria fosse devolvida ao Executivo e desconsiderada, "porque eu não concordo com isso", ou seja, com a extinção de órgãos da área culturak, conforme proposto. "Não existe esse projeto. No momento em que o governo diz, 'olha, manda de volta', ele não existe mais", reforçou.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Cabeças vão rolar no governo do Estado, como efeito da repercussão negativa de projeto que extingue secretarias
Paes Loureiro lê o seu "bilhete ao governador", com críticas ao PL 701/2024: episódio do envio do projeto à Alepa deve resultar em punições no âmbito do próprio governo |
Cabeças vão rolar - se é que já não rolaram - no primeiro escalão do governo Helder Barbalho, como rescaldo da grande e negativa repercussão política gerada pelo envio à Assembleia Legislativa do Estado, na semana passada, do projeto de lei 701/2024, que prevê a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh).
Titular de uma das mais importantes e estratégicas secretarias de Estado já ouviu do próprio governador Helder Barbalho que não mais integrará seu secretariado quando voltar das férias, que já estão se iniciando, segundo apurou o Espaço Aberto,
A exasperação do governador cresceu à medida que aumentaram as manifestações contrariadas de amplos segmentos - sobretudo da área cultural - ao projeto, encaminhado ao Legislativo, segundo o blog conseguiu apurar, sem que tenha sido "finalizado" por Helder, ou seja, sem que ele tenha dado a última palavra, antes de a matéria ser submetida aos deputados.
"O governador, de fato, autorizou que fosse elaborado um projeto de reestruturação administrativa, mas é evidente que, para o encaminhamento à Assembleia, era necessária a sua palavra final. Com isso, ele sentiu-se praticamente surpreendido quando soube que a matéria já estava lá [na Alepa] e mandou retirá-la no mesmo dia", contou ao blog uma fonte com larga circulação entre parlamentares governistas e secretários estaduais.
Repercussão relâmpago
Mesmo com a agilidade com que o governo agiu, foi em velocidade relâmpago que circulou, além dos muros da Alepa, a informação sobre o teor da proposição e o alcance da reforma prevista. Isso foi suficiente para desencader uma forte reação popular, incluindo entidades sindicais, como os Sindicatos dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) e dos Trabalhadores das Empresas de Radiodifusão (STERT), e vozes infuentes da área cultural, como o poeta João de Jesus Paes Loureiro, que gravou um vídeo, postado nas redes sociais, fazendo duras críticas ao PL 701/2024 e comparando-o a medidas inspiradas pela "ideologia do Estado mínimo".
De acordo com a versão ouvida pelo Espaço Aberto, o projeto foi devolvido ao Executivo não em decorrência da pressão popular, até porque a devolução ocorreu no mesmo dia em que chegou ao Legislativo, mas à contrariedade do governador, que não havia dado o seu aval para o envio da matéria ao parlamento.
"Esse caso foi bem diferente de outro projeto, o PL 729/2024, que resultou em manifestação de professores nas imediações da Alepa, reprimida com spray de pimenta atirado pela Polícia Militar. Nesse caso, mesmo com toda essa manifestação, o governo manteve o projeto em pauta, tanto que foi aprovado por ampla maioria, porque foi uma decisão política aprová-lo. Já o 701/2024, não. Neste, o governador foi surpreendido", explicou a fonte.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Vini Jr. é "a cara do futebol brasileiro"? Não o desmereçam.
Vini Jr.: ele merece elogio muito melhor - e mais verdadeiro - do que considerá-lo "a cara do futebol brasileiro", que há muito deixou de ser referência de qualidade |
A lição dos sul-coreanos democratas aos fascistas brasileiros
Yoon Suk Yeol: ele até pode ser como Bolsonaro. Mas os sul-coreanos não são como os bolsonaristas |
As ruas de Seul, a capital da Coréia do Sul, amanheceram no último sábado (14) lotadas de manifestantes saudando a decisão do Parlamento, que decretou o impeachment do presidente conservador Yoon Suk Yeol.
Mas o que, afinal de contas, as efusões dos sul-coreanas têm a ver com os bolsonaristas fascistas daqui do Brasil?
Têm tudo a ver. Mas tudo mesmo!
Aqui, bolsonaristas fascistas já aprenderam, como papagaios, a repetir o que repete o mito deles, o corrupto e golpista Jair Bolsonaro: que as discusões travadas no final de 2022, sobre a implantação de um estado de sítio ou de defesa no País, não podem ser consideradas um crime, porque ambas as medidas estão previstas na Constituição.
O próprio energúmeno já disse isso várias vezes.
“Você vê até os depoimentos dos comandantes de Força, eles falam que o Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de 142, de estado de sítio, estado de defesa. E eu discuti, sim, conversei. Não fui nenhuma discussão acalorada”, afirmou o gopista no final de novembro.
Então, tá!
Só acredita nesse argumento idiota quem é idiota, como Bolsonaro é.
Yoon Suk Yeol está provisoriamente afastado porque decretou - e logo em em seguida revogou - a lei marcial no país, que consiste, entre outras coisas, em severas restrições às liberdades civis e à liberdade de Imprensa.
A lei marcial, medida excepcionalíssima, também está prevista no ordenamente jurídico sul-coreano. Mas o contexto, a fundamentação, a oportunidade e conveniência se utilizá-la precisam ser amplamente sopesados.
O presidente decretou a lei marcial em um contexto de crescente instabilidade política e protestos em massa contra seu governo. A medida visava reprimir movimentos de oposição, mas os sul-coreanos, em defesa da democracia, foram às ruas em enormes manifestações e acabaram pressionando o Parlamento a derrubar a medida.
A crise gerou gerou um forte debate sobre os limites do poder presidencial no país, considerando-se, como já dito, que medidas excepcionais só podem ser adotadas em situações excepcionalíssimas. E os sul-coreanos acharam que aquela não era uma situação excepcinalíssima que justifasse a adoção da medida excepcional.
Assim deveria ter sido por aqui.
Bolsonaro, seguramente, não sabe distinguir graus de excepcionalidades. E àquela altura - no final de 2018, após ter perdido as eleições -, continuava, como continua até agora, convencido de uma maluquice que só um malucão como ele é capaz de acreditar: que as urnas eletrônicas foram fraudadas em favor de Lula, o eleito.
Eis aí a motivação impossível de ser acolhida, caso uma das duas medidas excepcionais em cogitação viesse a ser tomada, e ainda que esteja prevista na Constituição.
Bolsonaristas fascistas, se forem capazes de aprender alguma coisa, têm muito que aprender com os sul-coreanos democratas.
domingo, 15 de dezembro de 2024
Poeta Paes Loureiro critica projeto de Helder que extingue mais de 10 secretarias: "ideologia do Estado mínimo"
O poeta João de Jesus Paes Loureiro, em vídeo divulgado nas redes sociais, junta-se às vozes que, nos últimos dias, têm feito duras críticas ao projeto de lei 701/2024, encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado pelo governador Helder Barbalho, prevendo a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh).
Uma das vozes mais respeitadas da intelectualidade paraense, Paes Loureiro, também professor e escritor, que já exerceu cargos públicos na área cultural, avalia na mensagem, por ele chamada de "bilhete ao governador", que a proposição "tem a ideologia do Estado mínimo".
Na mensagem, Paes Loureiro relembra que conheceu Helder "ainda garoto, de calças curtas", quando ocupava a função de superintendente da Fundação Cultural do Pará no governo do pai do governador, o senador Jader Barbalho.
Ressalta que, ainda quando exercia o cargo de secretário municipal de Educação e Cultura, na gestão do prefeito Coutinho Jorge (1986-1989), foi convidado pelo próprio Jader, então governador, para formular o projeto de uma fundação cultural que tivesse amplitude funcional do prédio a ser inaugurado, então chamado de Centur.
"Fiz o projeto da Fundação Cultural do Pará. No dia da instalação e inauguração, [Jader] me nomeou o seu primeiro superintendente. O governador Jader Barbalho construiu o mais importante espaço cultural do Estado desde o Theatro da Paz da época da borracha, e a Fundação fortaleceu e dimensionou nacionalmente arte e cultura do Pará", afirma o poeta.
Paes Loureiro acrescenta que "toda vez que há desejo de diminuir custos do Estado no país, a primeira coisa que se pensa é economizar na arte cultura, educação e comunicação. Porém, educação, arte cultura e educação exigem tempo para o seu amadurecimento, continuidade, atualização e recursos apropriados à execução e sua essencial atividade, principalmente na Amazônia, para que se afirme na evolução continuada do mundo. E saiamos do complexo colonial e da sensação de inferioridade que disfarçadamente ou explicitamente nos agridem".
O poeta termina com um apelo: "Prezado governador Helder Barbalho, o senhor vem fazendo um governo marcante. Tornou-se uma liderança amazônica nacional, passou a ser reconhecido internacionalmente, está preparando uma COP30 que colocará o Pará na agenda mundial. Não queira ser o governador que enfraqueceu ou permitiu o desaparecimento histórico do que mais nos orgulhamos e nos distingue no campo da arte, cultura e comunicação e educação: a nossa identidade paraense amazônica, única única no mundo".
"Ataque à comunicação pública"
Os Sindicatos dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) e dos Trabalhadores das Empresas de Radiodifusão (STERT) também já se manifestarem publicamente contra o projeto encaminhado à Assembleia. Em nota, as duas entidades consideram que a proposta não foi submetida à audiência da sociedade e "ataca diretamente a comunicação pública, a cultura e os direitos humanos".
Se for aprovado, acrescentam os dois sindicados, a projeto exintuirá a Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), vinculando a instituição à Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) "e mostrando o descompromisso com a qualidade informacional prestada à população paraense, ao subordinar uma emissora educativa aos interesses ideológicos, familiares e eleitoreiros do governo de plantão, confundindo comunicação pública com assessoramento governamental".
Os sindicatos ressaltam que a Funtelpa existe há quase 50 anos e tornou um patrimônio público do povo paraense, essencial para a defesa da democracia, da liberdade de expressão e da ampliação do conhecimento. "É um ataque também a dezenas de servidores públicos (concursados, estatutários e celetistas), que dedicam sua vida e seu conhecimento para difundir informação educativa de qualidade e que, agora, vêem sua carreira e até seus empregos em risco, justamente em um período em que avançava o debate e as articulações para implantação do PCCR da Funtelpa", afirmam os dois sindicatos.
sábado, 14 de dezembro de 2024
Braga Netto na cadeia. Mas só agora? E Bolsonaro, por que continua solto?
Bolsonaro e Braga Netto, dois deliquentes incomuns: alguém acha que, com essa intimidade toda, um não sabia o que o outro fazia? |
Em 19 de novembro, precisamente nesse dia, o Espaço Aberto perguntou: Por que Braga Netto não foi preso?
Na ocasião, comentavam-se as prisões naquele dia, durante a Operação Contragolpe, de cinco meliantes golpistas, sendo quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal, suspeitos não apenas da tentativa de dar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito, mas também porque teriam articulado o assassinato de autoridades. E essa camarilha reuniu-se - adivinhem só! - na casa de Braga Netto, que, então, permaneceu livre, leve e solto.
Agora, enfim, o general está na cadeia. Ou sob custódia do Exército, termo técnico que outra coisa não significa senão que o delinquente está no xilindró.
Sim, Braga Netto é um delinquente. Mas um deliquente incomum, um delinquente, digamos assim, especial.
Delinquente comum é o que bate a sua carteira ou furta o seu celular. Ou mesmo o bolsonarista idiota que canta o Hino Nacional batendo continência para um pneu.
Delinquente incomum, no caso de Braga Netto, é quem, como ele, foi nada menos do que ministro da Defesa e ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, como também companheiro de chapa do energúmeno - e também corrupto -, em 2022.
À época das cinco prisões ordenadas pelo Supremo, era ilógica, incompreensível e inacreditável que a mesma medida não tivesse sido tomada contra Braga Netto, em cuja residência foram tramados vários crimes.
Agora, enfim, ele está preso. Ainda que tardiamente, mas está.
E o cabeça da quadrilha?
A prisão de Braga Netto, todavia, conduz a uma outra e insistente pergunta que todos se fazem - inclusive o Espaço Aberto - há meses: e Bolsonaro, o deliquente-chefe, o cabeça da quadrilha, por que ainda não foi preso?
Também não há lógica, não há racionalidade e nem razoabilidade que Bolsonaro continue livre, sobretudo agora, com Braga Netto sob custódia do Exército.
Alguém acredita que Braga Netto agiria - como a Polícia Federal afirma que agiu - sem o conhecimento de Bolsonaro?
Alguém acredita que Braga Netto agiria sem a anuência de Bolsonaro?
Alguém, em sã consciência, acredita nisso?
À exceção de bolsonaristas - idiotas e delinquentes comuns -, ninguém, é claro, acredita!
Nem Bolsonaro acredita, tanto é assim que já até admitiu pedir refúgio em alguma embaixada para escapar da prisão, fazendo jus, assim, à sua mítica - aí, sim, mítica - fama de covarde.
Se nem Bolsonaro, que é um deliquente fascista - ou um fascista delinquente, se quiserem -, acredita nisso, por que adiar-se a prisão de Bolsonaro?
Por quê?
sábado, 23 de novembro de 2024
Incêndio consome em meia hora imóvel residencial no bairro de São Brás
terça-feira, 19 de novembro de 2024
Bolsonaristas criminosos tramam golpe e assassinatos na casa de Braga Netto. Por que Braga Netto não foi preso?
Braga Netto: os comparsas estão presos. E ele, por que ainda não? |