domingo, 31 de dezembro de 2023

Laerte assina ilustração de uma obra de arte. Que pode até ser um calendário! Salve, 2024!



Calendários, em regra, não têm outras funções, que não as de monitorar a passagem do tempo, facilitar a marcação de compromissos inadiáveis, registrar o aparecimento de mais uma ruga (e, por consequência, agendar com o stylist a sessão para aplicar 1 quilo de botox, parte inescapável da (des)harmonização facial) e virar as folhinhas mês a mês, sem que nos apercebamos da graça com que somos aspergidos por estarmos vivos a cada dia.
Em tempos nem tão distantes assim -, havia também os calendários distribuídos a rodo por empresas - as grandes, sobretudo. Expostos nas áreas mais visíveis de postos de gasolina (de beira de estrada ou não), bares, botecos e borracharias, exibiam mulheres (normalmente brancas, louras, com chicotes nas mãos e calçando botas) nuas ou seminuas, para o êxtase de macharadas.
Eram, aqueles, tempos que, felizmente, começaram a demarcar a mudança dos tempos em que calendários começariam a deixar de ser meros instrumentos que nos ajudam a marcar o tempo tempo, transformando-se em veículos para a difusão de novos olhares e novas noções e percepções sobre valores, digamos assim, mais propensos a refutar preconceitos, lugares-comuns e coisas do gênero.
Foi aí que começaram também a aparecer preciosas obras de arte. Que poderiam, até, ser calendários.
É uma obra de arte o calendário que o Escritório Mary Cohen - Advocacia Trabalhista e Sindical enviou a seus amigos e clientes. Uma obra de arte que, como dito, pode até servir de calendário.
A abordagem do tema democracia e justiça tem ilustração assinada por ninguém menos que a cartunista e chargista Laerte, uma das mais celebradas nesta área em todo o País. O design ficou a cargo da equipe de comunicação da Rede Lado, rede de articulação jurídica nacional composta por escritórios de advocacia voltados à defesa dos Direitos Humanos e Sociais, da cidadania, da solidariedade, do direito dos trabalhadores e de suas organizações sindicais.
"Através da arte, viajaremos pelos meses com a inquietação crescente de agir num país onde a Justiça esquece que é palavra feminina e, quanto mais alto sobe no pedestal, mais profere decisões contra o povo que trabalha. Pela sintonia, convidamos Laerte para ilustrar o calendário de 2024 com o tema: Democracia e Justiça", diz o texto de apresentação.
A partir daí, basta ir virando as folhinhas e se deliciando com cartuns como os que estão na imagem, que abordam temas como democracia, trabalho digno, respeito ao corpo (sobretudo o feminino), família, cultura, liberdade, o estímulo à quebra dos grilhões do silêncio e a repulsa a preconceitos e ao machismo.
Quem quiser, pode a qualquer hora voltar ao começo do calendário e ler estes versos do poeta, escritor e ensaísta uruguaio Mario Benedetti (1920-2009): "Lento mas vem / lento mas vem / o futuro de aproxima / devagar / mas vem [...] Lento mas vem / o futuro real / o mesmo que inventamos / nós mesmos e o acaso / cada vez mais nós mesmos / e menos o acaso".
Vem, 2024.
Lento, mas vem.
E que possamos construir juntos o nosso futuro, deixando-o menos exposto ao acaso.
Mary, obrigado por essa obra de arte.
Aos leitores do Espaço Aberto, um feliz 2024!

2 comentários:

Mary Cohen disse...

Amigo querido, agradeço as palavras tão gentis e carinhosas, apenas complemento a informação para dizer que a responsável pelo design foi a Rede Lado, um grupo de escritórios de advocacia da classe trabalhadora da qual faço parte. Um grande abraço e feliz 2024 pra nós. 🥰❤️🌻🍾🎊

Anônimo disse...

Democracia, trabalho digno, respeito ao corpo feminino, família, cultura, quebra dos grilhões do silêncio, repulsa ao preconceito e machismo são todos conceitos ignorados pela maioria dos países
do clube de ditadores chamado BRICS, do qual nunca vi uma linha sequer de condenação aqui nesse blog, mas esperar o que de um militante esquerdista que apoia um ladrão como presidente, pedir um pouco de verdade seria pedir demais não é mesmo?