terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Dirigente bicolor só tem uma alternativa: ou come maniçoba ou rasga de Belém


Detalhe é o seguinte.
As hostes bicolores (como diriam nossos coleguinhas do Esporte) estão em polvorosa.
Tudo por causa do áudio acima – vazado, of course – em que o diretor executivo de futebol do Paysandu, Felipe Albuquerque, numa conversa travada no ano passado com interlocutor amigo dele, confessa-se receoso de selar a contratação do jogador argentino Quiroga, porque já imaginava como seria o contexto da chegada do atleta a Belém e sua adaptação ao clube e aos modos e costumes da cidade.
"Wilson, queria te ouvir porque você é um cara que eu gosto, é muito acima da média e às vezes eu estou com a mentalidade muito fechada. Assisti aos vídeos, gostei desse Quiroga, achei um bom jogador, mas eu fico pensando: vou ligar para esse Quiroga, ele está lá em Buenos Aires, 5°C, vai entrar dentro de um avião para chegar em Belém, 35°C. Vou pedir para o meu supervisor, que é uma anta, burro igual uma porta, buscar ele [na chegada a Belém]. Vai lá para a Curuzu, comer tacacá, maniçoba, no outro dia vai para o treino, Hélio [dos Anjos] dando esporro e ele não vai entender nada. Aí vai o Marcelo [Rocha] e o Leandro [Niehues], que não entendem uma palavra de espanhol, tentar explicar para ele, aí que ele não vai entender mais nada, entendeu? Fico pensando, cara, a possibilidade disso dar certo, a adaptação de um cara desse, tende do infinito a zero. Você acha que eu estou enxergando de uma ótica enviesada, estou vendo o copo muito vazio? Queria que você me falasse, porque eu não vejo a possibilidade de um cara desse se adaptar, sabe?”, diz Albuquerque.
Olhem, fora de brincadeira.
Acho que as hostes bicolores não devem muito se preocupar com os gostos particulares de ninguém. Porque gostar ou não gostar – de comida, de gente, de cidade etc. -, isso está no âmbito das preferências e das escolhas pessoais de cada um.
O que o Paysandu precisa mesmo se preocupar é com a motivação de seu diretor executivo para o trabalho que lhe incumbe fazer.
Porque, sinceramente, o que sobressai nos áudios é uma profunda insatisfação, um profundo agastamento de Albuquerque com o trabalho que está fazendo e com o ambiente profissional no qual convive.
O cara não gosta de Belém e de seus costumes, parece não gostar do treinador do Paysandu e claramente rejeita e despreza a capacidade profissional de outros integrantes do clube.
Então, sério mesmo: o que fazer com Albuquerque?
Das duas, uma: ou ele aprende a comer – e mais do que isso, a saborear – maniçoba, tacacá, pato no tucupi, açaí e suco de camapu (tem?) ou então rasga daqui e vai, ora bolas, pra Buenos Aires, comer churrasco em Puerto Madero (que é uma delícia, vale dizer)!

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