terça-feira, 1 de outubro de 2019

Therezinha Gueiros manifesta-se publicamente, pela primeira vez, em defesa do neto acusado de feminicídio


Na iminência de ver seu neto, o advogado Hélio Gueiros Neto, ir a Júri para ser julgado pelo crime de feminicídio, a professora Therezinha Gueiros, ex-secretária de Educação do Pará e de Belém, manifestou-se pela primeira vez publicamente sobre o assunto num vídeo que foi ao ar nesta segunda-feira (30).
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, Renata Cardim morreu no dia 27 de maio de 2015, por volta das 2h45, no Edifício Rio Nilo, localizado na Travessa Dom Romualdo de Seixas, em Belém, vítima de asfixia, por sufocação mecânica direta praticada por seu marido, Hélio Gueiros Neto, que sempre negou de forma peremptória, na polícia e em juízo, ter concorrido de alguma forma para a morte da mulher. Ao contrário da família de Renata, que sustenta o assassinato, cujas circunstâncias teriam configurado o feminicídio.
No vídeo, Therezinha Gueiros, viúva do jornalista Hélio Gueiros - deputado, senador, governador do Pará e prefeito de Belém – e mãe de Hélio Gueiros Jr., ex-vice-governador do estado na segunda gestão de Almir Gabriel, avalia que a projeção que sua família alcançou na política paraense foi fator fundamental para que se “potencializasse um escândalo” em torno de uma morte que, reconhece a professora, configurou-se uma tragédia com o potencial de abalar duramente todos os que conviveram com a vítima.
Ela pondera, no entanto, que a acusação que recai contra seu neto é destituída de evidências, como demonstrado tecnicamente por elementos de prova colhidos no curso do processo. “É preciso respeitar os laudos e os profissionais. Se todos os exames oficiais não valem, o que vale então? Apenas uma narrativa?”, questiona a professora.
O vídeo, de aproximadamente 14 minutos, pode ser visto no site Justiça Seja Feita, que Hélio Gueiros Neto pôs no ar no início de agosto deste ano, ele reafirma sua inocência e diz que não teve oportunidade de se defender publicamente enquanto o processo foi mantido sob segredo de Justiça. “Mais do que julgado e condenado, eu me sinto injustiçado”, diz o advogado.
No site, Hélio Gueiros Neto apresenta laudos e vídeos com trechos de depoimentos prestados por ocasião das dezenas de oitivas. Entre os depoimentos, estão os de peritos oficiais (que também aparecem no vídeo), ou seja, os designados pelo próprio Juízo para atuar na causa, e descartam a possibilidade de Renato ter sido morta por asfixia mecânica.
No vídeo, o advogado Renato Lauria, que atua na defesa de Hélio Gueiros Neto, reforça a tese de que todas as provas técnicas desmontam, de forma insofismável, o parecer de um médico particular contratado pela família da vítima indicando, “por dedução”, não ter sido a morte natural. Lauria acrecenta ainda que quatro membros do Ministério Público recusaram a ofertar denúncia contra o réu, por não terem encontrado provas suficientes para fazê-lo.

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