Lideranças partidárias, inclusive o presidente
da Câmara, Rodrigo Maia, têm saído em defesa de Gustavo Bebbiano, o ministro da
Secretaria-Geral do governo do Capitão, e do fundador e principal cacique do
PSL, o deputado federal Luciano Bivar (PE).
Eles alimentaram os bolsos de candidatos laranjas
e os cofres de um gráfica que ninguém sabe onde funciona. Como alimentaram?
Destinando mais de R$ 1,5 milhão de recursos dos fundos.
Em defesa de Bebianno e Bivar, líderes
partidários dizem que coisas escabrosas como essa não são de estranhar, porque
o presidente de um partido não tem controle sobre as qualidades morais dos
destinatários dos recursos.
Não mesmo? Ninguém acredita nisso. Absolutamente
ninguém. Porque é preciso ser patologicamente ingênuo para acreditar que não
houve um direcionamento sistemático, planejado, calculado das verbas do fundo
partidário . E isso configura um crime, investigável pela Polícia Federal, que,
aliás, já está investigando.
Surpreende, nesse contexto, a postura da bancada
do partido Novo, que promete devolver os R$ 4,3 milhões que recebeu até agora
do fundo partidário,
formado com recursos públicos e que representa a principal fonte de renda das
agremiações políticas do Brasil. Para isso, será preciso um projeto de lei já
que, hoje, não é possível retornar os valores recebidos aos cofres públicos.
Os
dois projetos protocolados pelo Novo na primeira semana da nova legislatura
foram relacionados ao fundo partidário. Um que acaba com o fundo eleitoral – criado para as eleições de
2018 e, na ocasião, constituído por um montante de R$ 1,7 bilhão de recursos
públicos – e o outro que permite devolver o dinheiro do fundo para o caixa da
União. A sigla defende, ainda, a volta das doações eleitorais de empresas para
as campanhas.
Conviria torcermos para que condutas como a do
Novo fossem seguidas por todos os partidos políticos.
Mas vivemos no Brasil.
E no Brasil, como se vê, responsáveis por
laranjais não vão para a cadeia.
Vão para um ministério.
Nenhum comentário:
Postar um comentário