A senadora Marinor Brito (PSOL/ PA) reuniu-se no final da tarde de terça-feira, com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para cobrar uma intervenção do Ministério da Saúde Em Belém. Marinor já se pronunciou diversas vezes, no Senado Federal, sobre o caos em que se encontra o sistema público de saúde na capital paraense. Ela entregou relatório do Ministério Público que contém mais de dez irregularidades envolvendo desvio de dinheiro da saúde na gestão do atual prefeito.
Segundo a senadora, a situação da saúde em Belém e no estado como um todo é de calamidade pública. “A porta das ambulâncias está caindo nos pés dos funcionários, os médicos não querem mais trabalhar nas unidades de saúde porque estão sendo ameaçados de morte, falta atendimento de pré-natal e de diagnóstico de câncer de útero. Além disso, ainda temos a preocupação com as epidemias de dengue e malária e com a dificuldade no transporte da população até os hospitais, pois a passagem é muito cara e o atendimento não é descentralizado”, afirmou.
Ela relatou que foi abordada por uma mãe, em Santarém, que aguardava a mais de um ano por uma cirurgia para seu filho, que sofreu violência sexual e carecia de uma cirurgia de reconstrução de ânus. “A minha sensação é de impotência, diante de total descaso com a vida humana”, afirmou.
Segundo Padilha, o Ministério da Saúde tem realizado auditorias e cortado recursos para evitar os desvios de dinheiro público, além de enviar equipes para o estado e a capital para tentar avanços nas políticas públicas. Porém, para a senadora, somente as auditorias não irão resolver o caos em que se encontra a saúde no Pará e disse que espera uma ação mais intensa do ministério no sentido de não tolerar mais esse tipo de atitude, e que a população precisa de uma resposta do Governo Federal. Ao final, o ministro se comprometeu em apurar as denúncias apresentadas.
- Instituto Evandro Chagas
Marinor também relatou para o ministro a situação do Instituto Evandro Chagas, que tem um papel importantíssimo na área da pesquisa em saúde. “A cada dez servidores apenas dois são efetivos. Os funcionários passaram em concurso público, mas até agora não foram convocados. Eles estão a seis meses trabalhando sem contrato e sem receber salários, aguardando o preenchimento das vagas, para se ter uma idéia do comprometimento desses profissionais. Se não fosse por eles, o instituto já teria fechado”, disse.
Segundo Padilha, o Ministério da Saúde está fechando o cronograma de convocação dos concursados, e afirmou que o prazo é de que até a próxima semana a questão seja solucionada.
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