No Blog do Bordalo, sob o título acima:
Liderados pelo fundo de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), os acionistas controladores da Vale, com acordo do governo - legítimo e legal - indicaram um substituto para Roger Agnelli: Murilo Pinto de Oliveira Ferreira, 58, ex-diretor da mineradora e formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas.
Hoje, a correlação de forças na empresa é assim: Previ (a maior acionista, com 49% do capital), Bradesco (21,21%), a trading japonesa Mitsui (18,24%) e BNDESpar (11,51%). Um saldo de 60,5% das ações na área de influência do governo e a mudança, segundo apontam os sinais, visa dar consonância entre a ação de uma empresa que hoje, na prática, é de capital misto, com a orientação desenvolvimentista e distributivista do nosso governo. Podemos e devemos fazer a Vale cumprir um papel essencial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil nos modos da Petrobrás. Não existe nenhum motivo para a Vale se comportar filosoficamente nos termos que o fez durante a crise de 2009, quando anunciou cortes e mais cortes, como se fosse uma empresa que nada devesse ao país e à sociedade brasileira, apesar do seu tamanho, importância e apoio governamental que possui.
Um exemplo claro dessa contradição é que Agnelli insistia numa estratégia de focar investimentos no exterior e em minério de ferro, e não siderurgia, como queria o setor ligado ao governo. Ora, manda às favas toda a demanda de verticalização da produção, industrialização que está na base da atividade empreendedora da Vale por uma visão de lucro fácil pelo lucro. Uma visão neoliberal que tinha como âmago o investidor e não o país como um todo.
Por isso, a grande imprensa tucana e a oposição chiam, porque queriam a Vale de costas ao interesse nacional, servindo aos consórcios privados que compraram-na nos anos de FHC, numa jogada de mão dupla que todos conhecem ou escutaram falar. Mas, o que está em jogo é o modelo de desenvolvimento que cada um defende e o do PT e de seus aliados é sim da intervenção política democrática na economia para produzir justiça social e não a selva de que a iniciativa privada faz o que bem entende e a sociedade paga o preço das escolhas dos grandes capitalistas.
Agora vamos esperar, torcer e lutar para essa mudança trazer pelo menos parte dos benefícios que o Pará almeja a tantos anos. Todos já estão carecas de saber que a proporção do que a Vale "leva" para o que ela "deixa" de ICMS está longe de ser das mais justas e nisso residiu o crime da privatização da empresa. Com as riquezas de nosso subsolo poderíamos fazer uma verdadeira revolução industrial com tucupí. E é nesse sentido que queremos atuar para ajudar a nova Vale a nos proporcionar.
Temos, mais do que nunca, aproveitar essa "janela", para reunir empresários, movimentos sociais, políticos, intelectuais, imprensa e o povo em geral para conquistar esse objetivo.
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