domingo, 29 de junho de 2008

Faltam 70 médicos na Santa Casa


No AMAZÔNIA:

A secretária estadual de Saúde, Laura Rossetti, confirmou ontem a morte de outros oito bebês na Santa Casa de Misericórdia entre os dias 23 e 27 de junho. Com isso, são 20 recém-nascidos mortos no hospital desde o dia 21. Como medida imediata frente o problema, ela anunciou a criação de 20 novos leitos de UTI neonatal em Belém e a instalação de uma comissão multiprofissional para avaliar o atendimento e as demandas da Santa Casa e das UTIs neonatais em todo o Estado. Tais informações estarão inseridas em um grande diagnóstico sobre a situação da saúde no Pará, incluindo a da assistência básica, que será concluído até o dia 5 de julho e servirá de instrumento para definir as ações do governo do Estado nesta área.
Segundo Laura Rossetti, a intenção com a criação dos novos leitos é desafogar o atendimento da Santa Casa, que absorve uma demanda grande vinda do interior do Estado. 'Já demos entrada no processo para a liberação de dez leitos na Maternidade do Povo e outros dez na maternidade Mamahay, como ação imediata', disse a secretária, informando que, além da capital, há atendimento de UTI neonatal em Conceição do Araguaia, Marabá, Santarém e Altamira, com uma média de apenas seis leitos em cada município.
Laura Rossetti confirmou que a superlotação é um problema na Santa Casa, assim como a falta de médicos e equipamentos como respiradores, monitores e oxímeros, para a área da pediatria. 'Estamos fazendo exatamente esse levantamento, mas a equipe do hospital indica que seriam necessários mais 70 médicos além dos 80 que já compõem a equipe para atender à demanda de pediatria do hospital. A questão é que faltam médicos disponíveis no Estado. Se hoje quiséssemos montar uma unidade especializada, não teríamos como. Mas estamos tentando soluções, como uma parceria com a Sociedade de Pediatria para capacitação de médicos que queiram atuar no hospital.'
Questionada sobre a denúncia de um estudante de medicina de que estagiários estariam sendo tratados como médicos e enfermeiros por conta da falta de profissionais na Santa Casa, a secretária informou que a Sespa receberá e verificará todas as denúncias, mas disse que é natural acadêmicos de medicina cuidarem de pacientes. 'Faz parte do cotidiano de aprendizado dos residentes que atuem em situações com os pacientes, mas são sempre coordenados por um médico responsável. Se não é isso que está acontecendo, vamos apurar.'
A secretária reafirmou as médias consideradas aceitáveis, segundo a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, de até 17% de mortalidade numa UTI neonatal com o tipo de clientela da Santa Casa, especializada em casos de alto risco e condições adversas, mas disse que talvez tenha 'se expressado mal' ao comentar anteriormente os casos como fatalidade. 'O que quis dizer é que era uma situação ocasional, que nunca tinha nos acontecido. Na condição de gestora, de mulher e de mãe, digo que a morte é extremamente inaceitável, embora seja uma situação que acontece no cotidiano de uma unidade como essa. Pela análise técnica, essa mortalidade é aceitável, em função das características da unidade, mas não é o ideal. Não pretendemos ficar de braços cruzamos. Constatamos a situação e estamos procurando agir.'

Um comentário:

Anônimo disse...

Só existe uma explicação para todas essas mortes que estão acontecendo na Santa Casa de Misericórdia: falta de vergonha na cara desse governo incompetente e desumano.
Apresentei e aprovei uma emenda de
R$ 1.000.000,00 para a Santa Cassa de Misericórdia, no orçamento da união desse ano.
Onde está esse dinheiro ?
Vic Pires Franco
Deputado federal