Flávio Dino: só mesmo o imponderável será capaz de fazê-lo conquistar votos entre bolsonaristas |
Atualmente, depois de Lula e do ministro do STF Alexandre de Moraes, Dino talvez seja o terceiro mais odiado pelos bolsonaristas.
Não à toa, desde que assumiu a pasta, o ministro já foi alvo de 131 requerimentos, 83 convocação, 13 moções, 27 pedidos de esclarecimento ou informações, 7 convites e um pedido de impeachment, todos com origem no Congresso, e a grande maioria decorrente da certeza de bolsonaristas malucos de que Dino teria sido o principal artífice, ora vejam só, dos atos golpistas de 8 de janeiro com o propósito de incriminar Bolsonaro.
Com toda essa carga de ódio nas costas, Dino, que não nasceu agora para a política, sabe que terá muito, mas muito trabalho para ser aprovado, pelo Senado, para o cargo de ministro do Supremo, indicado que foi na última segunda-feira pelo presidente Lula.
E sabe mais, o indicado para o STF: sua sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a manterem-se as atuais condições de temperatura e pressão, tem tudo para começar, mas não terminar. Porque começaram, mas não terminaram, algumas exposições de Dino em comissões do Congresso, onde o ministro notabilizou-se por suas intervenções irônicas, mas muitísimo bem fundamentadas, para desespero e ódio de bolsonaristas e fascistas que o questionaram e foram desmontados pelas respostas.
Mas as nuvens da política, vocês sabem, mudam muito rapidamente. E não é de todo impossível que Dino, com muito jogo de cintura, consiga quebrar um pouco a resistência dos bolsonaristas e conquiste uns votos entre eles.
Mas isso será o imprevisível.
Porque o previsível, mesmo, é que toda a carga de ódio bolsonarista se mantenha sob as costas de Flávio Dino, neste processo delicadíssimo que sempre antecede, no Senado, a aprovação dos nomes de indicados para o Supremo.
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