quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A ruína moral de um predador sexual. Isso não daria um filme?


A vida imita a arte, meus caros.
É claro que imita.
Olhem esse predador criminoso – ou criminoso predador, como queiram.
Trata-se de Harvey Weinstein, o superprodutor de Hollywood acusado, vocês sabem, de assediar sexualmente várias mulheres, várias delas atrizes.
Suas armas: perversão sexual, ousadia e influência, não necessariamente nessa ordem. As vítimas de seus crimes deixavam seu escritório ou quarto de hotel invariavelmente em silêncio, porque ficavam apavoradas de se tornarem proscritas no mundo do cinema, por interferência de Weinstein.
Até que apareceram duas repórteres – bendita repórteres - Jodi Kantor e Megan Twohey, ambas do “The New York Times”.
Durante quatro meses, elas saíram à caça do maior número possível de depoimentos e provas das atrocidades cometidas por Weinstein, para evitar que, depois da publicação da matéria, ele conseguisse usar mais uma vez seu poder para abafar as acusações.
Publicada a reportagem, o mundo do predador começou a desabar rapidamente: ele perdeu o posto na empresa que fundou, sua mulher (Georgina Chapman, estilista da Marchesa) anunciou o divórcio e ele foi suspenso da academia de cinema britânica e expulso da americana.
O sindicato dos produtores (PGA) também anunciou o início do processo de expulsão de Weinstein, que deverá ser ouvido antes da conclusão do caso, no dia 6 de novembro. E divulgou a criação de uma força-tarefa antiassédio sexual, incumbida de “pesquisar e propor soluções efetivas e substanciais para o assédio sexual na indústria do entretenimento”.
Isso não é um roteiro perfeito para um filme, gente?
Não é um roteiro perfeito para um filmaço, como tantos que Weinstein produziu?
Aliás, só de saca, a Justiça americana poderia impor-lhe, como uma das penas, a obrigatoriedade de bancar uma superprodução inteirinha sobre sua degradação como homem e como ser humano.
Não seria perfeito?

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