João Batista Gonçalves Campos.
Batista Campos.
Padre Batista Campos.
Cônego Batista Campos.
Religioso, jornalista e advogado.
Era barcarenense, mas foi em Belém que se
notabilizou como o mais destemido e temido ativista do cenário político desta
cidade em 400 anos.
Como ele, talvez só o jornalista Paulo Maranhão,
que passou vários anos enclausurado – para não dizer entrincheirado-, sem sair
do prédio da Folha do Norte, onde depois funcionou O LIBERAL ,
na rua Gaspar Viana, esquina com a Primeiro de Março.
A diferença, entre ambos, é que Batista Campos
foi a voz dos que aderiram à Cabanagem, a revolução popular protagonizada pelos
cabanos - os pobres, deserdados, espoliados e explorados - que invadiram Belém
em 7 de janeiro de 1835, apenas sete depois da morte do cônego, vítima de
infecção contraída numa acne.
Talvez seja forçar um pouco a barra dizer-se que
Batista Campos foi o ideólogo da Cabanagem, porque a revolta não teve propriamente um
programa, um ideário formal, definido, perfeitamente delineado. O povo, enfim, tomou
o poder,mas não soube o que fazer com ele. A elite antiportuguesa e a massa
miserável não tiveram um programa que as unificasse.
Mas Batista Campos, enquanto pôde, não se
intimidou diante de poderosos da Província, que, para reprimir opositores,
usavam as armas com a mesma naturalidade com que apunham vírgulas em suas
alocuções.
Por isso, Batista Campos foi ameaçado,
perseguido, censurado, mas sempre disse o que precisava ser dito contra os dignitários
poucos ou nada dignos que mandaram e desmandaram no Pará, durante o período da
regência provisória.
E quando foi preciso dizer, Batista Campos
disse-o com todas as letras, como na sua conhecida máxima, que virou dístico de
seu jornal, “O Paraense ”,
por muitos apontado como o primeiro jornal editado no Pará: “De circunlóquios
nada sei. O caso conto como o caso foi. Na minha frase de constante lei, o
patife é patife, o boi é boi.”
Batista Campos.
O personagem dos 400 anos de história de Belém.
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