terça-feira, 12 de janeiro de 2016

400 anos: o personagem, o maior ativista político de Belém


João Batista Gonçalves Campos.
Batista Campos.
Padre Batista Campos.
Cônego Batista Campos.
Religioso, jornalista e advogado.
Era barcarenense, mas foi em Belém que se notabilizou como o mais destemido e temido ativista do cenário político desta cidade em 400 anos.
Como ele, talvez só o jornalista Paulo Maranhão, que passou vários anos enclausurado – para não dizer entrincheirado-, sem sair do prédio da Folha do Norte, onde depois funcionou O LIBERAL, na rua Gaspar Viana, esquina com a Primeiro de Março.
A diferença, entre ambos, é que Batista Campos foi a voz dos que aderiram à Cabanagem, a revolução popular protagonizada pelos cabanos - os pobres, deserdados, espoliados e explorados - que invadiram Belém em 7 de janeiro de 1835, apenas sete depois da morte do cônego, vítima de infecção contraída numa acne.
Talvez seja forçar um pouco a barra dizer-se que Batista Campos foi o ideólogo da Cabanagem,  porque a revolta não teve propriamente um programa, um ideário formal, definido, perfeitamente delineado. O povo, enfim, tomou o poder,mas não soube o que fazer com ele. A elite antiportuguesa e a massa miserável não tiveram um programa que as unificasse.
Mas Batista Campos, enquanto pôde, não se intimidou diante de poderosos da Província, que, para reprimir opositores, usavam as armas com a mesma naturalidade com que apunham vírgulas em suas alocuções.
Por isso, Batista Campos foi ameaçado, perseguido, censurado, mas sempre disse o que precisava ser dito contra os dignitários poucos ou nada dignos que mandaram e desmandaram no Pará, durante o período da regência provisória.
E quando foi preciso dizer, Batista Campos disse-o com todas as letras, como na sua conhecida máxima, que virou dístico de seu jornal, “O Paraense”, por muitos apontado como o primeiro jornal editado no Pará: “De circunlóquios nada sei. O caso conto como o caso foi. Na minha frase de constante lei, o patife é patife, o boi é boi.”
Batista Campos.

O personagem dos 400 anos de história de Belém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário