O candidato do PRTB à Prefeitura de Belém, Mário Couto, revelou há pouco que foi alvo de um atentado a bomba, atirada dentro da casa em que ele morava, em Brasília, quando exercia o mandato de senador pelo PSDB.
Ele não deu maiores detalhes, mas atribuiu o atentado à sua postura de combate à corrupção e contou que, depois do episódio, ficou sozinho, porque familiares seus voltaram para Belém, amedrontados, e o próprio motorista dele não queria mais servi-lo, igualmente com medo de ser morto.
Mário Couto fez a revelação, entre lágrimas, durante entrevista encerrada há pouco, conduzida pelos repórteres Rita Soares e Evandro Flexa, na redação do jornal O LIBERAL. A entrevista, que durou cerca de duas horas, faz parte de uma série em que todos os 12 candidatos a prefeito de Belém deverão ser ouvidos sobre as propostas que têm para a cidade.
No restante da entrevista, Mário Couto demonstrou que ainda não superou velhas mágoas do ex-governador Simão Jatene - a quem classificou de um "bom emprendedor", mas um "político da capacidade baixa" -, e reconheceu que o prefeito Zenaldo Coutinho está mal avaliado.
O candidato admitiu que, politicamente, não está alinhado com sua filha, a deputada Cilene Couto (PSDB) - aliada do governo Helder Barbalho (MDB) na Alepa -, mas indicou que ainda há espaço para encontros familiares. "Amo a minha filha. Rezo todos os dias por ela. Criei, eduquei, mostrei o caminho que ela deve seguir. Agora, o que é que eu posso fazer se ela quis seguir o caminho que eu não quero que ela siga?", indagou-se o ex-senador.
A entrevista exibiu um Mário Couto ora grandiloquente - "fui pesquisar os discursos de Carlos Lacerda contra a corrupção: não chegaram a 300, eu fiz mais de 1 mil"; ora confuso - quando disse que pretende povoar as magens do Canal São Joaquim com cerca de 2 mil feirantes "informais", quando provavelmente queria dizer "autônomos", com os mínimos direitos trabalhistas garantidos; ora impreciso no detalhamento de propostas mirabolantes, como a possibilidade de dotar a prefeitura de uma frota própria, com ônibus de padrão Primeiro Mundo (inclusive climatizados) e passagens a R$ 2, mas sem dizer de que árvores vão brotar o dinheiro para bancar um subsídio tarifário monstruoso como esse.
E na área de saúde? Mário Couto contou que contraiu a Covid-19, chegou a ter 60% de sua capacidade pulmonar comprometida e resolveu buscar atendimento em São Paulo, rejeitando sugestões de procurar o "Abelardo Santos", transformado, no auge da pandemia, em hospital de porta aberta para atender milhares de pessoas acometidas pelo coronavírus.
"Lá não, me diziam. Lá tu vais morrer", recordou o ex-senador, referindo-se ao hospital de Icoaraci. Mário Couto disse que chegou a sofrer uma parada cardíaca, mas restabeleceu-se pelo bom atendimento que, segundo ele, recebeu no Hospital Santa Therezinha, um estabelecimento público administrado pelo Hospital Alberto Einstein, que é privado. O candidato deu exemplo desse tratamento de excelência para anunciar que, uma vez eleito, construirá quatro hospitais em Belém, sendo três logo de cara - um no Jurunas, outro na Pedreira, outro em Outeiro.
Teve mais. Mário Couto, ao final da entrevista, repetiu que não vai compactuar com malfeitorias. "No nosso governo, corrupção zero. Quer for pego (sic) em corrupção, eu mando prender. Vai ser preso", avisou Mário Couto, que parece já ter encomendado, além do terno de posse, uma toga luzidia para agir, além de prefeito, também como juiz.
Assista à íntegra da entrevista no vídeo.
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