Tenho pavor de violência. Já fui, inclusive,
assaltado duas vezes.
Uma delas, com
arma encostada no peito.
Outra vez, a
poucos metros de uma banda do Exército – sim, do Exército – num Dia da
Raça.
Ambas as vezes, em plena Praça Batista Campos,
um dos logradouros mais centrais e frequentados de Belém.
Ainda que tenha pavor da violência e de
bandidos, também tenho pavor de armas. Como a que foi encostada no meu peito,
numa das vezes em que fui assaltado.
Sim, reconheço ter o direito à legítima defesa.
Mas também tenho direito de exigir que o estado me proteja, de forma a reduzir
ao mínimo a possibilidade de que eu precise lançar mão de uma arma para me
defender.
Por isso, esse decreto que facilita a posse de armas é um horror. É tão horroroso quanto a violência que nos põe na condição de permanentes reféns - inclusive do estado que não nos protege.
Por isso, esse decreto que facilita a posse de armas é um horror. É tão horroroso quanto a violência que nos põe na condição de permanentes reféns - inclusive do estado que não nos protege.
E haja falácias.
E haja argumentações tortuosas, como falar
em liquidificador que machuca dedo de criancinha.
Uma delas: a de que uma faca, por exemplo,
também é usada como arma por bandidos e nem assim precisaria de autorização
legal para posse ou porte.
Céus!
Por essa tese maluca, vamos eliminar os grampos,
os alfinetes, as agulhas, os garfos – sim, gente, os garfos – e outros
quaisquer instrumentos pontiagudos ou cortantes que temos em casa. Porque eles
também poderão ser usados como armas!
É isso?
Claro que não é.
Tem mais: isso de dizer que nos Estados Unidos é
assim ou assado, o que importa?
E porque lá existe um princípio de que o cidadão
dispor de uma arma em casa – apenas em casa – é uma forma de “garantir a
democracia” (hehe), nós também precisamos seguir uma maluquice como essa?
Maluquice é maluquice, violência é violência –
aqui, nos Estados Unidos, em qualquer lugar.
O que temos, com esse decreto, é a concretização
de medida das mais escabrosas, que mal consegue disfarçar uma confissão da
falência do estado em nos proteger, isso sim.
Se o estado não nos protege, nós é que vamos nos
proteger.
É só puxar a arma que está no cofre, apontar e
engatilhar.
E
seja lá o que for!
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