Nós, seus amigos mais chegados das redações de O LIBERAL/Amazônia, o chamávamos de Equipe.
Sim, Equipe.
Porque trabalhava muito.
Trabalhava por vários.
Trabalhava rápido.
E trabalhava bem. Muito bem.
Tantos vezes o vimos dar umas cochiladas - dessas bem rápidas.
Eram cochiladas, sim, que traíam seu cansaço, acumulado de outra jornada que começara cedo, naquele dia e em todos os dias. Mas o cochilo lhe era, ao que parece, inspirador. E o mantinha sempre alerta, aplicado e preciso no que fazia.
Tão preciso, tão cioso do que fazia, com um perfil tão perfeccionista, ele era capaz de incomodar-se com indisfarçável irritação pelo fio - jargão jornalístico para um traço - que ficou 1 centímetro aquém ou além do devido.
Não falava muito, mas um risinho seu era uma sentença - condenatória ou absolutória.
"Esse risinho é um discurso", eu lhe dizia.
E era mesmo.
André Ribeiro.
André, apenas 38 anos.
Um trabalhador, na verdadeira acepção do termo.
Um amigo.
Irmão.
Um grande cara.
"Um cara do bem", como me disse um amigo comum, há pouco.
Pois é.
A morte, vamos falar claro, é uma coisa horrível.
E sempre nos deixa a sensação de que só apanha - às vezes traiçoeiramente, outras não - os que são do bem.
Com Andrezinho, ela foi traiçoeira.
Há uma semana, ele sofreu um AVC, aos 38 anos.
Há uma semana, estava praticamente em coma.
Na tarde desta quinta-feira (07), não resistiu.
E desfalcou-nos de seus bons exemplos - de seu apuro profissional, de sua amizade, das nossas brincadeiras.
Mas não choremos por André.
Não choremos.
Antes, exaltemos sua vida.
Que continua invisível aos nossos olhos, mas não aos nossos corações.
Uma vida que continua plena.
Plenamente plena.
2 comentários:
Lindo o que você escreveu, mano. Lecheva era isso, nesse tom. Muita paz a ele. E a nossa saudade
Linda as palavras e homenagem! Obrigada a todos os seus amigos pelo carinho para com ele.
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