Au Lapin Agile, em Montmartre: aqui vivia um burro que virou pintor. A foto é do blog. |
Olhem só.
Quem vier a Paris até o final de julho não pode deixar de ir ao Museu Carnavalet.
O museu, independentemente de suas exposições permanentes e temporárias, vale por si mesmo.
De uma olhadinha no vídeo acima, feito ontem pelo blog.
Quem for ao museu, que fica na Rue de Sévigné, no Marais, o bairro que reúne a comunidade judaica na capital francesa, pode desfrutar não apenas de seus jardins como das obras de arte que contam a história da cidade até a Revolução Francesa.
Mas a novidade do momento é uma exposição do fotógrafo Eugène Atget, que viveu de 1857-1927.
É fantástica.
Ele captou momentos de uma cidade que, no início da Século XX, já tinha um esplendor crescente, mas ainda exibia cenas provincianas.
Atget captou, por exemplo, os vendedores ambulantes de abajures, de brinquedos e tapetes.
Mostrou crianças reunidas num momento de lazer no Jardim de Luxemburgo, o mais aconhegante de Paris.
Captou um grupo de pessoas - umas 20 - reunidas na Bastilha, olhos postos nas alturas, feições tensas, acompanhando um eclipse do Sol.
Mostrou os cabarés franceses, inclusive um dos mais famosos deles, o Au Lapin Agile.
Aliás, sobre esse cabaré, plantado numa ruazinha em Montmartre, conta-se história das mais curiosas, mas verdadeira.
O caberá deve seu nome atual a um cartaz pintado pelo humorista André Gill.
Seu desenho de um coelho escapando da panela (Le Lapin à Gill) virou coelho ágil (Lapin Agile).
Na virada do Século XX, o Au Lapin Agile era muito frequentado por intelectuais e artistas;
Foi lá que, em 1911, o romancista Roland Dorgelès, crítico feroz da arte moderna praticada por Picasso e outros pintores, fez uma brincadeira com vários freqüentadores do cabaré, entre os quais Guillaume Appolinaire - poeta, crítico de arte e admirador do cubismo.
Dorgelès amarrou um pincel no rabo do burro do dono do café, e os rabiscos resultantes foram expostos no Salon des Indépendents, com o título “Pôr do Sol no Adriático’”...
Assim como Montmartre é indispensável, o Carnavalet também é.
2 comentários:
Boa tarde, caro Paulo:
Não. Eu não vou colocar a minha inveja em primeiro lugar neste comentário. Não vou não!
Boas férias, camarada.
Abração.
Muito obrigado, amiga.
Abs.
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