quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mais policiais nas ruas e operações de segurança intensificadas



Da Agência Pará

A partir desta terça-feira (26), os órgãos de Segurança Pública do Estado unem forças para intensificar operações já em andamento e iniciar outras planejadas nos meses anteriores. A intenção é dar à sociedade respostas à altura dos fatos atípicos que, durante o fim de semana, provocaram a inquietude de quem mora na Região Metropolitana de Belém (RMB), tanto pela quantidade de mortes registradas quanto pela brutalidade dos crimes cometidos. O anúncio foi feito durante entrevista coletiva concedida, à tarde, por integrantes da cúpula de segurança pública do Estado. A Prefeitura de Belém participou do evento com representantes da Guarda Municipal e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob).

Entre as principais ações anunciadas está a realocação de policiais militares do setor administrativo para as ruas. O aumento do efetivo vai possibilitar, entre outras coisas, que rondas extensivas sejam feitas em maior quantidade e em vários pontos simultâneos da RMB, sobretudo em corredores de tráfego intenso e nas áreas definidas como “zonas vermelhas” pelas forças de segurança. “Esses pontos são identificados a partir dos números levantados pelo serviço de inteligência, mas permanecerão sob sigilo até que as operações sejam deflagradas”, explicou o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Jeannot Jansen. Por questões estratégicas, os horários das ações também não foram revelados.

As blitzen feitas por agentes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) na operação “Duas Rodas” contarão com o reforço da Polícia Civil e homens da Polícia Militar para, além de identificar e apreender motocicletas roubadas ou com documentação irregular, autuar o condutor, para que os responsáveis por esse tipo de delito também sejam responsabilizados. “É preciso entender uma coisa: alguém só rouba um telefone celular porque existe outrem para comprar o produto do roubo”, taxou o secretário Jansen.

Reforço – O comandante geral da Polícia Militar, coronel Roberto Campos, anunciou o retorno da operação “Cadê seu Filho”, que tem como principal objetivo coibir a presença de adolescentes nas ruas e em festas onde a permanência do público jovem é proibida. “A indignação sentida pela sociedade é compartilhada por nós, militares. Recentemente perdemos um colega, capitão da PM, que foi atropelado por um cidadão alcoolizado durante uma barreira feita para coibir a violência. Ou seja, o crime atinge a todos. Estamos agindo por toda a sociedade. Fazemos parte dessa sociedade”, desabafou Campos.

O conjunto de ações foi anunciado depois que 21 mortes foram registradas na RMB e outras 20 no interior, no último fim de semana, considerado “atípico” pelos órgãos de segurança. Entre os casos que mais chocaram estão a morte de uma criança, no conjunto Júlia Sefer, em Ananindeua, e o assassinato de dois estudantes universitários, um no sábado e outro na segunda-feira, ambos em Belém. Destes casos, o último, envolvendo a morte de um estudante na Avenida Centenário, segue com várias linhas de investigação. Os demais já contam com prisões, investigações adiantadas e inquéritos instaurados. Outra medida parte do setor de inteligência da Superintendência do Sistema Penal (Susipe), que vai fazer um levantamento minucioso para recapturar presos foragidos em todo o Estado.

Estatísticas – A cúpula da Segurança Pública do Estado deixou claro que, apesar da inquietude provocada pelo fim de semana atípico, os números relacionados a delitos e crimes registraram queda no primeiro quadrimestre de 2015 em relação ao mesmo período do ano passado. A redução no número de homicídios em todo o Pará foi de 5,51%. Quando trazido para Belém, o percentual registra diminuição de 15%, no mesmo período e para o mesmo tipo de infração. “É importante registrar que, mesmo nos casos em que o delito acontece, a resposta da Polícia (Militar) tem sido rápida e eficiente. Nossos homens estão sempre apostos e a impunidade é algo raro de se ver em todos os casos registrados”, complementou o coronel Campos.

No mesmo período, a Polícia Militar informou que as ações executadas em conjunto com os demais órgãos de Segurança Pública resultaram na apreensão de 896 armas, 670 presos recapturados, 789 mandados de prisão cumpridos e 1,7 mil veículos recuperados (média de 14 carros por dia). O comandante geral da PM também fez referência à amplitude nacional pela qual passa o setor de segurança pública, no país. “Entre 1980 e 2012, o número de mortos por armas de fogo cresceu 380%, no Brasil. Quando a análise leva em conta apenas jovens, o aumento é de 465%. Em 1980, foram 4,4 mil jovens mortos. Em 2012, a quantidade de vítimas passou de 25 mil”, revelou.

3 comentários:

Anônimo disse...

Policial tem de trabalhar todo os dias,8 horas, como qualquer mané brasileiro.
Esse papo de trabalhar 24 horas não dá mais pra engolir, pois ninguém pode trabalhar bem todo esse período. Nem que se tenha de aumentar o número de policiais...

Anônimo disse...

E se cai no mesmo erro: Resolver problema social com mais polícia nas ruas.
Esse erro vem sendo cometido pelas autoridades por décadas. Não é a toa que a criminalidade urbana só aumenta.
A violência não aumentou de uma semana p/ cá, ela apenas atingiu as "pessoas de bem" (classe média branca). Enquanto ela fica restrita a periferia e interior, ok.
Mais polícia nas ruas - com essa polícia que temos hoje com seus vícios e limites - significa aumento brutal da truculência contra cidadãos de periferia (sobretudo pobres, mestiços e negros) e máxima agressividade sobre os criminosos mais fáceis de serem pegos, ou seja, não se estará combatendo a violência, mas sim aumentando ela.
Enquanto não forem garantidos direitos mínimos a moradores de periferia, dando oportunidades econômicas com diminuição de desigualdade, continuará prendendo dois bandidos hoje e se criando quatro amanha.

Ps: Algumas afirmações foram retiradas de postagem do professor Andre Coelho.

Anônimo disse...

Fui assaltado por 4 bandidos, dois deles menores. O líder deles disse: "Fique tranquilo, que nada vai lhe acontecer. O teu dinheiro e teus bens, vão ajudar a pagar um habeas corpus do meu irmão, que está na penitenciária de Marituba". O patife que me assaltou sabe das leis e sabe como agir. E, eu provei do sistema de leis que toma conta do País e beneficia a criminalidade. Percebi, que muitos advogados e policiais corruptos estão aí para provar que o crime virou uma indústria. Eles precisam dos bandidos para pagar seus carros, faculdades, viagens etc. Ou seja: ESTAMOS PERDENDO PARA O SISTEMA.