O ninho do deputado federal Zenaldo Coutinho (na foto) não é nem será, nas eleições de outubro, o mesmo ninho do senador Flexa Ribeiro, que vai em busca de um novo mandato. Os dois são tucanos. Mas cada um ficará em seu ninho.
Zenaldo, numa ligação telefônica que fez para o poster, ontem de manhã, acusou Flexa de descumprir acordo pelo qual o próprio Zenaldo, e não o senador, é que deveria estar presidindo o PSDB no Pará, desde outubro do ano passado. E antecipou ao blog que, na campanha que vem por aí, não dará apoio a Flexa.
“O Flexa Ribeiro, que se mostrou um senador sem palavra, é também um senador sem voto. Porque ele foi suplente. Ele é biônico, na verdade. Eu não vou ficar nessa discussão interminável, se devo ser presidente ou não, ponto. Ele não cumpriu a palavra, ele não tem voto. E não terá de mim nenhum apoio”, disse Zenaldo.
O deputado disse que tomou a iniciativa de ligar para o poster depois que leu, aqui no Espaço Aberto, entrevista em que Flexa, ao ser questionado se estava rompido com Zenado, disse que não. “O deputado Zenaldo pode até estar aborrecido. Mas, de minha parte, em relação a ele não existe nada. Meu mandato termina no início de novembro deste ano, porque a Executiva Nacional prorrogou os mandatos em função do processo eleitoral. Então, não há motivo para aborrecimento”, afirmou o senador ao blog.
“Cobrança da palavra empenhada”
Zenaldo reagiu: “Eu não tenho nenhum aborrecimento com o senador Flexa Ribeiro. O que há é uma postura minha, política, de cobrança de palavra empenhada, de palavra dada. E quando não há na política o cumprimento de palavra, pra mim há o rompimento daquilo que é o principal patrimônio de um político, que é a sua palavra.”
Ela confirma que, segundo disse o próprio Flexa, a Executiva Nacional do PSDB de fato decidiu prorrogar, até o início de novembro deste ano, os mandatos de todos os presidentes regionais, que expiraram em outubro do ano passado.
Zenaldo garante, todavia, que ao mesmo em que aprovou a prorrogação, a Executiva Nacional tucana excetuou, deixou de fora o Pará e autorizou que, aqui, se respeitasse um acordo pelo qual Flexa passaria o bastão a Zenado no final do ano passado, para que o deputado desse início a dois anos de mandato à frente do partido no Estado.
“O senador Flexa participou comigo de reuniões com a Executiva Nacional, nas quais o caso do Pará foi exceção. E não houve prorrogação, como ele argumenta na entrevista dada ao blog. A Nacional excetuou o Pará, para o cumprimento de acordo firmado entre todos. E o Flexa participou da reunião, na casa do Simão Jatene. Ficou definido que nos faríamos um primeiro biênio, por escolha dele, para ser o presidente, e um segundo biênio, para o qual eu fui convidado”, diz Zenaldo.
O deputado enfatiza que nunca foi candidato dele mesmo a presidir o PSDB. “Fui convidado pelos parlamentares, pelos colegas. Foi uma iniciativa dos deputados federais, naquele momento, para que eu assumisse a presidência. Bom. Eu não vou ficar discutindo se devo ser presidente, se não devo. Foi uma decisão tomada, um acordo firmado, mãos apertadas”, reforçou Zenado.
“Ele não tem credibilidade”
A partir do momento em que o senador decidiu prosseguir como presidente da legenda, Zenaldo passou a definir sua postura em relação ao assunto. “Como não houve o cumprimento desse acordo, e como ele [Flexa] insiste e resiste nessa posição dele, qual é a posição que eu adotei? Em primeiro lugar, eu não estou aqui reivindicando o cargo de presidente do partido, até porque isso não me auxilia, nem tira qualquer possibilidade minha, na minha candidatura a deputado federal. Como candidato, vou em busca dos votos, como sempre fiz, ao longo desses 28 anos, com sete mandatos conseguidos nas urnas. E vou insistir e persistir nessa minha conduta. Na própria entrevista que ele deu, você [o poster] mencionou a pesquisa do Ibope. Aliás, é mais uma das sucessivas que o colocam lá no fona. Porque ele realmente não tem empatia com a população, não tem nenhum trabalho significativo em favor do Estado, não cumpre palavra, não tem voto, não tem credibilidade”, criticou Zenaldo.
Ele acredita que Flexa Ribeiro passou a atribuir importância máxima ao fato de continuar na presidência do partido porque acha que isso pode render dividendos eleitorais. “Ele resiste [a cumprir o acordo] porque pra ele, na avaliação dele, essa é a coisa mais importante para ele se garantir como candidato à reeleição; aliás, à reeleição não, mas à eleição, porque ele não foi eleito. Então, ele abraçou isso como sendo a tábua de salvação dele. E ele está esquecendo que a tábua de salvação dele seria a palavra cumprida, seria ele ter o entusiasmo das lideranças partidárias, daquelas pessoas que poderiam agregar votos a ele. Eu, como deputado do partido, que venho tendo uma votação crescente, poderia ser alguém a auxiliá-lo. Mas como ele não tem palavra e não tem voto, pra mim é secundário. Na minha chapa, demonstrarei fidelidade absoluta ao Serra, nosso candidato a presidente, ao nosso candidato ao governo, Simão Jatene, e estarei buscando e lutando para construir alianças”, afirmou Zenaldo.
“Somar com o Flexa é igual a zero”
O deputado disse que, no momento, suas atividades políticas estão centradas na defesa dos interesses do Estado e da unidade territorial do Pará. “Estou é cuidando do Estado, das grandes teses, das lutas que tenho defendido, como a unidade do Estado do Pará e também agora a luta em favor da cobrança do ICMS da energia na geração, para a questão de Belo Monte. Porque acho que o Pará está perdendo uma oportunidade única de pressionar, de exigir o ICMS na geração de energia, para termos as nossas compensações financeiras, as nossas compensações ambientais que revertam em favor do desenvolvimento sustentável. São essas grandes teses que me apaixonam, que estão me entusiasmando, que estão me fazendo ter fôlego para a atividade política. Essa questão da presidência, pra mim, é secundária, acessória, não é importante”, disse Zenaldo.O deputado se manifestou favorável à construção de alianças com vários partidos, inclusive com o DEM, para fortalecer o PSDB e a candidatura de Simão Jatene ao governo do Estado. E foi irônico ao responder a uma pergunta se uma candidatura ao Senado da ex-vice-governadora Valéria Pires Franco (DEM) somaria mais do que a candidatura de Flexa ao Senado. “Não se faz conta de soma com quem nunca foi votado, com quem está em fona na pesquisa. Muito jovem, eu aprendi tabuada. E nessa tabuada, somar com o Flexa é igual a zero”, calculou Zenald0.
5 comentários:
Toma-te !
É este senador sem voto e sem palavra que está impedindo a aliança com o DEM. Ele não aceita a ex vice governadora Valéria Pires como sua companheira de chapa, e não abre mão de sair sozinho na chapa do ex governador Simão Jatene. Valéria que sempre foi de uma correção ímpar com Jatene e com o PSDB teve as portas do PSBD fechadas para a sua candidatura ao senado.
Paulo sensacional as entrevistas com o Flexa e agora com Zenaldo. Parabéns grande amigo!!
Até agora eu só reconhecia um tucano pelo bico grande, mas pelo que lí aqui me leva a pensar que alguns tucanos também tem o nariz grande.ha ha ha!!!
Isso mesmo Zenaldo, outubro vai falar pelas urnas quem tem café no bule. Até a vitória companheiro.
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