terça-feira, 22 de junho de 2010

Dunga, sempre Dunga. Essencialmente Dunga.

Fora de brincadeira.
De toda a brincadeira.
Mas o cargo de técnico da Seleção Brasileira é o mais difícil que existe.
É mais difícil até do que ser presidente da República.
Porque, no Brasil, todo mundo é metido a entender de futebol.
Por isso, todo mundo se permite dar o seu pitaco, o seu palpite.
Todo mundo quer meter a mão no mesmo angu.
Em relação ao cargo de presidente, como quem o exerce é obrigado a lidar muitas vezes com questões complexas, que o cidadão comum não domina, então as críticas, proporcionalmente, são até menores.
Pois é.
O certo é que Dunga é técnico da seleção.
Dunga não gosta da Imprensa.
Não gosta de jornalista.
É direito dele.
Jornalistas não gostam de Dunga.
A Imprensa não gosta dele.
Direito dos jornalistas e da Imprensa.
Se Dunga não gosta de jornalistas e não sabe líder com críticas, então seria melhor que se negasse, pública e oficialmente, a ter contato com jornalistas.
Pronto.
Assim, seria melhor.
Chamaria um assessor de Imprensa e, através deles, transmitiria as informações necessárias.
O que não fica bem é Dunga ter agido como agiu na entrevista coletiva depois da vitória do Brasil contra Costa do Marfim.
Ali, Dunga foi completamente Dunga.
Dunga foi genuinamente Dunga.
Dunga foi essencialmente Dunga.
Grosso.
Mal educado.
Insensível ao papel de um treinador da Seleção Brasileira, que tem de saber lidar com as críticas.
É isso.
Dunga, sempre Dunga!

7 comentários:

Anônimo disse...

O "castigo" dele está próximo.
Ganhando ou não a Copa, vai sumir.
Ninguém vai querer esse sargentão mal educado e de péssimo vocabulário.
No máximo...será sondado para treinar o zebrado do presidente bocudo, pra tentar mais uma vez sair da repetência da letra C em 2011.

Anônimo disse...

Prezado PB,

Respeito teu comentário, mas é preciso fazer algumas ponderações a respeito do affair Dunga versus imprensa: em primeiro lugar, a imprensa, em meu modesto juízo, foi excessivamente rigorosa nas avaliações feitas em relação à Seleção de Dunga, como se eles, Seleção e treinador, não tivessem vencido todas as competições de que participaram (Copa América e Copa das Confederações); em segundo lugar, Dunga foi alvo de críticas acerbas por não convocar Ganso e Cia.

Claro que o treinador está obrigado a ter urbanidade no trato com a imprensa, mas esta, vamos ser francos, comete seus excessos - e, não raro, mente - e, quando as críticas são devolvidas no mesmo tom agressivo por quem foi alvo de seus ataques, então, sente-se ultrajada e propõe até a falta de diálogo, como o ilustre fez com evidente equívoco.

A imprensa comete seus pecados, sim, deturpa, execra e, não raro, até mente.
Há, por exemplo, um texto de Thomas Jefferson, um dos founding fathers dos EUA, dizendo que os jornais mentem e deturpam, o que me parece acontecer ainda hoje (quem dirá o contrário?).
Fico, todavia, com a solução proposta pelo próprio Jefferson para estes males - que existam mais jornais e opiniões divergentes, pois os males da democracia se resolvem com mais democracia.

Defendo, pois, a rabugice indignada de Dunga com a imprensa que, em sua maioria esmagadora, trata-o com rabugice e injustiça.

Marcos disse...

Seria interessante o colega lesse a reportagem de Mauricio Stycer, publicada no portal UOL. Nela fica claro que naquele momento o jornalista que foi xingado por Dunga estava falando mal do técnico por telefone. Dunga acabara de vetar uma entrevista exclusiva com tres jogadores da seleção.
Está claro que a Globo se manifestou daquela forma (incluinda a tentativa de punição por parte da FIFA) em represália ao veto e não por defesa ao jornalista.
Veja que não estou defendendo a atitude de Dunga, acredito sempre na diplomacia, porém não podemos emitir juizo de valor sem conhecimento dos fatos.
Dunga precisa evoluir no trato com a imprensa, porém a imprensa brasileira precisa evoluir muito mais e parar de usar a "liberdade de imprensa" como justificativa para sua arrogância.

Segue o link da reportagem
exclusiva:

http://copadomundo.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/06/22/globo-negociou-entrevistas-com-ricardo-teixeira-mas-dunga-vetou.jhtm

Anônimo disse...

Tá certo, Dunga é mau humorado, grosso, mal educado, irônico e tudo mais, mas o problema é que ele acabou com a hegemonia da Rede Globo. Acabou com a Fátima Bernardes no ônibus da seleção,cantando e sambando com todos em clima de o ba-o ba, acabou com as entrevistas do chato do Galvão na concentração dos jogadores, acabou com as entrevistas de Anan Maria Braga e de Luciano Hulk e acabou com as piadinhas com duplo sentido do Casseta e Planeta com jogadores. Se a lei é pra todos por que só a Globo tinha tudo isso e as outras emissoras não? Se não fosse tudo isso e mais algumas coisinhas, com certeza isso era uma birra de um Dunga Zangado. Ou alguém tem dúvidas sobre isso?

Anônimo disse...

Canta Dunga.Faz as pazes com a imprensa.

Um jeito estúpido de te amar
Isolda/Milton Carlos

Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de amar e de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço, e desfaço, contrafeito
O meu defeito é te amar demais
Palavras são palavras
E a gente nem percebe o que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mais o importante é perceber
Que a nossa vida em comum
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar

Anônimo disse...

A impresa em questão está adstrito a Rede Globo de televisão, que almeja a todo custo a exclusividade.
Dunga bateu o pé, com altivez, e disse não a globo. Porém para dizer não a Globo, Dunga teria, como teve, de dizer não aos demais jornalistas, por tabela. Parabéns, Dunga.

Anônimo disse...

Os comentaristas desvendaram o mistério:a culpa é mesmo da imprensa e se Mestre Dunga ficou Zangado com a Globo, tem todo o direito de destratar a todos os jornalistas. É por essas e por outras que sofremos mais de vinte anos de ditadura. O dever da imprensa é dizer amém a qualquer autoridade, ainda que se trate de um tecnicozinho de seleção.