domingo, 3 de maio de 2009

Praça vira ponto de drogas

No AMAZÔNIA:

Diariamente, adolescentes e jovens se reúnem na praça Tancredo Neves, na Cidade Nova IV, no município de Ananindeua. A maioria deles é de estudantes vindos de diversas escolas do município e que escolheram o logradouro público como ponto de encontro após as aulas. Seria uma cena rotineira se o local não estivesse sendo utilizado para a venda e consumo de drogas. Na última quinta-feira, 30, a reportagem esteve no local por volta das 9 horas e presenciou a comercialização e o uso de drogas livremente na praça.
Os consumidores são os próprios estudantes, principais alvos de traficantes que faturam alto com o aliciamento e a venda de drogas no local. Cadernos e mochilas são deixados de lado e substituídos por cigarros de maconha e garrafas de álcool. A venda e o uso de drogas no espaço são constantes, mas o intervalo do almoço é apontado por moradores da área como o mais problemático. 'É uma cena muito triste, pois são adolescentes entre 14 e 17 anos que chegam a perder os sentidos sob os efeitos da droga', contou uma moradora do local, que preferiu não se identificar temendo represálias. 'Não podemos nos expor, pois quem repassa a droga a esses jovens são traficantes que dominam a área da praça. Eles vendem papelotes de maconha e cocaína em plena luz do dia', denunciou a moradora.
Segundo ela, o consumo de drogas na praça Tancredo Neves é um problema antigo, mas nos últimos dois anos o espaço público passou a ser comandado por traficantes. 'Eles comercializam entorpecentes livremente, pois já não temem nem mesmo a polícia. É como se o lugar fosse realmente deles. A cada dia a situação piora e o número de adolescentes consumindo drogas no local também aumenta', declarou a moradora, que recorda o dia em que teve que socorrer um estudante que caiu na porta da casa dela. 'Ele tava tão drogado que desmaiou na calçada de minha casa. Meu marido ajudou a colocar o rapaz em uma cadeira e depois ele foi melhorando. Fiquei muito nervosa, pois pensei que ele fosse morrer', recordou.
Da janela do segundo andar da residência da dona-de-casa Margarida Favacho, de 53 anos, é possível acompanhar a ação aliciadores. 'Esses estudantes são vítimas desses aliciadores, pois são homens maduros que se aproveitam da imaturidade desses meninos e meninas, que se tornam alvos fáceis nas mãos de criminosos. Acompanho tudo da janela da minha casa e chego a ficar triste com o que vejo, pois são jovens com a mesma idade de meu filho. Fico imaginando a situação dos pais desses meninos', lamentou a dona de casa.

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