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| Glauber Braga (PSOL-RJ) é imobilizado ao ser retirado do trono da presidência da Câmara: métodos adotados pela gestão de Motta incluíram corte do sinal de TV e censura à Imprensa |
Com o perdão - ajoelhado e de mãos postas - da sinceridade, mas essa Câmara, sob o tacão de Hugo Motta, é uma imoralidade.
Uma imoralidade das mais abjetas, se é que podemos atribuir uma gradação a imoralidades quaisquer.
Motta, está claro, virou um pau-mandado do Centrão e da direita bolsonarista.
Foi sequestrado por essas duas facções - que os mais articulados, no linguajar e na habilidade de analisar a política como se estivessem na ágora da Grécia Antiga, também costumam chamar de campo político.
Hugo Motta acionou a Polícia Legislativa para despejar à força, da cadeira da Câmara, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que ocupara o trono em protesto contra a decisão da presidência de pautar, para ser votada, a cassação do parlamentar fluminense por quebra de decoro.
Não se pretende, aqui, entrar no mérito da postura de Braga, mas avaliar os métodos utilizados para reprimir o que, factual e materialmente, foi uma transgressão.
Os métodos utilizados por Hugo Motta e seus subalternos incluíram o apagamento, simplesmente isso, do sinal de transmissão da TV Câmara, além do escorraçamento de jornalistas credenciados que se encontravam no plenário.
Ou seja: armou-se um cenário, ou criou-se um clima - no jargão galvaniano - para que nada fosse visto pelo distinto público.
Quem mandou cortar o sinal da TV Câmara? Asessores de Motta disseram que foi o próprio. Depois, desdisseram-se.
Quem mandou escorraçar a Imprensa e censurá-la? Provavelmente, o chefe do setor responsável em preparar o cafezinho.
Já está, evidentemente, instaurada uma rigorosissima apuração de todo o episódio.
Enquanto Motta, é claro, continua sendo elevado, pelo Centrão e pela extrema-direita, ao topo do panteão dos heróis.
Triste Câmara!

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