quinta-feira, 28 de maio de 2009

Impasse na educação continua

No AMAZÔNIA:

Bate-boca, protesto, bloqueio no tráfego de veículos na rodovia Augusto Montenegro e até mesmo um 'enterro simbólico' da governadora do Estado Ana Júlia Carepa (PT) marcaram mais uma tentativa de negociação entre o governo do Estado e os servidores em greve da rede estadual à manhã de ontem, em Belém. Pela quinta vez desde a paralisação, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Pará (Sintepp) se reuniu com representantes do governo para discutir as reivindicações da classe, mas, novamente, nada foi decidido. Revoltados, os servidores fizeram uma passeata diante da sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), fecharam uma das pistas da Augusto Montenegro e queimaram um caixão em frente ao Palácio dos Despachos, simbolizando o 'fim da confiança no governo de Ana Júlia Carepa'.
Enquanto um acordo não é fechado entre Sintepp e governo, a greve nas escolas estaduais prossegue por tempo indeterminado. Há 21 dias os servidores cruzaram braços na capital e até a tarde de ontem, outros 70 municípios paraenses fora da Região Metropolitana de Belém já haviam aderido à greve, o que resulta em quase 600 escolas fora de atividade. A medida foi tomada pelo Sintepp no último dia 6 com base nas reivindicações da categoria - entre elas, reajuste de 30% no piso salarial, aumento para R$ 300 do auxílio-alimentação, abono Fundeb para o magistério de até R$ 200 e melhoras na infraestrutura de escolas.
As exigências voltaram a levantar polêmica na audiência de ontem, na sede da Seduc. A secretária de Estado de Educação Iracy Gallo recebeu uma comissão em seu gabinete e voltou a refoçar a posição do governo - que contempla um reajuste salarial de 6% (nível superior), 9,93% (nível médio) e 12,05% (nível operacional). O valor iguala o salário base da categoria, atualmente fixado em R$ 430, ao salário mínimo. Segundo ela, propostas acima desta seriam impraticáveis. 'Nossa proposta está acima do reajuste da inflação e, inclusive, já foi incluída nos contracheques neste mês. Acima disso, infelizmente, não podemos fazer', disse, frisando que a queda de 8,5% nas arrecadações do Estado justifica a negativa das exigências do sindicato.
Sobre o abono do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) - valor fixado em R$ 1,33 por hora/aula e incorporado à folha de pagamento -, a secretária afirmou que não há como atender ao pedido do Sintepp de aumento para até R$ 2,00 hora/aula. 'Os recursos do Fundeb se juntam ao tesouro do Estado para uso não só nos pagamentos, como nas reformas e aquisição de materiais para o espaço escolar', afirmou. 'Hoje, já destinamos 76% do Fundeb à folha de pagamento, 16% acima do mínimo exigido. Se formos além disso, estaremos prejudicando a questão da infraestrutura', completou Gallo.

2 comentários:

Anônimo disse...

A greve dos professores é apenas uma ponta desse novelo caótico da educação no estado. A refomra nas escolas já havia comprometido todo o período letivo dos alunos, porque o prazo não foi cumprido e as aulas estavam sendo ministradas em regime de revesamento, um absurdo!!!Basta uma visita a algumas escolas em reforma para perceber que não há a menor condição de haver aulas, e isso já faz muito tempo. Não há fiscalização das obras, e o cumprimento do prazo não foi cobrado. O tão propagado programa de inclusão digital é conversa pra boi dormir. As escolas receberam, sim, laboratórios novinhos e equipados, mas estão apodrecendo por falta de uso, já que o sistema dos computadores é Linux e ninguém sabe mexer no Linux, nem o Lula! Na Escola Jarbas Passarinho, por exemplo, o laboratório está fechado há muito tempo. Mas na sala da diretora, o computador está funcionando, que é uma beleza, no sistema Windows. Viram, como o novelo é mais enrolado do que se imagina?

Alcyr Lima disse...

Que infraestrutura senhora secretária?
Escolas caindo aos pedaços, kits suspeitos e de baixa qualidade, superlotação, evasão, laboratórios que não funcionam, sede (USES e URES)apinhadas de apadrinhados, salários arrochados, PCCR emperrado, etc.