domingo, 17 de maio de 2009

“Só saio daqui morta”, diz mulher que mora em comunidade

No AMAZÔNIA:

A comunidade de São José, composta de milhares de moradores de uma área da Companhia de Desenvolvimento de Barcarena (Codebar), em torno da Vila dos Cabanos, é um retrato da expansão de moradias insalubres em terrenos inadequados. A área começou a ser ocupada há cerca de quatro anos, de acordo com Fátima Solange de Oliveira, secretária da associação comunitária local. O primeiro grupo de invasores era composto por 'aventureiros' que foram a Barcarena para tentar um emprego mas não conseguiram, e por recém-demitidos de alguma das empresas locais. Com o tempo, famílias do município também passaram a ocupar o espaço, como ocorreu nas invasões de Jardim Cabano, Pioneiro, Laranjal, Santa Rosa, Jardim Paraíso, Luz Divina, Boa Esperança e outras.
Fátima Solange saiu de Castanhal à procura de trabalho. Desempregada, passou a vender frutas, sem conseguir uma renda suficiente para pagar aluguel de R$ 700. Suas filhas ocupam outra área de invasão, a Itupanema. 'Agora, para nos tirar, vai dar muito trabalho. Só saio daqui morta', desafia. O problema é que os poços cavados no terreno têm água de baixa qualidade, vários trechos ficam totalmente alagados com as chuvas e ainda não há energia elétrica. Mesmo assim, a associação comunitária já barrou vários leilões que a Codebar tentou fazer para passar o terreno adiante.

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