No AMAZÔNIA:
A superintendência de Polícia Civil da região guajarina, que engloba vários municípios do sudeste paraense, já começou a colher os depoimentos de fazendeiros, agricultores e invasores da ocupação Nova Vida, situada na zona rural de Ulianópolis, para apurar as causas que levaram ao incêndio que se alastrou por cerca de doze propriedades rurais do município durante cerca de três meses, deixando um grande rastro de destruição e prejuízos incalculáveis. O incêndio teve início em meados de outubro de 2008 e foi amplamente divulgado pela imprensa estadual e nacional.
No início da semana passada, o delegado Sílvio Maués, que responde pela região guajarina, determinou ao delegado Joazil Serrão, titular da Delegacia de Ulianópolis, a oitiva de todos os proprietários das fazendas atingidas pelo fogo, bem como a intimação dos invasores da ocupação Nova Vida, que são apontados por pecuaristas como os causadores do incêndio. Os primeiros pecuaristas que já foram ouvidos em depoimento na Delegacia de Ulianópolis afirmam que o incêndio teve início na fazenda Jerusalém, hoje invasão Nova Vida, que foi tomada por posseiros ligados ao grupo denominado Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL).
Os fazendeiros disseram à polícia que o incêndio foi criminoso e que as 700 famílias instaladas na área foram responsáveis pela queimada, que se alastrou por várias propriedades da região. À época, os proprietários das fazendas denunciaram na Assembleia Legislativa a omissão dos órgãos fiscalizadores, como Ibama e Sectam, que sequer fizeram fiscalização na região para registrar o incêndio. 'Esses órgãos só aparecem na região para aplicar multas e punir. Quando a questão envolve invasores e incêndio criminoso eles simplesmente fecham os olhos', disse um pecuarista aos deputados.
Em contato com a reportagem, o delegado Joazil Serrão, que preside o inquérito que apura as causas do incêndio, disse que irá solicitar à Justiça, na quarta-feira, 20, a prisão preventiva de alguns invasores da área 'Nova Vida', apontados como responsáveis pelo incêndio, que, conforme os pecuaristas e a polícia, é de natureza e origem criminosa. 'Já ouvimos os proprietários das fazendas e agora estamos colhendo o depoimento dos acusados', declarou Serrão.
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