A bancada do PMDB que se revelará na Assembleia Legislativa, a partir desta segunda, nunca mais será igual àquela que passou. O clima entre os deputados peemedebistas já é de rompimento. E a postura em relação ao PT já está definida: será na base do olho por olho, dente por dente. Ou por outra: a cada ação corresponderá uma reação igual e contrária, da mesma intensidade, segundo a velha lei da Física que não raro é aplicada à política.
“Já estamos, sim, considerando na nossa bancada o rompimento com o PT e com o governo. Mas não podemos pregar esse rompimento, evidentemente. Somente a cautela, a prudência é que nos levam a não pregar abertamente o fim dessa aliança. Mas é óbvio que o clima é de rompimento”, disse ao blog o líder da bancada do PMDB na Assembleia, deputado estadual Parsifal Pontes (na foto, pinçada de seu próprio site).
Com a temperatura nesse nível, a mais de 100 graus acima de zero – um clima fervente, como se vê -, Parsifal define claramente quais as coordenadas políticas que serão seguidas daqui para a frente, para que fique bem demarcada a insatisfação do PMDB de Jader Barbalho em relação ao governo petista de Ana Júlia.
“O PT não nos trata como aliados”
“Não estamos satisfeitos [com o PT e com governo]. E como estamos sendo tratados com desrespeito, passaremos a reagir. Passaremos a tratar o PT da mesma forma que o PT nos tem tratado. E o PT não nos tem tratado com aliados. Muito pelo contrário”, diz Parsifal.
O deputado situa na própria natureza dos petistas, na gênese de sua ação política e no estilo de alcançar o poder e manter seus espaços as causas que, a seu ver, levam o PT a travar com o PMDB e demais aliados um relacionamento que não respeitaria a representatividade política dos partidos que compõem a base aliada do governo Ana Júlia.
“O PT nunca tratou a bancada do PMDB como aliada. Essa é que é a verdade. Está no DNA do PT não tratar bem seus aliados. O PT não sabe ter aliados. Isso é da sua própria natureza. Está no seu DNA, conforme eu já disse. O PT não sabe dividir espaços políticos, não sabe dividir poder. Hoje, ele te dá uma coisa. Mas amanhã ele retoma. O PT acha que basta te dar um cargo, um emprego. E isso não é tudo”, define o líder da bancada peemedebista.
“Precisamos avaliar essa aliança”
Parsifal não chega a considerar que as bases peemedebistas, hoje, estariam predominantemente favoráveis ao rompimento com o governo Ana Júlia. Ele dá razão ao presidente do Diretório Municipal do PMDB de Belém, José Priante, de que é preciso avaliar detidamente os rumos do partido, mas prefere manter a cautela em relação ao posicionamento do ex-deputado, que em entrevista ao Espaço Aberto, na semana passada, defendeu este momento de instabilidade com propício para que os peemedebistas desembarquem imediamente do governo.
“Não vejo que o sentimento de romper com o governo seja predominante no PMDB. Mas não há dúvida de que precisamos avaliar se devemos manter essa aliança ou romper logo. Nesse caso, acho que o ex-deputado José Priante está com a razão. Porque o que nós não podemos é manter esse relacionamento com PT, dessa forma, por muito tempo. Aliás, se esse relacionamento continuar como está, acho que será curto, curtíssimo o tempo em que ainda vai durar”, explica Parsifal.
O líder peemedebista considera que os novos confrontos entre o governo petista e o PMDB configuram a segunda crise de maior gravidade na aliança partidária. A primeira, segundo Parsifal, ocorreu durante a eleição para a Mesa da Assembleia Legislativa do Estado, que reelegeu o deputado Domingos Juvenil para ser presidente por mais um biênio. Mesmo assim, o deputado vê uma diferença entre as duas crises.
“Esta crise é a mais preocupante”
“Sem dúvida, a eleição para a Assembleia foi a mais grave essa aliança. Tanto que nós passamos 24 horas virtualmente rompidos. Mas essa crise foi localizada. Restringiu-se especificamente à eleição para a Mesa da Assembleia. Agora, não. Muito embora esta crise não tenha a gravidade da anterior, as suas repercussões, as suas dimensões políticas são bem maiores. E, portanto, a crise de agora é mais preocupante que a outra, porque a pressão é muito maior de ambos os lados, tanto do PT como do PMDB. Estamos sendo cobrados. As bases sabem que, a continuar a situação como está, isso pode ter reflexos nas eleições do próximo ano. Temem que o PMDB seja prejudicado. Nós sentimos essa pressão”, disse o deputado.
Parsifal insistiu que as investigações da Auditoria Geral do Estado (AGE), que detectaram problemas de gestão no Ofir Loyola e resultaram na renúncia de todos os diretores, indicados pelo PMDB, alcançaram limites que podem ter ultrapassado o viés eminentemente técnico naturalmente observado em trabalhos de controle interno.
O deputado reconhece que órgãos públicos, quaisquer que sejam, devem ser submetidos a controles permanentes. E admite que, uma vez detectados, os problemas precisam ser corrigidos. Mas acrescenta sua convicção de que, no caso do Ofir Loyola, o relatório que apontou problemas na gestão do hospital deslizou para um estilo depreciativo, o que ele considera inaceitável num trabalho que deveria ser eminentemente técnico.
5 comentários:
O Deputado Parsifal tem toda a razão, o relatório da Auditora Geral, sim Auditora, está eivado de vicios e não apresenta uma postura técnica, verifica-se que o relatório não foi feito pelos Auditores de carreira, efetivos e sim, pela própria Auditora Geral que é declaradamente do PT. O Órgão "AGE" não pode e não deve ser usado politicamente, isto é uma irresponsabilidade. O PMDB tem toda a razão, deve sim "pular fora deste barco que já está fazendo água há muito tempo".
Esse é o jogo do PMDB. Vai esticar essa corda até onde der. Afinal, os cargos não são pocuos.
Mas que a relação está por um fio, isso está. Uma coisa é certa: o grupo do PMDB está agindo dentro de um cenário muito bem articulado. É só entender as mensagens passadas nas entrevisats dos que comandam o partido: do cacique maior, aos coadjuvantes.
Vamos aguardar a próxim,a mexida de pedra dessa xadrez.
Adeus Ana Julia, ô, ô, Ô Ana Julia... Tchau
O PT e PMDB tem que ver que um precisa do outro, é o caso deste Persifal. Se a Ana Julia não tivesse colocado o Chicão na Secretaria de Obras ele não estava Deputado nem sua esposa seria a dona da Paratur. Acho que o grande problema desta convivência é que cada um quer mostrar que é mais sabido com relação a grana do que o outro. Quem dera que esta concorrencia fosse em favor de quem mais se empenhasse em resolver os problemas da nossa população. Infelizmente só pensam em trambicagens e com isto o povo sempre é penalizado.
Certo estava o Jatene que tratou o Barbalhão e o PMDB na chinelada, não deu espaço nenhum importante em seu governo, apesar de sabermos que o PMDB foi fundamental para a derrota da Maria e a vitoria de Jatene. Agora os aprendizes de feiticeiro do PT, não sabem o que fazem, não sabem se dão, não sabem se tiram e o tempo passa...
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