segunda-feira, 18 de maio de 2009

Empresário ameaçado

No AMAZÔNIA:

O vice-presidente da União das Entidades Florestais do Pará (Uniflor), Luís Carlos Tremonte (na foto), apresentou denúncia na Polícia Civil de Itaituba, no último sábado, 16, depois de receber ameaças de morte por telefone. Tremonte vem criticando duramente a política ambiental no Pará, principalmente a Secretaria de Meio Ambiente do Estado, que segundo ele não libera planos de manejo para o setor trabalhar na legalidade. O empresário diz que teme perder a vida e cobra uma ação das autoridades.
Tremonte relatou que na sexta-feira, 15, por volta das 16h30, recebeu uma ligação com voz de uma pessoa do sexo masculino ameaçando-o de morte. A pessoa ligou de um número restrito e foi bem direta: 'Companheiro, tu tá falando demais. Te prepara que tu vai acordar com a boca cheia de formiga'. No dia seguinte, logo pela manhã, uma nova ligação. Do outro lado da linha, a mesma voz que havia ligado no dia anterior disse: 'Tu te preparas que tu vais aparecer pendurado num poste sangrando até morrer'.
Tremonte foi à Delegacia de Polícia Civil de Itaituba, onde mora, para registrar uma ocorrência, mas não havia delegado nem escrivão no local no último sábado. Ele então fez uma petição denunciando a ameaça, requerendo que seja determinada a Instauração de Inquérito Policial e que ao final a polícia indicie o acusado ou que seja lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência. O empresário também pensa em procurar a Polícia Federal para pedir uma investigação e saber de onde partiram as denúncias.
Em contato com a reportagem, o vice-presidente da Uniflor diz que vem criticando duramente a política ambiental no Estado do Pará. Em recente entrevista concedida ao jornal O LIBERAL, o empresário acusou o governo do Estado de incentivar a ilegalidade no setor madeireiro no Pará ao não liberar os planos de manejo florestais sustentáveis e perguntou, na ocasião, há quem interessava a ilegalidade. 'Eu sempre defendi legalidade, mas vejo que existe um interesse muito forte na ilegalidade. Não sei de quem partiu isso, mas com certeza é de quem não quer a legalidade no setor', diz Tremonte.
Essa não foi a primeira vez que o empresário foi ameaçado de morte. Há cerca de três anos, recebeu ameaças pode defender o projeto de lei de gestão florestal. 'Estou preocupado, pois no Pará temos um histórico de quem defende a legalidade morre e isso parece não ter mudado', destaca Tremonte, acrescentando que não pretende se calar diante das ameaças. 'Tenho família, filhos, não vou negar que isso deixa a gente com medo, será que vai ser preciso eu morrer para que o setor possa trabalhar na legalidade?', questiona.
Tremonte diz ainda que a pessoa que fez a ameaça parece saber detalhes sobre sua vida, já que a ameaça foi feita por telefone, com ligações diretamente para o seu celular e que está dormindo em lugar ignorado para se proteger. 'Se não conseguimos nem sequer registrar um Boletim de Ocorrência, imagina ter a proteção do Estado', lamenta, informando que mesmo com as ameaças, vai continuar sua luta em defesa da legalidade no setor e da exploração madeireira somente com plano de manejo sustentável.

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